Un Análisis Sociocultural y Ecoturistico sobre el Encuentro Nacional de Estudiantes Erasmus en España 2011

En la semana del dia 10 al 15 de mayo más de 2000 estudiantes universitarios se reunieron en la Platja D’en Bossa, en Eivissa, Islas Baleares. La ciudad mezcla un tranquilo pueblo costero con una de las vidas notcturnas más animadas del mundo.

Lo más interesante en un  evento como el ESN Ibiza Trip es el hecho de que es muy fácil hacer amigos, pues todos estan allí para divertirse y cualquier desconocido puede convertirse en su mejor amigo en pocos minutos. Es válido decir que la ingestión del alcohol ayuda en el proceso, pero hay gente que hizo amigos bebiendo leche.

La cultura de Ibiza se confunde con la influencia de los estranjeros que fueron a vivir en la isla. En un mismo sítio se puede comer la tradicionalmente española paella y el desayuno típico americano con mucho bacon, huevo y café.

Un aspecto muy interesante de la isla es su belleza natural. Son varias calas y playas, una más espectacular que la otra. A media hora en barco está la isla de Formentera, que tiene las playas más bonitas que he visto en mi vida. El agua era azul de una manera que impresionaba hasta los menos sensibles, incluso yo. No me ha gustado, sin enbargo, haber pagado 4 euros por una Coca-Cola.

Tan importante para nuestra viaje como las visitas fueron las fiestas. Yo, como DJ amador y habiendo trabajado en algunos festivales, estaba sorprendido con la calidad de la música y la estructura de las discos.

Durante las fiestas, el nivel de interacción entre las personas aumentaba considerablemente. La mezcla entre el éxstasis causado por la música y la desinhibición del alcohol generó a varios momentos que muchos no van contar a sus hijos en el futuro, pero solo a sus mejores amigos.

El viaje fue increíble, así como el cuatrimestre aquí en la Escuela Oficial de Idiomas

Texto originalmente escrito para o curso de espanhol.

Ugo.

The Dead Weather – Horehound

Uma análise sociocultural e ecoturística do Encontro Nacional de Estudantes Erasmus da Espanha 2011 – Ibiza

Esse foi o título da redação que eu entreguei para minha professora de espanhol por ter passado uma semana sem ir à aula. Ela pediu isso para cada um da gente que viajou, uma redação sobre como foi por lá. Eu particularmente gosto de avacalhar-brincar com os títulos, principalmente quando a professora dá essa liberdade e é bastante gente fina. Por sinal, eu poderia até passar mais tempo falando dela, mas vou deixar para um post mais sobre minha vida por aqui, não sobre os acontecimentos em Ibiza.

Elucubrações a parte, mais uma observação: eu odeio reescrever textos que eu não tenho a cópia original. Entreguei o papel para Raquel, a professora, e não tenho outra cópia. Não vou forçar minha mente a reescrever o texto pelo mesmo caminho, até porque aqui tenho mais liberdade e espaço [físico mesmo, porque lá eu tinha uma folha de papel e uma caneta, aqui eu posso escrever até encher o saco ou sentir que o texto já está de bom tamanho]. Fim das observações.

Capital mundial da juventude e das baladas quase inacabáveis [eu que estou dizendo isso, não tenho referências, mas acho coerente], Ibiza é, de certa maneira, uma versão economicamente evoluída de Porto de Galinhas nas férias de dezembro/janeiro e feriadões. Pra falar a verdade, eu ia comparar com Tamandaré, mas não tem cabimento. Tamandaré não tem um ‘estabelecimento’ decente onde as pessoas vão. É casa de alguém, praia, graminha, cidade, blá blá blá [e não me falem do festival, pois festivais são… festivais, não estabelecimentos].  Resumindo, o que eu quero dizer é: lugar com praia que no verão ‘ferve’ de gente atrás de festa, sendo Ibiza trocentas vezes melhor e mais organizado.

No diário da viagem: 8 cansativas horas de ônibus de Valladolid para Valencia  para de lá pegar um barco, com direito a música [um DJ, não o famoso músico espanhol Alceu Valencia] e as pessoas praticando pela primeira vez [de muitas] a socialização via álcool. Eu também, digo logo. A festa estava legal, o povo estava animado, mas fazia um frio da porra. Acabei ficando dentro do navio mesmo boa parte da viagem. Chegamos de madrugada em Ibiza, cada um pro seu quarto e cama! Fim do diário de viagem.

Ibiza é um lugar bonito. Bonito pra cacete! Apesar de só ter ficado pela Platja D’en Bossa, o que eu vi por lá e pelo Google mostram como a praia é bonita. Infelizmente, não fui heroico o suficiente para acordar às 9h depois de ir dormir às 7 para fazer a viagem que meio que ia de ‘cabotagem’ pela ilha vendo as outras praias. Ou isso ou eu ia para a melhor festa de todas, e aí? hahahah. A cidade em si e onde a gente ficou são lugares medianos. Pra falar a verdade, são lugares praianos. Há hotéis, modestos e de luxo, as coisas são organizadas, mas tampouco é a apoteose de Dubai. Nem precisava ser, pra falar a verdade. Os lugares que têm que ser bons são, e ponto final. Nisso, me refiro aos hotéis de luxo, as boates [!!!] e as praias. O resto é detalhe.

No final das contas, no quesito beleza, quem ganha a nota 10 com unanimidade [PORTELA, 10!] é a ilha de Formentera. Alguns meses atrás, quando eu disse que ia para Ibiza, alguma amiga da minha mãe que não lembro bem quem era me mandou ir nessa ilha, disse que era muito bonita, que eu não devia perder, blábláblá. Eu não dei tanta bola, tampouco achava que teria oportunidade de ir lá. Quando soube pela organização que estava inclusa a viagem, eu não perdi a chance [mentira, eu quase que não ia porque na noite manhã anterior o motorista do ônibus atrasou em mais de 40 minutos, deixando a gente morrendo de frio às 6 da manhã sem ter nem o que fazer, então eu quase não fui, mas minhas amigas Rafa, Mal e Bela, que merecem menção honrosa por isso, me fizeram ir] eu sabia que tinha que ir. Putz, o lugar é fantástico. Eu, dois espanhóis, uma albanesa e uma eslovaca, alugamos um samba, uma espécia de buggy totalmente velho e bizarro, mas que no final foi bastante divertido. Os espanhóis foram dirigindo, enquanto a gente foi tirando foto e interagindo com o resto da ‘gangue’ [foram mais de 300 Erasmus invadindo a ilha].

La Manzana Verde

Pegamos a estrada e encontramos lugares realmente paradisíacos. A água de uma cor azul impressionante, coisa de ficar de boca aberta, e olha que eu não sou lá dos maiores apreciadores da beleza da natureza.. a gente parou em duas das praias que tinham por lá, entraram no mar, curtiram o sol [SUNPLUSSS] e tiraram um bocado de fotos, foi realmente bem legal.

Agora, chegando à análise sociocultural… o que esperar de um evento que reúne nada mais que 2000 estudantes universitários europeus na ilha mais agitada do mundo? No meu melhor recifense eu diria: bagaceira. E foi, e foi, mas num bom ótimo sentido. Todos, tirando os organizadores, eram intercambistas em alguma cidade da Espanha, o que já é uma coisa bem mais relaxada, e todos estavam a li para se divertir. Isso é muito bom porque tinha gente da mesma cidade que não se conhecia e que uma viagem de ônibus depois já era best friend! Eu mesmo fiz amizade com… recifenses [tá bom, além dos 4 recifenses, um paulista e um cearense]. É ironia do destino, mas eu estava com muitas saudades de poder falar o quase-dialeto da gente.

Era festa todo dia, praticamente toda hora. No dia da viagem para Formentera estavam todos de ressaca e morrendo de sono, afinal a maioria tinha dormido 2 ou 3 horas se muito, mas já tinha vários heróis segurando sua cerveja, enquanto eu bebia desesperadamente um litro e meio de água e devorava o croissant da salvação. Interessante foi o primeiro dia por lá, em que a programação era livre e as pessoas ficaram na praia e na piscina. Eu fiz o mesmo por certo tempo, mas não tive saco pra passar a tarde toda galetando ao sol, então decidi ir no mercado [caro pra cacete, por sinal] comprar algumas coisas pra fazer o almoço [esqueci de dizer: no quarto do hotel fiquei com 3 amigas recifenses por um problema da organização que me tirou do quarto onde eu supostamente deveria estar]. Quando estava quase tudo pronto, tirei a boa e velha Heineken da geladeira e fiquei na varanda por quase uma hora sentado ouvindo música e pensando na vida. Realmente, naquele momento eu acho que não queria mais nada.

A primeira noite foi a mais louca de todas com total e absoluta certeza. O cenário foi a Eden, nome tudo a ver com a boate que, além de uma área que era cheia de jatos de água, foi palco para um bizarro, interessante e engraçado concurso de striptease universitário. Um cidadão chegou a ficar nu só com um chapéu cobrindo o seu ‘palhaço’ e uma cidadã chegou a tirar o sutiã, fazendo o famigerado handbra. Disseram até que rolou striptease profissional, mas acho que foi na hora que eu saí da boate pra procurar comida. Ah sim, fato interessante: paguei 5 euros numa garrafa de água de 200 ou 250ml [isso mesmo, R$12,50], doeu. A maior surpresa da noite, entretanto, foi o fato de que estávamos um pouco molhados e que o filho de um harém do motorista do ônibus nos deixou mais de 40 minutos esperando no meio da rua. Todos se tremendo, afinal estávamos em Ibiza, quem iria levar casaco? Enfim.. deixa pra lá.

Segundo dia, viagem pra Formentera, tudo muito legal. Novas amizades através das viagens pela estrada e pela praia, tudo muito legal mesmo. De noite marchamos para a Privilege, maior boate do mundo com capacidade para 10 mil pessoas. Uma certa parte da boate estava fechada, obviamente, imagina a gente lotando 20% do espaço total, ia dar uma sensação de vazio digna de alguns shows mal produzidos de Recife. O tema era School Party e eu acho que foi a festa em que as pessoas estavam mais bonitas, as fotos provam, embora eu tenha me prometido não citar nomes nem mostrar fotos. Mais uma vez, rolou um striptease, e uma live performance de uma senhorita que eu não tenho a mínima ideia cantando junto às batidas do DJ, isso é bom pra variar, saber que tem alguém correndo pra um lado e pro outro, hehehe.

Alguns heróis foram no terceiro dia de manhã visitar as callas/praias de Ibiza, eu não. Acordei lá pra uma ou duas da tarde porque sabia que o dia seria longo, mas pouco tinha noção de que seria um dos melhores dias da minha vida. Fomos para um lugar chamado Gala Night, embora tenhamos ido à tarde, que de certa maneira me lembrava Aldeia. Era um lugar bem cheio de natureza que por uma hora teve a festa da espuma. Nosso ônibus chegou quando faltava menos de 10 minutos para acabar, tsc tsc. O espaço era enorme, tinha duas super piscinas, uma em que era permitido entrar, outra que não, DJs, churrasco [à espanhola , nunca vai se comparar com um churrasco brasileiro] e todo mundo espalhado por lá. Uma certa pessoa conseguiu jogar a boia de salva-vidas na piscina e ser expulso de lá, mas na maior cara de pau voltou e ainda furtou uma camisa de uma campanha de ‘responsible party’ que estava rolando por lá, entregando bafômetros e tal. Isso rendeu minha tarde de tanto que eu ri.

De noite fomos para a Es Paradis, ah, a Es Paradis… confesso que depois da Gala Night tomei uns 2 shots de tequila na tentativa de me manter o pique, mas quando cheguei lá eu tava meio desanimado. Por sorte, um dos organizadores saiu gritando pra galera que tava sentada num lugar lá da boate para que todos se animassem e não ficassem mazelando. Foi esse empurrão que eu precisava para entrar na vibe da festa e depois disso eu não parei. A música era incrível, o lugar também e quando deu 4 da manhã começou de verdade a Water Party, da qual eles são famosos. A área central lá começou a se encher de água, que estava gelada pra cacete, mas depois de um certo tempo deu pra ir se acostumando [mentira]. A concentração de gente tava tão grande que tinham ‘ondas’, de minuto em minuto vinha uma enxurrada de gente em sua direção, derrubando a galera e possibilitando mãos-bobas a granel. Eu peguei 2 copos de plástico [plástico do bom, não de festinha] e ficava enchendo de água e tacando na cabeça do povo, foi divertido, heheheh. A galera, no embalo alcóolico da festa não largou os estudos:  devo dizer que vi por lá até gente praticando conceitos de ginecologia tátil avançada…  O que eu quero dizer sobre essa noite, no final das contas é até difícil descrever de maneira que fique legal e empolgante, então de certa maneira esse vídeo aqui ajuda a explicar. Foi uma das noites mais divertidas da minha vida, a música tava perfeita, as pessoas estavam empolgadas [algumas até demais] e eu saí de lá com um sorriso no rosto difícil de tirar a cada vez que falo da Water Party da Es Paradis, e como me arrependo de não ter comprado uma camisa de lá! Observação importante: provavelmente foi essa festa que causou a gripe de pelo menos metade da ‘federação’ de Valladolid, e também das outras cidades.

Ah, Es Paradis...

No último dia a festa era na nossa Platja D’en Bossa, ou seja, não precisávamos de ônibus e cada um podia ir na hora que quisesse. De tarde o combinado era ir para um lugar da praia reunir todos os que estivessem por lá e fazer um grande botellón [gente reunida bebendo fora de um bar], e fizemos. Eu levei um copo de um litro do Burger King que continha a lendária ‘poção mágica’: 7 doses de tequila, 5 de licor de laranja, 3 de licor de maçã e 5 limões. O problema foi que eu a repeti, o que gerou uma certa amnésia e me fez acordar na minha cama [bêbado tem GPS]. Descobri até que passei meia hora conversando com uma amiga minha sem ela ter noção de que eu estava no piloto automático.. rendeu vários risos depois. Para minha sorte, acordei bem na hora de me arrumar para ir para a festa de despedida. Me fizeram um sanduba da salvação e fomos para a Space, que eu pensava que seria a melhor boate no quesito música. Acontece que o DJ era o mesmo da primeira festa, então não mudou lá muita coisa no repertório. Ah sim: era a Masquerade Party. Minha máscara era a mais barata e bizarra que tinha por lá. Comprei junto a um kit zorro para crianças, que vinha com duas máscaras de plástico e duas espadas de plástico extremamente bizarras. O elástico, obviamente, não aguentou minha cabeça, mas aí fui engenhoso: peguei um headphone seboso que a Renfe me deu na viagem de trem Madrid-Valladolid e cortei, fazendo com que o fio ficasse do tamanho certo. Voltando à festa: com certeza eu não estava com o pique de fazer um super festão. Já tinham sido 3 dias seguidos de chegar no hotel às 7, dormir e já sair correndo, soma-se isso à ressaca e o resultado é um Ugo cansado. Ainda me diverti bastante com os recifenses e voltei perto das 4 da manhã, sabendo que tinha que acordar às 9 para arrumar o quarto [hotel preguiçoso, você tem que deixar as coisas organizadas ou eles não devolvem a fiança!!].

Fizemos a arrumação mais bizarra do planeta, estávamos todos cansados e começando a gripar. Conseguimos nossa fiança e pegamos o ônibus para pegar o navio para pegar o ônibus para pegar o táxi para chegar em casa! Pequena troca de meios de transporte, hein? Essa viagenzinha foi de meio dia até 3 da manhã, momento em que gloriosamente cheguei aqui, feliz por ter voltado vivo, estressado por estar gripado e cansado.

Isso foi Ibiza… eu acho.

Ugo.

Fujiya & Miyagi – Lightbulbs [vanilla, strawberry, knickerbockers glory]

João Bobo e Maria Doida

[ ignorem, por favor: {EAV_BLOG_VER:7e68eb1f27b36bae} ]

Desde que cheguei em Valladolid, não passei mais mais de 2 semanas sem ir no Jardin de Estambul [como está grafado lá], uma lanchonete que se chama de restaurante turco [eles têm 3 tipos de prato: kebab, döner e lahmacun, que são quase a mesma coisa, além de salada e crepes, o resto é variação dos ingredientes] e que fica a uns 10 minutos da minha casa.  Eu não tenho certeza se ele é o melhor, o mais perto ou o mais barato, mas eu sempre fui nele e nunca me arrependi.

Sendo cliente fiel há mais de 3 meses, aparecendo lá quase duas vezes por semana, eu me acostumei com os cozinheiros/atendentes/caixas/garçons que geralmente estão quando eu vou. Os apelidei mentalmente de João Bobo, um cara alto de uns quase 40 anos e meio gordinho, e Maria Doida, uma mulher de uns 30 e pouco que provavelmente tem origem turca, tem o cabelo pintado de um quase-ruivo estranho e, como o nome diz, é meio doida..

João Bobo é um cara razoavelmente simpático e que estava lá para me acudir nos momentos de vício em kebab, quando eu passei um mês ou mais indo lá duas vezes por semana. A frequência era tanto que ele já sabia o que eu ia pedir e eu acabei achando isso legal. Sabe-se lá o que passou na mafia gastronômica turca, João Bobo não está mais por lá. Talvez esteja em outro restaurante, pois o Jardin tem outras duas filiais, ou se ele foi morto. Talvez ele até tenha tirado férias, vai saber?

Maria Doida é doida. Não tem muito o que dizer. Tem um cara, meio baixinho, ator-de-Bollywood-like que é como se fosse o gerente/capataz da máfia turca e que fica rodando o bairro e visitando cada ‘Jardin’. Dia desses Maria tava de bobeira na porta do restaurante sentada numa cadeira fumando, trabalhava sozinha, e o cara foi encher o saco dela. Era apenas o cigarette break da coitada, todos os clientes tinham sido atendidos, não ia fazer mal algum. Ela voltou ao balcão e, quando ele se virou e foi embora, ficou dando dedada e cara feia pra ele. Daí que tirei o nome Maria Doida. Pensei até que ela fosse se demitir/ser demitida, mas até agora está vingando por lá.

O último fato curioso foi o fato de que eu sempre preço o Durum [um kebab “lanche”] e uma porção de batatas fritas pra levar pra casa, mas por mais uns 60 centimos dá pra comprar uma lata de Coca-Cola, coisa que eu nunca faço porque não vale a pena. A louca, ontem, me deu uma lata de graça. Por conta da casa, disse ela. Fiquei besta, mas feliz! Não sei se foi o reconhecimento dela por eu ser um cliente assíduo ou se foi o aparente desprezo pelo restaurante, mas ganhei minha latinha. Viva Maria!

Continuarei um cliente fiel ao Jardin de Estambul, até que Viena nos separe.

Ugo.

Tom Waits – Closing Time [o que dizer?]

Valladolid .9

Duas semanas sem postar. Tenho meus motivos. As coisas estabilizaram-se, consegui meu DNI, me matriculei na faculdade, uhul.

Mas é sério, nada muito diferente aconteceu. O dia a dia é quase o mesmo sempre. A briga interior para conseguir ir para a faculdade, quarta, quinta e de vez em quando sexta eu saio, sábado e domingo fico em casa. Um ou ou outro kebab no fim de semana e ya esta. Passaram-se sete dias da minha vida. E por enquanto isso vai seguindo num loop.

Abril deverá ser mais ou menos assim também. Talvez eu passe um fim de semana em Granada, estou esperando a ESN dizer alguma coisa, mas é bem provável que isso aconteça. Há ainda a possibilidade de passar um fim de semana em Salamanca, já que a outra viagem foi de uma estadia de menos de 12 horas por lá.

Maio deve ser o mês mais corrido, eba! Devem chegar meu pai e Teté lá pelo dia 7, viajo para Ibiza dia 10 e minha mãe e, espero, meu avô, devem aparecer por aqui no final do mês. Vai ser difícil para respirar com tanta coisa acontecendo, principalmente as provas de fim de quatrimestre, mas dá para dar um jeito e vale a pena.

Junho sei lá como vai ser, mas parece que vai ter bem mais festa, principalmente porque em boa parte do mês já estaremos de férias e talvez eu vá para o Rock Werchter, na Bélgica, talvez, pois só para entrar nesse festival são 200 euros, tirando chegar lá, alimentação, etc. Estou à procura de patrocinadores.

Julho é um mistério para mim. Acho que uma boa ideia é passar uns dias em Viena. O normal é que as pessoas façam mochilão, mas não tenho nem dinheiro nem muita vontade para isso. Vou esperar o tempo passar para ir vendo o que vou fazer.

Agosto começa tudo de novo, Kmelo chega aqui e PV chega em Sevilla. Vai ser um semestre bem mais animado. Estou ansioso por isso.

O resto é resto,

Ugo.

Phoenix – Wolfgang Amadeus Phoenix

 

Valladolid .8

Salamanca foi legal. Sim, não foi super divertido, foi legal. Por que? Porque de vez em quando open bar pode acabar sendo uma coisa ruim. Não são todos os lugares que conseguem manter a demanda de centenas de pessoas morrendo de sede. E open bar atrai gente, muita. O lugar estava lotado, era um inferno para andar, um inferno para pegar bebida. Tudo era mais complicado. Acabamos sem se enturmar com o povo de Salamanca, eu mesmo não conheci ninguém e não lembro de alguém de Valladolid interagindo com os ‘hosts’ da festa. Ficamos por lá até as 3 e pouca [o que pareceu uma infinidade] e depois marchamos para uma boate. Lá estava mais tranquilo [e mais caro] e passamos pouco mais de 1 hora por lá, pois tinhamos que voltar ao ônibus. Nada demais na boate tampouco. A viagem foi tranquila, creio que com todo mundo cochilando.

Quarta-feira foi um dia nulo praticamente. Só fiz dormir e fui à aula de espanhol. Na quinta comecei a odisséia com a polícia. Gastei todas as horas úteis do meu dia lá. Na hora da aula da faculdade, eu estava lá. Na hora da aula de tarde da faculdade, eu estava lá. Na hora do espanhol, eu estava lá. Foi o inferno. Toda essa lenga-lenga por causa da minha pressa para emitir o documento e por causa dos sobrenomes diferentes que eu tenho. Me mandaram resolver na sexta de manhã. Estava bem puto, mas não tinha o que fazer. Voltei para casa, dormi e fui lá. Tive que falar com o chefe responsável pelos DNIs e ele me ajudou. Foi bem tranquilo e me delegou para um dos funcionários dele. O cara fez todo meu registro, que aqui vai ser com o nome Ugo Portela Pereira mesmo [espero que o Dos Santos Marques acabe morrendo para facilitar a minha vida]. Amanhã [quarta, 9] vou lá pegar o DNI, espero que dê tudo certo.

Na sexta de tarde, fiquei esperando a hora da aula da faculdade, cheguei lá e surpresa, não tinha vivalma. Voltei para casa, fiquei esperando o dia passar [vendo seriado e jogando no computador] e de noite fui para o The Little Bottle e para o Juanita Calamidad. Incrível como eu fiz isso em menos de 2 horas, porque eu estava sem beber, por causa do remédio, e sem saco para ficar zefando sóbrio pela cidade. Voltei para casa e dormi. Aí começou meu infindável depressivo fim de semana de 72 horas de enclausuramento em casa.

Para falar a verdade, o sábado não foi nem um pouco chato. Eu estava feliz por estar em casa e empolgado ouvindo música e baixando algumas do Hot 100 da Billboard. Nesse dia eu tava realmente empolgado para tocar em alguma festa, pena que não tinha. Foi bom que eu achei um bocado de música que tava faltando no repertório para festas. Por sinal, aconteceu que, enquanto eu fazia meu cafealmojantar [acho que era umas 20h quando fui fazer a minha primeira refeição do dia], e eu estava realmente feliz, o astral estava bastante alto, a maldita energia elétrica começou a dar pau. Não sei por que diabos. Parecia que estava sobrecarregada, e eu não via motivos. Estava só em casa, no máximo as meninas tinham deixado o notebook na tomada, eu só tinha o meu também e o fogão elétrico ligado. Sei que depois de uma briga com o interruptor, a energia voltou ao normal e me deixou em paz pelo resto da noite.

No domingo, a mazela realmente bateu. Acordei bem tarde, acho que as 16 mais ou menos, e fiquei no mesmo faz-nada de sempre. Quando chegou a noite, eu estava a fim de sair [já tinha acabado de tomar o remédio] e não tinha ninguém a fim. Foi um saco isso, tive que mais uma vez ficar remoendo aqui pelo computador. Nesse dia, já foi difícil dormir, apesar de eu ter ido para a cama umas 4 da manhã. Eu realmente não tinha o que fazer na segunda. Não tenho aula na faculdade, nem ia ter do espanhol por causa do ‘carnaval’. Mais outro dia de seriados e computador. E isso somou à agonia que tá essa faculdade, em que eu vou estudar um assunto chato e inútil, além de outra cadeira que eu ainda não consegui nem ir para a aula. Outras duas cadeiras que eu ia pagar, a FCAP não aceita. Resumindo, eu já não estava empolgado com administração em Recife por causa da minha faculdade, chegando aqui tenho que pagar cadeira mala e a faculdade ajuda muito pouco em relação a isso. É, realmente, um saco.

Quando paro para pensar no futuro [e foi o que aconteceu bastante na segunda/madrugada da terça], não me vejo como um estagiário de logística  da Ambev, nem como um estagiário de marketing da Claro, nem como um estagiário em uma consultoria. Eu fico me perguntando por que eu estou fazendo administração, se uma grande parte das coisas não me interessa. Antigamente, eu gostava de números, de matemática e tal. Quando chegou o final do ensino médio eu comecei a fugir o máximo que podia das ciências exatas. Chegando na universidade, o trauma da cadeira de cálculo, somado com o de estatística e custos me fez perceber que essa não é uma área que me interessa. Eu vejo a galera do Movimento Empresa Júnior, um bocado de gente determinada, que parece saber de onde veio, onde está e para onde vai e eu realmente não consigo enxergar esse futuro para mim. Acho que o único lugar em que eu me sentiria relativamente confortável seria a Infohouse, mas toda vez eu acabo indo bater lá. Família é bom, eu goto muito deles, mas mesmo assim não consigo ver se tem um futuro realmente interessante para mim por lá.

Depois eu começo a pensar no que mais eu poderia fazer da vida. Acho que os dois únicos cursos que me interessariam de verdade seriam jornalismo e publicidade, mas não tenho vontade de cursá-los, não acho que valha a pena. Eu sempre tento me ver fazendo algo relacionado a música ou a tecnologia, mas eu entendo pouco de música [algo que me arrependo profundamente] e me restaria trabalhar com produção de eventos ou como produtor/empresário de banda. Produção de eventos é algo que eu gosto profundamente, sempre me empolgo com isso, desde o Oi Blues by Night ao Festival de Arte e Cultura da UPE, é algo que me interessa bastante. Empresário/produtor primeiro preciso de ter uma banda para fazer isso, apesar de já terem surgido alguns projetos que ainda não decolaram. Eu tinha vontade de trabalhar com a música propriamente dita, mas o mais perto que eu chego disso é sendo DJ [um hobbie] e sendo letrista, o que não leva a lugar nenhum sem alguém para produzir algo a partir das letras.

Além disso, eu desde que cheguei por aqui tive vontade de escrever um livro, transformar Tom em alguma coisa consistente e com possiblidade de venda. O número 5 já está pronto e o 6 eu estava escrevendo, mas ainda é muito pouco para ter alguma coisa realmente consistente, além de sempre ter a possibilidade de a história acabar virando um clichê, o que de vez em quando é bom comercialmente. Devido ao meu interesse por seriado, eu já pensei também em tentar trabalhar com roteiros, mas nunca tentei e não tenho nem ideia para onde vai.

Acaba que o mundo dá muitas oportunidades, tantas oportunidades que eu não sei nem o que fazer.

Ugo.

Danko Jones – Never Too Loud.

Valladolid .7

Fazia tempo, heheheh.

A semana passada foi bem corrida. Primeiro porque comecei a ir às minhas aulas, segundo porque tive que trocar várias vezes as cadeiras que vou fazer porque não eram aceitas pela FCAP. Inferno total isso, argh. Ainda mais porque a mulher da universidade estava infernizando minha vida para eu fazer minha matrícula com o DNI [o RG espanhol]. Meu pai teve que encher o saco do consulado  para conseguir que minha certidão de nascimento não demorasse tanto que eu não conseguisse me matricular na faculdade e no final das contas está tudo dando certo. Provavelmente a certidão chega aqui na quarta e eu consigo fazer meu DNI.

A semana não teve muita coisa nova. Fui na segunda para o Tandem, que é um evento de “language exchange” em que os intercambistas ficam conversando e trocando vocabulário de seus países. É bem legal, mas eu ainda estava doente e voltei para casa um pouco mais cedo. No resto da semana as coisas foram mais ou menos as mesmas. Faculdade, curso de espanhol e casa. Saí na quarta pro Juanita, foi legal, mas mais uma vez a gripe incomodou. Quinta e sexta fiquei em casa, quinta porque queria descansar e não sair no meio da madrugada no frio que faz aqui, e na sexta porque no outro dia eu ia viajar para Segóvia bem cedinho.

Bem que eu poderia ter desistido de ir para Segóvia, não tinha acordado lá muito bem, mas whatever. Dinheiro tinha sido dado e não tinha volta, então vamo que vamo. Pegamos o ônibus, em uma hora de viagem já chegamos em San Ildelfonso, um pueblito que é famoso pelo palácio de La Granja, uma residência da família real espanhola, principalmente no verão. O lugar é muito bonito, realmente. Tivemos uma guia contando a história do lugar, mas nada muito especial. Ela falou para que era cada um dos muitos quartos que tem por lá e explicitou a quantidade de luxo e frescura dos reis, rainhas, príncipes e princesas. Nada que me interessasse muito.

Depois de sair do Palácio, a gente foi no jardim, que é bem mais bonito e não inspira tanto a extravagância real, embora seja fruto dela. Obviamente, as coisas não estavam tão bonitas, porque, apesar de fazer um sol massa, era inverno e as árvores não tão lá muito bonitas. Entretanto, valeu a visita. Depois fomos a Segóvia propriamente. Chegamos lá e procuramos algo para comer, era a prioridade. Infelizmente, acabamos comendo kebab por causa da indecisão geral que demoraria anos para ser resolvida. Teve gente que foi comer os Lechazos [acho que são leitões] que são famosos por lá, mas disseram que a porção era pouca e não matava bem a fome. Comemos, enchemos o bucho e partimos. Faltava mais um lugar para ir: el Alcazar de Segovia

Jardines de La Granja

O Alcazar de Segóvia é uma fortificação feita com a intenção de defender Segóvia de quem que estivesse atacando. Fica localizado num penhasco, dando uma visão muito massa do vale. O Alcazar serviu também de residência real, prisão e academia militar. Infelizmente, para nossa viagem, houve um incêndio há uns 140 anos e que destruiu muita das coisas originais, com o guia falando sempre que a maioria do que tinha por lá era réplica. Tira um pouco do gosto da história. Depois do blábláblá do guia, fomos para a torre, que é o lugar mais alto do Alcazar. A escada que leva até lá realmente não foi projetada para um lugar histórico, e sim para uma fortaleza onde lá em cima teria uns 3 ou 4 guardas de vigia. Mal dá para passar uma pessoa subindo e outra descendo, é realmente muito estreito e um prato cheio para os claustrofóbicos. Foi um saco a subida, outro saco a descida. Se bem que, por lá, a visão realmente era muito legal, o chato mesmo era o despreparo do lugar para tantos turistas, imagino no verão como deve ser.

Depois disso, voltamos para Valladolid, numa viagem regada a muitos roncos. Quando chegamos, o povo já estava marcando um Pub Crawling [sim, eles não param] e eu mais uma vez tive que recusar por falta de condições físicas. De noite, encontrei a neosaldina, uhul! Tomei uma perto da hora de dormir e não senti muita diferença. No domingo, tomei outra e, faltando 40 minutos para o basquete, mais uma. Resultado: reação alérgia a dipirona, minha pele cheia de manchas. Ainda bem que essa foi a reação alérgica, hehe. Deu para jogar com a galera lá por uma hora e meia e depois voltar para casa, com o pulmão uma merda, mas tudo bem. Descansei o resto da noite, recusei sair de tapas [sair para comer entradinhas ‘tapas’ em alguns bares] e fiquei em casa.

Hoje, acordei, resolvi minha bronca na prefeitura com certa facilidade [precisava de um documento para dar entrada no DNI], peguei um ônibus que passa lá perto de casa, mas que até onde eu desci dele junto com todos que dentro estavam, não passava nem por perto. Tá bom que eu o vi dobrando no sentido correto depois, mas a merda já estava feita. Andei uns 15 minutos até em casa, deixei minha bolsa [a intenção era pegar mais dinheiro, mas acabei esquecendo] e fui na farmácia. Lá a simpática farmacêutica [sim, quem trabalha em farmácias aqui é formado, não é aquela bagunça de Recife que vez ou outra se encontra alguém meio ‘perdido’ por lá],  ia me vender paracetamol [que não tenho alergia], mas me ofereceu um brother aqui chamado Frenadol. É um complexo de um bocado de coisas que no final das contas parece Cebion com paracetamol. Ele é granulado, então você tem que botar num copo e botar água, feito as vitaminas C. O gosto é similar, mas bem mais azedo. Espero que funcione. A bronca é que só tomei 2 hoje e amanhã não tomo por causa de Salamanca. Quarta eu volto ao tratamento.

Provavelmente, quarta eu volto ao blog também.

Ugo.

The Mighty Mighty Bosstones – Live from the Middle East

Valladolid .6

Integration Weekend, te quero de novo. Acabei de passar um dos melhores fins de semana da minha vida, mesmo com quase nenhum luxo e com uma gripe do além. O fim de semana começou com uma ‘viagem’ [30 minutos de ônibus para mim é menos que ir para a faculdade em Recife..] para Duenas, um pueblito onde fica o albergue onde nos hospedamos. Do meu lado no ônibus, Monika, uma lituana que eu não conhecia e que mostrou ser interessada em artes, cinema e gostava de ouvir singing poetry, alternativo demais para mim. Gente fina ela, o país da coitada tem 3,3 milhões de habitantes, enquanto a Região Metropolitana do Recife tem quase 3,7 milhões, apesar de obviamente a densidade demográfica ser mínima. O translado passou num instante, até porque não tinha como não, o lugar é muito perto. Quando chegamos, ajudamos o povo da organização a descarregar as coisas e fomos escolher nossos quartos. No melhor estilo albergue, cada quarto devia ter uns 10 beliches, coisa que normalmente eu não gostaria, mas foi legal para o povo ficar conversando e se enturmar mais.

Arrumação feita, voltamos para o salão principal, onde aconteceram as festas, o karaokê e outras brincadeiras, e fizemos uma dinâmica para conhecer as pessoas que estavam lá, já que eram 70 e provavelmente cada um conhecia a 10 no máximo. Para isso, fomos divididos em seis grupos, ficando eu no grupo 1. Aconteceram algumas brincadeiras para que conhecessemos uns aos outros e decorássemos os nomes uns dos outros. No meu grupo, José Luis era o coordenador, tinha um americano chamado Abraham, uma francesa chamada Annelore, uma outra chamada Federica, uma eslovaca chamada Katarina, um italiano chamado Nico, uma inglesa chamada Helen, um português chamado Luís, outra inglesa chamada Frankie e uma […] chamada Daniela, que não lembro direito de onde ela é, mas creio que seja da Polônia.

Depois da integração, as pessoas foram se arrumar e conversar um pouco. Eu fiquei com José Luis e Eduardo [dois que fazem parte da organização da ESN – Valladolid, não são uma dupla sertaneja] e fomos arrumar o som da festa. Som muito massa, com tudo que era necessário para fazer uma festa massa. Obviamente que ia faltar algum cabo para complicar a história, mas eu tinha minha bolsa mágica de adaptadores. Quando chegamos na sala de jantar, fomos os últimos, Juan pediu uma salva de palmas para o ‘auxiliar técnico e dj’ Ugo, que ficou um tanto quanto envergonhado, mas bola pra frente, hora de jantar. Para falar a verdade, não lembro o que jantei. Acho que era macarrão carbonara e depois serviram almôndegas. Ou isso foi o almoço do outro dia? Who cares.. Pois bem. Eu tava um pouco doente essa hora, mas depois de comer melhorei um pouco [vale ressaltar que tomei uma neosaldina também].

Quando fui me arrumar para a ‘Pijama Party’, tinha um bocado de gente conversando no quarto e depois a maioria sumiu. Acabei de me arrumar e fui procurar onde tava o povo. A sala de jantar tinha virado um cassino, quase, a única diferença era que não se jogava por moedas, se jogava por bebidas [shots]. Tinha uma roleta de shots e várias brincadeiras diferentes por lá. Esse esquenta demorou uma hora e meia mais ou menos, tempo que passou rapidamente por causa de tanta diversão. Eu ‘dei a sorte’ de cair um shot de Absinto [do forte] para mim. Não sei se foi o shot ou alguma outra coisa, mas desde então o mundo ficou mais alegre, sorridente e a minha dor de cabeça/garganta tinha dado trégua. A festa foi massa, toquei de 1 da manhã até umas 5 e meia, 6 horas. Reconheço que estava um tanto quanto embriagado, o que me fez tocar algumas coisas inusitadas, a exemplo de Ivete Sangalo e Alejandro Sanz cantando Corazón Partío, mas dane-se, acho que a galera gostou. Depois disso, obviamente, cama. Energia era zero.

Acordei no outro dia com fome, sede, dor de cabeça, congestionamento nasal e o diabo a 4. Quem disse que eu me importava? Sofri feito um condenado até sair à quadra e jogar um pouco de basquete com a galera [isso mesmo, quase morrendo fui jogar basquete. Pode chamar de secura ou heroísmo, depende do ponto de vista]. No começo a gente ficou só arremessando a bola sem compromisso, mas quando chegou mais gente decidimos fazer uma partida. Como eram 2 homens e 2 meninas contra um time de igual composição, não imaginei que teria algum problema eu jogar de óculos. Claro que tinha, né? Mutley tá aí pra isso. Na tentativa de fazer uma cesta entrei em contato com Kris, um belga de uns 1,90m e o cotovelo dele, eu creio, bateu nos meus óculos, que entortaram um bocadinho. Azar do cão, fui tirar os óculos e ficar de lente.

Deu a hora do almoço e nos reunimos na mesma sala onde jantamos e fizemos a jogatina na noite anterior. Almoçamos alguma coisa, aí sim creio que foi carbonara + almôndegas, e logo depois nos chamaram para uma sessão de chill out / massagem na sala de televisão. Foram umas 25 pessoas dessa vez. Acho que ninguém lá sabia que eu era razoavelmente bom fazendo massagem, mas acabei me juntando a Federica, a francesa do meu grupo. Quando acabei o ‘serviço’, ela disse que foi a melhor massagem da vida dela [pontos pra mim!] e depois retribuiu a massagem. Depois disso, começou uma música de relaxamento e ficamos lá dando um cochilo até umas 4 ou 5 da tarde. Quando me levantei de lá, fui jogar basquete de novo [a secura tava grande!], dessa vez de lentes. Durante isso, também fizeram um karaokê no salão de festas, onde a galera cantou música do mundo todo. O povo ficou conversando um tempinho até dar a hora do jantar. Comemos e fomos nos arrumar para a seguinte festa, a festa do branco, onde todos, obviamente, estavam vestidos com algo branco [a tirar por algumas pessoas sem muita noção]. Dessa vez, depois do jantar eu estava mal de novo. Decidi tirar um cochilo de meia hora, que inteligentemente ampliei para ser um cochilo de quase uma hora. Depois, o esquema foi o mesmo, se arruma, esquenta-cassino e depois festa. A diferença dessa vez foi que eu no meio da noite passei o comando para Pajares, outro coordenador da ESN, e fui aproveitar a festa merecidamente.

No outro dia, menos ressaca [estava mais doente, bebi bem menos] e o mesmo inferno nasal que me acomete até hoje [e que tudo indica que amanhã estará dando tréguas]. Tomei café da manhã, conversei um pouco e fui jogar mais basquete. Almoço, massagem/chill out no mesmo esquema. Fiz massagem em Marta e Sara, duas espanholas, e em ser estranho. Quem é ‘ser estranho’? Não sei. Eu falei primeiro com ela na primeira festa, mas não lembro seu nome de lá. Tampouco lembro de onde ela é. A única coisa que sei é que ela não fala quase nada de espanhol. O pior é que ninguém sabe direito quem é ela ou o nome dela. Não sei nem quem são os amigos dela porque ela não tinha um grupinho fixo. Resumindo, ser estranho. Como eu nunca nego massagem, ela fez em mim e eu retribui. Durante isso, ri demais com uma grega louca que estava lá. Ela é meio transtornada da cabeça. Fez uma massagem em Eduardo [o mesmo que me ajudou a ajeitar o som] em que dava uns tapas muito barulhentos e fazia a galera rir horrorres. Depois que as coisas se aquietaram, mais cochilo. Quado acabou o chill-out, já era hora de arrumar as coisas para ir. Não sem antes jogar uma partida de basquete contra Andrés, um amigo do México. Ele ganhou por 7-5, mas o jogo foi divertido. Depois disso, ônibus para Valladolid, onde voltei mais uma vez conversando com Monika. Chegando na Plaza de la Universidad, me despedi da galera e fui para o antro da salvação: o Jardim de Istambul. Kebab de jantar [a vontade de cozinhar ou preparar algo definitivamente não existia em mim] e me fui para casa. Guardei as coisas [estou com um bocado de roupas sujas que venho lavando desde ontem] e fui dormir.

Assim acabou um dos melhores fins de semana da minha vida.

Ugo.

Franz Ferdinand – Tonight

 

Psycho

É assim que eu chamo mentalmente minha querida/odiada companheira de apartamento. Abelin, a francesa que divide o ap junto a mim e a Mària, é um ser a parte, tão atípica que eu acabo me identificando com ela, embora em vários momentos discorde do comportamento dela.

Assim como eu, ela passa quando está em casa tá vendo seriados e só sai do quarto para ir no banheiro ou na cozinha, voltando o mais rápido possível. Uma coisa que eu faço também, porém com um detalhe: quando alguém passa na minha frente eu dou um hola, enquanto ela só fala se requisitada. Ela tem uma certa obsessão por limpeza e organização que tem seu ponto forte: ela organiza as coisas da cozinha, embora faça algumas coisas sem avisar, como por exemplo tirou minhas coisas de uma prateleira que devia ser dela e colocou numa prateleira vazia. Não vi nada contra isso, até porque o motivo era bem óbvio, mas o que custava ter me avisado que tinha colocado?

Quando eu cheguei em casa do Integration Weekend [cujo post deve sair hoje ainda], tinha um papel pregado na geladeira informando como era a limpeza da casa, com ela dizendo que era semanal e a cada semana uma pessoa faria a limpeza. Por mim tá beleza, se a senhorita disse…

Ela é estranha e é muito na dela. A eslovaca disse que ela só anda com as amigas francesas dela e já recusou vários convites para sair.

Ser estranho, mas inofensivo. Acho que vai custar muito para que eu pare de chamá-la mentalmente de psycho.

Ugo.

Edward Sharpe & The Magnetic Zeros – From Below

Valladolid .5

Pois bem, o fim de semana foi um total zero a esquerda na minha vida. Acordei no sábado la pra meio dia, Joh foi lá na residência, almoçamos e ele foi embora porque tinha que pegar o avião pra Barcelona. Passei o dia todo em casa, dormi, acordei no domingo, passei  o dia todo em casa, blá blá blá, dormi de novo.

Segunda-feira, recomeço de correria. Fui no ministério da integração tentar tirar minha carteira de saúde europeia, levei mais um fora da mulher lá e fui procurar uma solução alternativa para poder me matricular na faculdade. Acabou que tive que fazer um seguro privado, mesmo sendo espanhol e tendo direito ao sistema de saúde, né foda..

Teoricamente era para eu ter me mudado na segunda de tarde, mas quando cheguei lá, de mala e cuia, não tinha ninguém em casa e a minha atual companheira de piso não atendia o celular. E aí? Liguei para Rafa e deixei minhas coisas na casa dela. Fui para a primeira aula de espanhol com Bela. Chegamos lá e nossa professora era Raquel, uma cantabriana muito engraçada que já tinha cativado a gente desde o dia do teste de nível. A bronca era que na lista que divulgaram eu estava como aluno do Intermedio 1, enquanto as professoras tinham me dito que eu era Intermedio 2, a sala que estava no momento. Pedi para ela olhar isso e ela ficou de me dizer um dia depois. Depois da aula, finalmente me mudei para minha nova residência e me arrumei que as meninas queriam ir no El Tio Molonio, um barzinho aqui perto onde os Erasmus vão na segunda. Fomos lá e ficamos um tempinho, bar legal.

Terça-feira é o dia da mazela Erasmus. Não tem festa, não tem nada. Tive que resolver minhas coisas mais uma vez e fui à Mapfre ver quanto saía o seguro. A surpresa foi boa: 120 euros por 1 ano de seguro, válido para a matrícula da universidade. Ainda assim, tinha que contactar a nave-mãe para ter a autorização e fazer o seguro. Fui mais uma vez à aula de espanhol e voltei para casa. A eslovaca me chamou para ir num bar de tapas [aperitivos, entradas] com uns amigos dela, mas eu não estava nem um pouco a fim. Fiquei em casa para economizar dinheiro e descansar. Jurava que na quarta ia acordar relativamente tarde, mas foi um belo de um engano. Acordei 8h30 para ir no banco pagar a matrícula do espanhol e ir lá [e é longe esse curso] me matricular. Voltando de lá, fui na Mapfre fazer o seguro. A mulher que me atendeu disse que me ligaria ou de tarde ou na quinta de manhã. Beleza, mais uma aula de espanhol e nada do celular. É claro que ela vai me ligar de manhã e me acordar, mas faz parte. Fui pro Juanita Calamidad, o bar das quartas, teve um show DJ + saxofonista que foi bem legal. Voltei num mix de chuva e frio, completado por poças de água inesesperadas no caminho. Provavelmente foi isso que causou a gripe que eu estou agora.

Na quinta, fui realmente acordado pela mulher da Mapfre dizendo que o seguro estava pronto e era só ir lá assinar e pagar. Ainda passei uma meia horinha de preguiça na cama e fui lá. Com essa bronca resolvida, fui na Casa do Estudante para pagar o Integration Weekend. José e David me ajudaram indo lá no banco e depois a gente foi ver a história do som que eles iam alugar para usar nas festas do fim de semana. Passei bem uma hora e meia andando pela cidade e vendo essas coisas, fui na parte de mídia da faculdade, coisa fina. Estúdios de gravação com uma tecnologia invejável, embora não saiba o que eles gravam por lá. De noite fui no Cuore, que demorou MUITO para chegar gente, ao mesmo tempo em que minha gripe ia piorando. Quando deu 2 e pouca eu desisti e voltei para casa.

Chegando aqui, vi que tinha que fazer alguma coisa para melhorar  e poder curtir o Integration Weekend bem. Tomei 1 litro de suco de laranja, uma neosaldina e fui dormir. Uma noite bem perturbada, cheia de sonho, pesadelo, suor e um quase-exorcismo de mim mesmo, mas sobrevivi. Acordei melhor hoje, embora longe de estar 100% e saí para comprar algumas coisas que eu precisava para o fim de semana. Comprei uma calça de esportes da Adidas em promoção [apenas 18 euros] e uma ‘sudadera’ da Champion [25 euros]. Voltei para casa, comprei as cervejas que vou levar e cá estou a 5 minutos de sair de casa. Depois conto como foi o finde.

Ugo.

David Guetta – One Love

Valladolid .4

Onde foi que eu parei mesmo? Já fazia um tempo que eu não escrevia nada por aqui.

Pois bem, na sexta acordei e fui para o Dia de Orientação da Universidad de Valladolid. É o evento em que a responsável pelo setor de relações internacionais dá as informações mais importantes [e 95% das coisas a gente já sabia] e tira algumas dúvidas. Além dela, o grupo de montanhismo da faculdade, o responsável pelo setor de esportes e os representantes da Erasmus Student Network em Valladolid [que falaram das festas e viagens que vão acontecer].Depois disso, fomos a um café que tem na Casa do Estudante [onde aconteceu esse evento] e tinha uns salgadinhos [Cheetos, Ruffles, etc. Nada de coxinha e empadinha :(] e o povo conversando nas mesas. Conheci por lá Soraya, uma mineira que tava mais perdida que cego em tiroteio e ainda não tinha um apartamento. Ela e um italiano iam procurar e perguntaram se eu queria também, disse que sim, mesmo tendo mais esperança no apartamento da Eslovaca que eu tinha falado no Facebook.

Depois da Casa do Estudante, fui pro Alfonso VIII [que foi minha residência até segunda-feira] e esperei Joh chegar lá. Almoçamos no Jardim da Babilônia, um restaurante árabe que por 5 dias seguidos me serviu kebab até eu me estabelecer por aqui. Depois disso, fomos andar e procurar uma mala para Joh, que precisava dela para levar o que ele tinha comprado na viagem e ainda ia comprar em Barcelona. Andamos, andamos e andamos, Joh avistou o lugar onde compraria e depois voltou pro Albergue, pois a gente tinha que se arrumar para o Pub Crawling, evento em que todos saem de bar em bar tomando alguma coisa para conhecer os melhores bares.

Às 21h15 mais ou menos fomos ao lugar marcado e nos reunimos com outros Erasmus. Cada um deu 10 euros para que eles comprassem as bebidas nos bares e organizassem tudo. Não lembro muito bem o nome dos bares, mas a gente foi para uns bem legais. No primeiro, a gente aprendeu como se põe sidra no copo.

Aprenda como se põe sidra no copo

No segundo, a especialidade era um copão cujo nome esqueci de provavelmente uns 600 ou 700 ml com algum drink. Alguns copos foram servidos e outros foram divididos em chupitos [copos de shot] para a competição de que equipe tomava todos os chupitos primeiro [ah sim, no bar da sidra a gente se juntou em 2 grupos para ver quem acabava com a garrafa de sidra primeiro, acabamos perdendo por 2 minutos]. Perdi mais uma vez. A culpa não foi minha e a disputa foi acirrada, mas não deu. Ganhei os óculos rosas que me acompanham nas fotos do Facebook.

O terceiro foi o melhor. De longe foi o que mais deu para beber e se divertir, pois o povo tava muito entrosado. Quando eu perdi no primeiro bar eu ganhei uma coroa de princesa que tratei logo de trocar com um cara chamado Bartek, polonês. O coitado ganhou o apelido de princesa pelo resto da noite [e eu me safei]. Nesse terceiro bar a tradição era os porrones, um tipo de recipiente que parece com alguma ferramenta de alquimia e que se bota algum líquido. Lá tinha vino dulce, cerveja e sangría, ao mesmo tempo em que tentávamos beber com o porrón [acho que acertei o nome, não?] o mais longe possível.

Assim que se bebe o porrón, mas pode beber sozinho também.

O quarto bar foi só para o pit stop. Um pouco de cerveja ou vinho e um croquete, que não comi, de queijo. O quinto, salvo engano, foi um perto lá de casa. O bar era bem pequeno e a gente, quando chegou, tratou de não deixar espaço nem para andar [éramos uns 30]. Tomamos um shot de café com alguma coisa que estava pegando fogo e depois fomos para outro bar, já que era complicado ficar nesse. O sexto era maior e mais espaçoso, mas também não passamos muito tempo. Pegamos um copo mais ou menos do mesmo tamanho que o outro e as pessoas se juntavam com 4 canudos para beber tudo de uma vez só.

O sétimo, e último pelo menos para mim, foi o The Little Bottle, um dos bares ‘oficiais’ da Erasmus. Lá a gente ganhou 1 rodada de tequila grátis e foi dançar e se divertir. Tive um belo fim de noite com Heinekens 2×1.

Os relatos de sábado a terça eu coloco mais tarde, pois são mais rápidos de escrever e no momento eu tenho que resolver algumas coisas. Lembrando que no meu Facebook tem algumas fotos dessa noite que eu não consigo colocar aqui porque mudaram algumas configurações por lá, argh.

Ugo.

Arctic Monkeys – Your Favourite Worst Nightmare