Fazia tempo, heheheh.
A semana passada foi bem corrida. Primeiro porque comecei a ir às minhas aulas, segundo porque tive que trocar várias vezes as cadeiras que vou fazer porque não eram aceitas pela FCAP. Inferno total isso, argh. Ainda mais porque a mulher da universidade estava infernizando minha vida para eu fazer minha matrícula com o DNI [o RG espanhol]. Meu pai teve que encher o saco do consulado para conseguir que minha certidão de nascimento não demorasse tanto que eu não conseguisse me matricular na faculdade e no final das contas está tudo dando certo. Provavelmente a certidão chega aqui na quarta e eu consigo fazer meu DNI.
A semana não teve muita coisa nova. Fui na segunda para o Tandem, que é um evento de “language exchange” em que os intercambistas ficam conversando e trocando vocabulário de seus países. É bem legal, mas eu ainda estava doente e voltei para casa um pouco mais cedo. No resto da semana as coisas foram mais ou menos as mesmas. Faculdade, curso de espanhol e casa. Saí na quarta pro Juanita, foi legal, mas mais uma vez a gripe incomodou. Quinta e sexta fiquei em casa, quinta porque queria descansar e não sair no meio da madrugada no frio que faz aqui, e na sexta porque no outro dia eu ia viajar para Segóvia bem cedinho.
Bem que eu poderia ter desistido de ir para Segóvia, não tinha acordado lá muito bem, mas whatever. Dinheiro tinha sido dado e não tinha volta, então vamo que vamo. Pegamos o ônibus, em uma hora de viagem já chegamos em San Ildelfonso, um pueblito que é famoso pelo palácio de La Granja, uma residência da família real espanhola, principalmente no verão. O lugar é muito bonito, realmente. Tivemos uma guia contando a história do lugar, mas nada muito especial. Ela falou para que era cada um dos muitos quartos que tem por lá e explicitou a quantidade de luxo e frescura dos reis, rainhas, príncipes e princesas. Nada que me interessasse muito.
Depois de sair do Palácio, a gente foi no jardim, que é bem mais bonito e não inspira tanto a extravagância real, embora seja fruto dela. Obviamente, as coisas não estavam tão bonitas, porque, apesar de fazer um sol massa, era inverno e as árvores não tão lá muito bonitas. Entretanto, valeu a visita. Depois fomos a Segóvia propriamente. Chegamos lá e procuramos algo para comer, era a prioridade. Infelizmente, acabamos comendo kebab por causa da indecisão geral que demoraria anos para ser resolvida. Teve gente que foi comer os Lechazos [acho que são leitões] que são famosos por lá, mas disseram que a porção era pouca e não matava bem a fome. Comemos, enchemos o bucho e partimos. Faltava mais um lugar para ir: el Alcazar de Segovia
O Alcazar de Segóvia é uma fortificação feita com a intenção de defender Segóvia de quem que estivesse atacando. Fica localizado num penhasco, dando uma visão muito massa do vale. O Alcazar serviu também de residência real, prisão e academia militar. Infelizmente, para nossa viagem, houve um incêndio há uns 140 anos e que destruiu muita das coisas originais, com o guia falando sempre que a maioria do que tinha por lá era réplica. Tira um pouco do gosto da história. Depois do blábláblá do guia, fomos para a torre, que é o lugar mais alto do Alcazar. A escada que leva até lá realmente não foi projetada para um lugar histórico, e sim para uma fortaleza onde lá em cima teria uns 3 ou 4 guardas de vigia. Mal dá para passar uma pessoa subindo e outra descendo, é realmente muito estreito e um prato cheio para os claustrofóbicos. Foi um saco a subida, outro saco a descida. Se bem que, por lá, a visão realmente era muito legal, o chato mesmo era o despreparo do lugar para tantos turistas, imagino no verão como deve ser.
Depois disso, voltamos para Valladolid, numa viagem regada a muitos roncos. Quando chegamos, o povo já estava marcando um Pub Crawling [sim, eles não param] e eu mais uma vez tive que recusar por falta de condições físicas. De noite, encontrei a neosaldina, uhul! Tomei uma perto da hora de dormir e não senti muita diferença. No domingo, tomei outra e, faltando 40 minutos para o basquete, mais uma. Resultado: reação alérgia a dipirona, minha pele cheia de manchas. Ainda bem que essa foi a reação alérgica, hehe. Deu para jogar com a galera lá por uma hora e meia e depois voltar para casa, com o pulmão uma merda, mas tudo bem. Descansei o resto da noite, recusei sair de tapas [sair para comer entradinhas ‘tapas’ em alguns bares] e fiquei em casa.
Hoje, acordei, resolvi minha bronca na prefeitura com certa facilidade [precisava de um documento para dar entrada no DNI], peguei um ônibus que passa lá perto de casa, mas que até onde eu desci dele junto com todos que dentro estavam, não passava nem por perto. Tá bom que eu o vi dobrando no sentido correto depois, mas a merda já estava feita. Andei uns 15 minutos até em casa, deixei minha bolsa [a intenção era pegar mais dinheiro, mas acabei esquecendo] e fui na farmácia. Lá a simpática farmacêutica [sim, quem trabalha em farmácias aqui é formado, não é aquela bagunça de Recife que vez ou outra se encontra alguém meio ‘perdido’ por lá], ia me vender paracetamol [que não tenho alergia], mas me ofereceu um brother aqui chamado Frenadol. É um complexo de um bocado de coisas que no final das contas parece Cebion com paracetamol. Ele é granulado, então você tem que botar num copo e botar água, feito as vitaminas C. O gosto é similar, mas bem mais azedo. Espero que funcione. A bronca é que só tomei 2 hoje e amanhã não tomo por causa de Salamanca. Quarta eu volto ao tratamento.
Provavelmente, quarta eu volto ao blog também.
Ugo.
The Mighty Mighty Bosstones – Live from the Middle East