Não queira Ugo sem beber: Noite no Conselheiro

[ Na série Não queira Ugo sem beber eu vou escrever sobre alguns lugares em que eu estive/estarei e falarei do ponto de vista de alguém que não bebeu, já que agora eu virei religioso e larguei esse vício. ]

Ontem eu fui pro Conselheiro Bar, que na verdade não é um bar. É uma boate/casa de shows que tem DJs e bandas. Até aí tudo normal, mas acho que só até aí.

É triste ver que o Soho, um dos melhores restaurantes japoneses de Recife [sendo o melhor o Sushi Yoshi], se transformou nesse reductus galerozum superlotado e infernal. A fila de entrada já é entristece, e quando você realmente entra é que percebe que o pior ainda está por vir, sério.

A primeira impressão que eu tive do espaço foi que sobraram uns garçons do antigo restaurante e boa parte dos outros tinha estudado no CBV 1 ano antes de mim. Mas isso é irrelevante, foi só a título de curiosidade mesmo. Cheguei lá dentro e tinha um DJ tocando lembro-lá-o-que, e de tão ‘normal’ que o cara era o som dele passou batido [pelo menos pra mim]. Peguei minha Red Bull [é bom pra evitar passar a noite toda bocejando no meio de um massacre desses] e fiquei ‘curtindo o momento’.

Deu meia hora e o maior aglomerado musical galerozo subiu no palco e começou a tocar. Patusco é uma banda legalzinha, peca por não saberem muito bem o que fazem da vida. Tentaram misturar alguns sambas antigos [muito boas] com ‘ela tá de saia, de bicicletinha/uma mão vai no guidon/e a outra tapando a calcinha’ e aí não dá certo, fica nesse vai e vem de música nova e velha meio ilógico. Ah, sim. Fui no banheiro de lá e voi-la, o ‘ar condicionado’ tava ligado em 32º! Calor da porra lá no salão e botam o ar nessa temperatura?!?!

Conselheiro Bar 05/02/2010

Banheiro do Conselheiro em Clima de Verão

Acabando Patusco [a melhor coisa que tocou ontem], começou a tocar um DJ aí. Vou até procurá-lo pra sugerir que ele mude de nome pra DJ Aí. Isso porque o cara conseguiu mostrar como ser um DJ totalmente anônimo desprovido de qualquer capacidade de ser original, um verdadeiro animalzinho. O cara começou tocando Ivete Sangalo, depois Ivete, e, surpresa, ele tocou 3 músicas seguidas dela. Pensei até que seria 1 hora de tributo a uma das coxas mais grossas do nosso Brasil. Mas não, Ugo tinha que estar errado. Acabando a 3ª música, o nosso gênio das picapes manda um batidão de funk e aí começa o baile. Toca uma, duas, cinco e… Yves LaRock tocando Rise Up??? O cara conseguiu mudar de estilo mais uma vez [e isso tudo aconteceu em meia hora]. Depois da última mudança o cara se aquietou. Botou uns tuntz tuntz daqueles que duram 8 minutos cada e foi assim até a galeroza da Evolughetto [ isso mesmo, pode ler de novo e ficar pensando como eu fui parar lá. E não, eu não fui sequestrado/era refém de algum sequestrador-torturador ] se arrumar no palco.

Teclado, notebook, mil elementos percussivos, baixo de 5 cordas, bateria, violão elétrico e um vocalista. Isso é o que você precisa pra fazer uma swingueira batucada  impiedosa. [ tá até difícil escrever essa parte do post, tá dando uma dor lembrar do som deles ] Esses caras conseguiram uma proeza tão grande que eu acho que até num South by Southwest, um Coachella ou qualquer gigafestival desses do mundo uma banda não consegue. Das 5 primeiras músicas que eles tocaram, 4 o Patusco já tinha executado 1h30 antes. E isso aconteceu até com Morena Tropicana [isso mesmo, versão swingueira de uma música de Alceu Valença], ou seja, o que porra eles tinham na cabeça??  Fato curioso: todo mundo tava vestido de galerozo [ nada anormal até aí pra um show de swingueira ], menos o baixista. O cara tava vestido de MANO. Tava de bermuda, sapato de skatista, ou seja, totalmente a parte da swingueiraland. Eu, hein.

Aí no meio desse show, meus amigos decidem ir embora [ALELUIA, pensei eu, mas o massacre só estava por vir]. A vontade de ir embora era grande, entretanto eu não podia [como assim, Bial?]. A fila estava gigante e eu passei 1h DE RELÓGIO até conseguir pagar o meu cartão. Puta que pariu, fiquei muito irritado com isso. Vou até parar de falar disso aqui, senão eu me estresso mais ainda. Final da história: paguei meu cartão e lavrei.

Moral da história: o lugar é um inferno de gente, os DJs deixam a desejar [principalmente o 2º], Patusco é Patusco, quem vai sabe o que vai ver, e Evolughetto é uma tristeza. Eu não tinha nem 01 cervejinha pra me ajudar a passar por tanta tortura, então foi uma coisa realmente tensa.

R$43 reais e 5 horas depois, conclusão: não volto nessa porra nem tão cedo.

Hoje tem a Sala da Justiça com Nação Zumbi, Eddie e Mart’nália pra lavar a alma, tou precisando.

Ugo.

Chico Science & Nação Zumbi – Da Lama ao Caos