Conhecendo o mundo

Ontem, aconteceram duas coisas interessantes. Quando meu time de futebol perdia, numa pelada que acontecia no Montefiore, prédio onde a gente  normalmente joga bola, eu parava pra conversar com PV, amigo de longas datas que morou no ano passado na França e fez mochilão por vários países da Europa – por sinal, ele se prepara pra fazer um mochilão pela América do Sul no começo de 2011, salvo engano. Eu, por minha vez, tive a sorte de ir algumas vezes a Barcelona e de ter visitado Roma, Londres e os Pirineus. As conversas que tive com ele sobre viajar me fizeram ter uma visão mais animadora do que antes eu julgava que fosse aquele tipo de turismo em que você faz uma listinha esperta de quais lugares visitar e sai dando visto neles [isso realmente não me interessa, já que paisagens, esculturas, monumentos, edifícios, casas, museus, blablablás arquitetônicos e históricos não costumam me comover].

Descobri que meu interesse mesmo é ver como os outros vivem [não que isso seja novidade pra mim, esse blog é uma prova de que eu gosto de observar o comportamento dos outros] e, se possível, viver os hábitos deles e sentir na pele as diferenças. Isso é bem mais interessante do que ver uma estátua que tá em uma cidade há 500 anos e vai continuar no Google até o fim dos tempos.  Essa convivência sim é uma coisa interessante e que não tem site que possibilite alguma experiência similar. Senti realmente vontade de viver vidas diferentes sem ter que começar a acreditar em reencarnação.

A segunda  coisa foi eu, sabe-se-lá-por-que, comecei a pesquisar sobre a história do Jack Daniels e fui parar num blog muito interessante chamado Marcas Poderosas, onde o autor, que também escreve o Mundo das Marcas, conta a história de várias marcas que representam muito de nossa vida moderna, inclusive a Jack Daniels. Curioso que sou, saí lendo os outros posts do autor e achei várias coisas interessantes, entre elas a história da Hägen-Dazs [o melhor sorvete do mundo, fato], Adidas [minha marca de sapatos preferida] e Hard Rock Café [nunca entrei num, mas não falta vontade – se bem que podia faltar turistas por lá, né. O de Barcelona vivia lotado].

Sendo que a história que mais me chamou atenção foi a da Heineken, não porque ela é uma história especial nem porque foi bem contada, mas pelo simples fato de que, morando aqui em Recife, a capital do Cu do Mundo [tá bom que é uma cidade relativamente grande, mas a gente vive num atraso tecnológico/industrial/capitalista enorme, sendo ignorados por várias marcas internacionais que já estão em outros cantos do globo], eu não posso vivenciar tudo que o mundo tem a me oferecer. Ficando apenas aqui, sou totalmente dependente dos outros em relação à enxurrada de coisas que está espalhada pelo mundo, desde uma simples garrafa de lata da Heineken a vários sabores de sorvete que nunca nem triscaram por aqui.

Lógico que não é só papo-gordinho de cerveja e sorvete [mal tomo sorvete], mas é um pouco de indignação com a quantidade de coisas que a gente perde por não sair mundo a fora atrás do que não chega até nós. Esse é um grande motivo para eu querer sair por aí e creio que o primeiro passo [se não o segundo, já que as experiências em Barcelona também contam] é me inscrever para o intercâmbio da FCAP na universidade de Alcalá, que fica pertinho de Madrid. Devo ir na secretaria da faculdade essa semana para colocar meu nome na lista e tentar viajar pra lá em 2011.1 e provavelmente ficarei 6 meses por lá [e redondezas, claro].

Acho que o mais importante de tudo é perceber o quão importante é ouvir e interagir com os outros, pois o conhecimento adquirido é sempre capaz de mudar nossas concepções sobre o mundo.

Ugo.

Transatlantic – Live in America [ao vivo com covers dos Beatles e das bandas deles mesmos. Contagem regressiva para a chegada do The Whirlwind, o terceiro cd deles.]