Never miss a Beats

Um pensamento interessante, que eu acho que não é exclusivo meu, é o de que tudo é motivo de festa. Festa não necessariamente é balada, pode se comemorar alguma coisa no tuntz tuntz da Nox ou de outro lugar badalado onde rolam as baladas. A gente [a gente quem, cara pálida? não sei. pode ser só eu, podem ser só meus amigos, pode ser Recife ou pode ser o universo inteiro, junto com nossos amigos marcianos] transforma qualquer fato em um motivo pra brindar e comemorar.

Há muitos feriados religiosos em que a gente passa [distante até] do pão e vinho e da palavra de Mr. Jesus. A Semana Santa, tenho pena dela. Não sei bem por que ela existe [visto que meu entendimento religioso é muito insignificante], mas acho que as novas gerações vão acreditar que na semana santa se comemora a festa de Baco, o famoso bacanal. Vão dezenas de milhares [se não centenas, não sou o IBGE] pro interior de Pernambuco [não posso generalizar o Brasil/mundo todo porque não sei os costumes dos outros] com o intuito de, como diria o sábio lá do Aviões do Forró, [acertei a banda?] ‘beber, cair e levantar’. Não que eu tenha algo contra beber, muito pelo contrário.. Eu até tou achando que esse parágrafo tá bem rebelde. Anyway, o intuito da Semana Santa acaba sendo mascarado pela bagaceira geral que ocorre nas cidades. MÂÂS, deixa pra lá. O importante é que os feriados religiosos, a maioria católicos para o temor do Papa, viraram mais desculpa pra fazer farra.

Além dos religiosos, a partida/chegada de alguém é sempre hora de fazer festa. Eu sou exemplo disso: antes de viajar pra Barcelona ano passado, me despedi tanto dos meus amigos e familiares que parecia que ia pra lá ficar até 2020. Amanhã mesmo, está na minha agenda ir pra mais uma despedida. Chegada é a mesma coisa. Quando eu voltei, foram dias comemorando que tinha voltado à minha [nem-sempre-tão-querida] terra brasilis.

Não sei especificar até onde vai exatamente o significado da comemoração [o real motivo] e onde começa o oba oba de ser apenas mais um motivo pra farrear. Suspeito ainda que isso seja aplicável a qualquer tipo de festa, já que até em chá-de-bebê [acho que nunca fui a um, mas pelo que eu sei é assim] o ‘chá’ tem teor alcóolico. Provavelmente, no dia que houver uma boda de 200 anos de casamento [sinta-se livre a dar um nome a ela] haverá bebida. De vez em quando, por mais estranho que pareça, há bebedeira depois de enterro [beber no cemitério durante a cerimônia também é lasca, vamos com calma]. Logicamente, ninguém vai tomar um pife comemorando a morte de um ente querido [falei ente [b]querido[/b], em momento algum disse alguma coisa sobre as sogras odiadas por alguns]. É uma forma de consolo.

Logicamente, não tou cobrindo todos os motivos que fazem com que a gente comemore [ou bebemore, na maioria dos casos]. Tem aqueles como os títulos do Sport [se a gente fosse comemorar cada vitória, como fazem os outros times, teria muito nego morrendo de cirrose hepática], assim como quando se passa no vestibular, quando a pessoa se forma no colégio/faculdade [festa de formatura é uma das melhores que tem] além de dezenas de outros motivos pra se fazer uma farra daquelas.

O importante é que a gente nunca perde um chance de comemorar [o que é muito bom]. We do never miss a beat [ps: a letra da música nada tem a ver com festa], ou, no caso de quem vai a Nox e a outros lugares que servem aquela cervejinha bizarra chamada Skol Beats, they do never miss a Beats.

Ugo.

Zeca Baleiro – Líricas

To bermuda, or not to bermuda?

Aqui em Recife, todo dia eu sofro com esse maldito calor. Quaisquer 5 minutinhos que eu passo na rua, sinto o mormaço me atacando e não tenho nem como me defender. Como universitário lascado [por enquanto, espero] que sou, tenho que ir diariamente de ônibus e enfrentar caminhadas que acabam fazendo com que eu chegue no meu destino com a aparência de um maratonista cabeludo depois de horas correndo alucinadamente.

Por causa disso, todo dia eu me questiono: to bermuda, or not to bermuda? Se eu for de bermuda, vai fazer menos calor [não que eu deixe de sentir calor por não usar bermuda, mas já diminui um pouco] e consequentemente vai ser melhor. Mas ao chegar no cursinho eu vou sentir um frio digno dos meus hermanos dinarmaqueses, porque lá o ar condicionado é tão frio que nem o casaco resolve o problema. Isso porque eu estou longe de ser o maior friorento do mundo, com total certeza!

Por outro lado, se eu for de calça, o calor parece ser mil vezes maior que indo de bermuda. Nas calças, parece que fica uma massa de ar quente fazendo festa por lá e, como a gente aprendeu nas aulas de física que o governo quer tirar do currículo escolar [deixando somente as matérias português e matemática], o ar quente ascende, aquecendo mais ainda a parte do superior do meu corpo. Eu sinceramente não sei o que fazer. Se pudesse, iria de carro [ok, Elisie, brigado pelas caronas mil, mas eu gosto de chegar 15 minutos antes da aula na faculdade], e assim poderia ir de calça tranquilamente porque não teria que fazer essas mini-procissões que eu faço pra chegar na faculdade ou no cursinho.

Isso também me lembra de que a gente segue umas malditas normas conservadoras [e delas meu pai vai lembrar e ficar me pentelhando] que dizem que a gente tem que ir pros lugares de calça [preferencialmente jeans], ignorando que fora da maldita repartição tá um calor infernal! Pra jurar a bandeira, tem que ir de calça. Pra ir na Polícia Federal, tem que ir de calça. Por que isso? Pra que diabos a etiqueta diz que não podemos ir de bermuda pros lugares, principalmente quando faz um calor desses? Não deveria haver diferenciações por causa disso.

Quando fui ao exército ver a papelada da minha carteira de reservista, tive que ir todo ajeitadinho [depois que fui lá e não pude entrar porque estava de bermuda] mesmo no abafado a la boca do inferno que tava. Depois, ainda tive que ir na Polícia Federal tirar minha certidão de antecedentes criminais [todo mundo sabe que eu sou perseguido pela Interpol]. Peguei ônibus, andei mais um bocado, cheguei lá. Até dentro da maldita repartição tava quente. Resolvi minha bronca e viva! Disseram que eu tinha que autenticar essa certidão num cartório específico lá no centro. E lá vai Ugo pegar mais um ônibus, andar mais 15 minutos e suar mais um bocadinho. Pra minha ‘sorte’, eu não tinha que ir pra faculdade ou pro cursinho, porque a essa hora meu estado já era deplorável e eu precisava urgentemente de um banho.

Pra mim, fica o questionamento: por que diabos tenho que ir de calça pra esses lugares? Bermuda morde? Recife ainda tá traumatizada com o homem da perna cabeluda? Queria ver argumentos convincentes para essa regra bizarra que impera por aqui, embora no resto do mundo seja adotada também, creio eu.

Voltando desse questionamento sobre as repartições públicas e companhia, continuo na minha, pelo que me parece ser, infindável dúvida sobre ‘que roupa usar’. A estética nem tá sendo levando em conta no caso, já que não é a minha maior preocupação no meu segunda-a-sexta . Só queria saber o que fazer pra não ter que sofrer tanto com esse calor que não cessa nem no inverno.

Pra quem for sugerir algo como ‘se muda pra Noruega’, me diga o endereço que eu mando o troféu Joinha de honra ao mérito pra sua casa, frete grátis 🙂

Ugo.

Devil Doll – The Girl Who Was… Death!

Bomba instantânea de felicidade [BIF]

No overall, eu não passei um dia muuito alegre hoje. Dormi muito pouco, tive que ir pra aula e não fiz nada de produtivo a tarde toda, tampouco agora de noite, só consegui ler 10 incisos do art 5º da CF [= nada]. Mââs, ao sair pesquisando aqui no Wikipédia por um cd ao vivo da banda Spock’s Beard, só pra tirar uma dúvidazinha em relação à ordem das músicas que tava errada aqui no computador, me deparei com a notícia de que os membros de uma de minhas bandas favoritas, chamada Transatlantic, decidiram se reunir pra gravar um cd novo, com previsão pra esse ano ainda.

Essa notícia me causou uma felicidade instantânea, pois não era algo que eu esperava e foi uma notícia bastante feliz. Isso me levou a pensar que, se a infelicidade pode ir construindo uma fortaleza com os acontecimentos mais recentes [e em alguns casos acontecimentos bastante antigos], uma notícia ou alguma coisa bastante inesperada ou igualmente expectada pode agir como uma bomba instantânea de felicidade, carinhosamente ‘assiglada’ de BIF. O que ocorreu hoje comigo endossa minha teoria: estava eu puto da vida por não ter ido ao Quintal PE, por não ter dormido quase nada, por ter tido aula num domingo de manhã e por não ter feito nada no resto do dia. Quando eu li a notícia, a BIF destruiu toda essa infelicidade que foi se construindo no decorrer das últimas 24 horas.

Então, dá pra concluir que, não importa o quão cabuloso seja o dia, não importa se o djabo tirou o dia pra tocar o terror na tua vida, há sempre a possibilidade de que algo causador de uma felicidade imensa aconteça e acabe com toda essa mazela emocional que esteja acontecendo. Só que é meio difícil uma BIF cair na cabeça de uma pessoa toda hora, deixando esse hipotético felizardo anestesiado de toda e qualquer desgraça que venha acontecer, até porque se caísse toda hora, o mundo viveria num estilo a la ‘why so serious?’ e as coisas não dariam muito certo.

Só restam três considerações finais: a primeira é que a gente tem que ir construindo a felicidade tijolo por tijolo, sem deixar que a infelicidade se aposse da ‘fortaleza’, a segunda é que é sempre possível cair uma BIF, e a terceira é a mais legal: Mama, se prepara que, em acontecendo de o Transatlantic não pairar pelas terras brasilis, minha aparição por aí é dada como quase certa!

Ugo.

Transatlantic – Live in Europe [quem sabe eles não gravam outro DVD igual a esse… quem sabe eu não estarei na platéia, mwahahahah!]

Num ônibus repleto de galerozos.

Alguém que tenha começado a ler esse blog e tenha mantido o hábito de frequentar aqui uma vez ou outra perdida, deve ter notado que,  da quinta 16 [quando foi criado o blog] até a quinta 23 [aniversário de 1 semana], eu estava postando mais ou menos 1 post por dia. Desde quinta de noite que não postei nada, mas foi porque deu branco mesmo. O assunto que eu ia escrever na sexta de noite, preferi deixar pra depois. E aí não consegui mais arranjar assunto pra escrever.

Esclareço logo que esse blog não tem regimento algum que me obrigue a manter um ritmo de postagem, mas desde que eu acho legal ficar escrevendo e acho uma atividade bastante válida, então quero tentar manter um ritmozinho legal. Mââs, eu sempre vou tentar manter o mínimo de qualidade dos posts. Para mim, não vale a pena eu escolher uma palavra do dicionário e começar a escrever na doida sobre isso. Prefiro sempre usar algum fato vivido, alguma coisa que escutei e que valha a pena falar sobre ela.

Bem… deixando o queijo de lado:

Alguns devem saber que tou numa cruzada rumo ao concurso público do Ministério da Fazenda – Receita Federal e que, pra ter no mínimo uma chance de vencer essa batalha, eu tenho que ir pras aulas lá do NUCE, que vão de domingo a domingo. Saindo de lá hoje, fui pra Conde da Boa Vista pegar um ônibus pra chegar em casa. Pra minha sorte, apareceu logo o Setúbal (Cde. Boa Vista) que para aqui perto. E foi aí que aconteceu o fato gerador [direito tributário na cabeça hahaha] desse post: subi no ônibus e vi que estava repleto de galerozo [com ênfase no Z porque eles mesmo devem escrever/digitar assim].

Raciocínio Lógico agora: hoje é domingo [sem pé de caximbo ¬¬], vai dar meio-dia agora [naquela hora] e a passagem é promocional, logo a galera toda vai pra praia. Nada contra, eu também iria pra praia num domingo se me chamassem, mas como preferem ir no sábado, vou do mesmo jeito. Sentei lá na cadeira do lado de um espécime do gênero Homo galerozus, que estava sem camisa, vestindo aquela berma [ou berna] de sempre e suas sandalhas mais castigadas que a galera que arde nos mármores do inferno lá da antiga novela O Clone.

Como é mais ou menos de praxe, comecei a observar atentamente o comportamento deles, coisa que já tinha feito em outras oportunidades, mas nunca tinha escrito nada sobre isso. Pois bem, o traje é bastante característico e não muda dentro da região litorânea de Pernambuco, ou seja, se você encontrar um galerozo na praia do Pina e encontrar um galerozo perdido sabe-se-lá-como/sabe-se-lá-por que na praia de Toquinhos, 99% de chances de que ele esteja vestido com uma bermuda a la ‘Rota do Mar’, uma sandalha faux-havaiana, se estiver com camisa, será um abadá de algum evento pagodístico de 2 ou 3 anos atrás e, como parece ser regra, a ‘prata’ [aquele colar típico de galerozos].

O comportamento é um tanto quanto peculiar. Os de idade adulta ficam conversando entre si [vale ressaltar que quase berrando e falando num quase-dialeto galerozês que eles criaram pra manter essa comunicação quase-tribal], enquanto os mais jovens ficam se divertindo pulando pra lá e pra cá do ônibus. Por sinal, hoje tinha um boy de uns 8 anos que eu achei que ele era um mix de Gollum com E.T., ô bichinho feio. A praia preferida deles, sabe-se-lá-por que, é a praia do Pina. Talvez porque os hermanos galerozos deles sejam boa parte de Brasília Teimosa, ou então porque eles gostam mesmo, mas né lasca..

Ainda tem os galerozos excepcionais, que aparentam ter uns reais a mais no bolso e se produzem [eles se produzem? tava mais pra desprodução], usando gel, roupas mais estilosas [no conceito deles, claro], brincos e uns óculos escuros aberrantes que a gente fica se perguntando de onde diabos eles tiraram inspiração pra usar isso. Não vou nem me aprofundar nas influências do vestuário da tribo galeroza.

Nem falei das fêmeas, que uma boa parte deve se proclamar ‘piriguete’. Não me perguntem a origem etimológica dessa palavra, não tenho nem pista de onde ela vem. Só sei que tem umas músicas que usam essa expressão para denominar as companheiras, irmãs e, de vez em quando, as mães dos galerozos, nos casos em que elas participam desses rituais regados a Nova Schin, cachaça, salgadinhos Torcida e música da mais bizarra possível [fuleiragem music]. As mulheres se vestem [ou deixam de se vestir], com as bermudas que, se conseguem passar de 1/3 da coxa é muito, com tops que deixam o umbigo com um raio de uns 30cm descobertos, usam algum shampoo a la Colorama que fede exorbitantemente e parece deixar o cabelo delas mais pixaim ainda e alguma coisa no pé que eu não cheguei a observar, mas deve ser as mesmas paraguais [já que de havaianas não tem nada] que algum tempo atrás foram utilizadas pela irmã piriguete mais velha.

Os galerozos gostam muito de falar de futebol, piriguetes e acho que só isso, porque na meia-hora que eu passei do lado deles, só ouvi conversa sobre isso. Se eles falam de outra coisa, quem sabe um dia eu descubra sobre o que é. Meu medo é de que eles gostem de astronomia, de filmes cult e de metafísica… o mundo estaria perdido. Pra minha sorte [ou não, vai ficar a curiosidade sobre o que eles falam], eles desceram antes de chegar na Av. Domingos Ferreira.

Ugo

MC5 – Kick Out the Jams

LangenscheidtsTaschenwörterbuch, a sociedade do espetáculo.

Hoje, trocando emails com meu avô, ele veio me falar sobre a palavra LangenscheidtsTaschenwörterbuch, que nada mais é do que dicionário [Wörterbuch] de bolso [Taschen] da editora Langescheidt. Isso, por mais bizarro que pareça, é normal para os alemãos, tanto é que, segundo meu avô, há menos de 5 anos já tentaram separar as palavras e não deu certo, já que a galera não quis.

Aí eu pensei em pensar sobre exageiros. Vivemos numa sociedade em que o espetáculo reina e que as pessoas fazem questão de parar para aplaudir. Qualquer fato pode ser modificado e propagado para o mundo todo facilmente e, para completar, a própria imprensa não dá o exemplo. A gente vê que muitos fatos são distorcidos a torto e a direito só para causar sensacionalismo e, consequentemente, a atenção dos leitores/ouvintes/espectadores.

Toda essa sistemática dessa parte do jornalismo/publicidade modernos [que foram subornados pelo capitalismo]  me incomoda bastante. Colocam na televisão mulheres sem 1 real de conhecimento/inteligência/merecimento para apresentar programas de televisão que sobrevivem do interesse de boa parte da massa por coisas inúteis, ridículas e, muitas vezes, mentirosas. Qual a graça de ver um programa desses? Qual a graça de prestar atenção a um programa que faz o que Ratinho fazia anos atrás?

Hoje em dia, a televisão praticamente virou um circo onde os macacos estão enjaulados dentro da telinha, sendo eles os apresentadores, os atores/atrizes/músicos/demais-artistas que participam e os espectadores do auditório, que em vez de serem os espectadores, nada passam de mais um monte de macaquinho que fica pulando quando vê banana lá na frente das câmeras. Parece até banana com canela de tanta maquiagem que o povo atola nas atrizes. No nosso circo, os espectadores ganharam um prefixo, agora são tele-espectadores. São os bestas que compram pipoca para ficar vendo [e vibrando] com o besteirol tosquíssimo que passa na frente deles, sem filtrar/criticar/comentar nada. Tudo o que é exibido é absorvido e assim vão virando zumbizinhos a la ‘macaco quer banana’. Querem mais e mais. Agradecem as emissoras, porque quanto mais macaco quer banana, mais anúncio publicitário vai ter pra vender ‘hidratante monange’ pros macacos ficarem hidratados.

Eu sinceramente não vejo a mínima graça e/ou utilidade pública nesses programas. Pra falar a verdade, já desacreditei da televisão faz um bom tempo. A minha coitada só liga pra ver os jogos do glorioso Sport Club do Recife e um ou outro filme quando a falta do que fazer bate recordes mundiais. Sempre fui ‘elitista’. Só via os canais a partir do 13 [que aqui em Recife é a Globo. sendo 2, 4, 6, 7, 9 e 11 SBT, Record, RedeTV, MTV, Band e TV Cultura respectivamente] em diante [do 14 pra cima são os canais da NET, que é paga]. Por que isso? Porque eu já tinha parado de ver noticiário há um bom tempo. Os filmes eu já tinha deixado de assistir porque eram todos dublados e dublagem é um saco. Só restavam as novelas [eu já fui noveleiro, admito!] e as da Globo eram bastante melhores. Quando cansei de ver novela, o que me restou? Quase nada. Só os sitcoms de primeira qualidade que a rede Bobo sempre produziu, e isso eu parabenizo a eles. A Grande Família, A Diarista, Os Normais e os mais recentes que eu não conheço muito bem, são programas muito bons, muito bem feitos e que merecem ser vistos. Além deles, tinha as transmissões dos jogos de futebol, mas eu só recorria ao canal 13 quando a SporTV não transmitia, e quando via, era no ‘mute’.

E toda essa brincadeira do sensacionalismo continua, já que a publicidade e o jornalismo [ambos seres deturpados filhos de estupros realizados pelo capitalismo] são seres mutantes que vão se adaptando a todas as formas de mídia possível. Na internet, também é bastante fácil ver sensacionalismo barato. Uma pessoa que acompanha constantemente sites de notícias vez por outra se depara com um título bem escandaloso feito ‘LangenscheidtsTaschenwörterbuch, a sociedade do espetáculo.’, quando o texto nada mais trata de um protesto contra esse mal que está impregnado dentro de nós e que só tem a intenção de chamar a nossa atenção para fatos irrelevantes, maçantes e absurdamente toscos. Se você é um sensacionalista que se enquadra nos parágrafos daí de cima, espero que você MORRA.

Ugo.

David Bowie – Diamond Dogs [tirando Sweet Thing, que é bizarra, é um cd do caralho.]

Os professores acabaram com minha reputação

Desde que comecei a estudar para o concurso do Ministério da Fazenda – Receita Federal, eu entrei num curso preparatório intensivo para esse concurso. Chegando lá, só vi um amigo conhecido, mas ele não passou nem 3 dias estudando. Não conhecendo ninguém, nem querendo conhecer alguém, não fiz amizades, sempre entrei na sala mudo e sempre saí calado. Tampouco nunca fui de fazer perguntas, sempre fiquei na minha, já que não havia nem necessidade, a minha sala pergunta tudo que é necessário e desnecessário[principalmente].

Não imagino o que o povo pensava de mim. Imagino que fossem os adjetivos mais estranhos e obscuros possíveis. Eu era o anti-social de lá. Quando interagia com alguém, era simpático, sem deixar de ser anti-social, sem a mínima pretensão de criar laços de amizade. Acho que não sei o nome de 10 pessoas de lá, e os que sei foi porque o professor perguntou, já que eu nunca tinha dado um oi a alguém sem ser em resposta.

Nos intervalos, de vez em quando fazia algum lanche rápido [recentemente descobri que lá na rua tem uma senhora que faz deliciosas tapiocas de frango com queijo, verduras e orégano, hmmm] e, quando a sala permitia [me sentia num inverno siberiano, a sala fazia um frio que nem sempre o casaco que eu levava aguentava], retornava para estudar um pouco enquanto o professor não voltava. Se não estava estudando, o mais provável é que estivesse catucando o celular, já que por ele dá pra falar com quem eu realmente conheço e me comunico.

Pois bem, depois de um mês nesse ‘esforço’ para não fazer muitos contatos, no último sábado chegou o professor de direito constitucional Augusto Alves. Ele, ótimo professor, com aulas sempre empolgantes e engraçadas, gosta que os alunos leiam os artigos e os incisos da cosntituição em voz alta e, para isso, sempre chamava alguém para puxar a leitura. O último escolhido tinha sido Toni, um cara que deve ter 5 vezes mais massa muscular que eu e sempre vestia alguma camisa do Sport. O professor decidiu inovar e escolheu logo quem? ‘Seu nome, por favor?’ – ‘Ugo..’ – ‘Ugo, tua vez de puxar a leitura. Comece!’. E aí lascou. Não que eu não tenha gostado, eu sempre lia de qualquer jeito. Augusto passou a aula toda me chamando, fazendo brincadeiras com a minha idade, com meu cabelo, com tudo. No final da aula, todos sabiam meu nome e meu disfarce como anti-social tinha caído. Maldito!

Para completar, chego eu no domingo às 8h30 de la matina no NUCE pra ver a aula de direito administrativo de Michel Marçal, professor nem-tão-empolgante-assim que se encarrega de dar aula nessa penosa manhã de domingo. Eu, que tinha ido à segunda noite do Abril Pro Rock 2009 e chegado em casa pouco após as 3h30, estava quase dormindo em aula. Foi difícil ficar acordado, mas nada que uma lata de coca-cola no intervalo não ajudasse. Quando voltamos à aula, o professor escolheu alguém da sala pra abrir um restaurante fictício. Quem foi o escolhido? Advinha… E tome o meu nome sendo usado no meio da sala. E tome todos conhecendo o anti-social indefeso, que pouco poderia fazer.

Depois desse fim-de-semana sendo popular, na segunda-feira já estavam chamando meu nome e puxando conversa comigo, que beleza! A casa caiu, três porquinhos. O anti-social já era, não tem nem pra onde correr. Só me resta responder educadamente a todos lá da sala e ir mantendo a simpatia, porque o disfarce de anti-social já era, que pena. =(

Ugo.

David Bowie – Alladin Sane [muito bom, principalmente ‘Let’s Spend the Night Together’]

Era pra rolar um fugere urbem

Na nossa sociedade contemporânea recifense, é comum gastar meia-horinhas encalhado no trânsito até chegar em casa. E isso independe de raça, cor do cabelo, credo, status social, qualquer coisa. Ou não, acho que a galera que anda de bicicleta chega mais rápido do que quem está de ônibus ou carro.

Que esse tempo desperdiçado dentro de um ônibus/carro não volta, todos sabemos, mas tampouco temos oportunidade de fazer algo muito produtivo enquanto esperamos dezenas de sinais verdes e vermelho abrirem. A coisa mais sensata a se fazer é ouvir música, e é isso que eu faço todo dia. [Por sinal, até lembrei de passar música nova pro celular, as que tavam nele já deram o que tinha que dar!]

Eu, como um coitado morador de Setúbal que tem que ir ao glorioso Sport Club do Recife e ao cursinho perto da Rua do Príncipe todo dia, sofro bastante e gasto em média umas 2 horas diárias sentado olhando pro teto e ouvindo algum ‘barulhinho bom’ pra me distrair. Até porque eu duvido muito que tivesse paciência pra, todo dia, ficar tanto tempo conversando comigo mesmo. Já basta durante as aulas, em casa, na hora de almoçar/jantar, etc. [pausa de 5 minutos pra achar alguma coisa pra colocar no celular. acabei botando dois cds do The Creeps que meu pai me sugeriu um tempinho atrás.] Seria ótimo se fosse viável usar metrô aqui, mas só pra ir a pé à estação mais próxima daqui de casa, no mínimo algumas coisas aconteceriam: eu chegaria suado, assaltado e/ou assassinado. [sem contar o estuprado, desalmado e sequestrado -prefiro com trema =/]

Todo dia só me resta ficar nesse questionamento… ‘que fem?’ Ligar pra CTTU pra ficar choramingando uma atendente de call center pouco adianta. Tampouco adianta se trancar em casa e nunca mais sair, não é pra tanto. Eu acho que só resta rolar um fugere urbem coletivo. Junto os remanescentes da minha família que tão pela cidade [são poucos, a maioria já fugiu do urbem faz um bom tempo], junto meus amigos e fujo lá pra Aldeia, que por enquanto é bem tranquila [a não ser que você tenha que ir pra lá numa sexta a noite/sábado de manhã ou voltar num domingo a tarde], tá crescendo  e dá pra ser feliz por lá. Talvez o problema seja realizar a mudança de tanta gente pra lá… deve ser trabalhoso. Mas eu acho que valeria a pena. Só resta eu sair perguntando a todos o que acham da ideia! Ou esperar a Via Mangue ficar pronta pra desafogar um pouco o trânsito de Boa Viagem.

Ugo.

The Creeps – Enjoy The Creeps [é divertido, parece com The Dead Billies, ou eles parecem com o The Creeps né]

Hay que arrochar sin perder la compostura

Estive pensando agora sobre a grande timidez que me assombrava no passado. Não que eu tenha superado ela totalmente, mas em boa parte sim, com total certeza. Hoje em dia, principalmente no meu curso de administração, é essencial que uma pessoa sinta-se a vontade para falar em público, consiga manter sua compostura e passe sua mensagem de forma clara e objetiva, mas nem todos são assim.

Eu lembro de quando estudava no Colégio Boa Viagem que teve um amigo meu que deixou de apresentar vários trabalhos por crises de timidez que o ‘travavam’ totalmente. Ele simplesmente não conseguia dizer um ‘ai’ e por isso acabava apresentando o trabalho particularmente aos professores. Isso é uma coisa horrível, pois ninguém pode ascender na vida sem conseguir expressar-se perante a uma grande quantidade de gente, já que certamente em algum momento da vida, algum discurso/palestra/qualquer-coisa-do-tipo será necessário para consolidar seja lá um cargo ou uma carreira como professor/palestrante/diretor de alguma empresa.

Na minha vida, sempre fui tímido. Sou até hoje em algumas situações. Entretanto, com o passar da vida, comecei a pensar por que diabos eu teria medo de falar em público ou apresentar-me na frente do povo. É fato de que, normalmente, ou seja: sem a pessoa ter sido mordida anteriormente por um zumbi/vampiro/chupacabra, os seres humanos não mordem. Tampouco podem fazer alguma coisa tenebrosa, a não ser que haja um rebelde no auditório/sala/lugar-onde-você-esteja-discursando que saia dando tiros ou atirando pedras, coisa bastante improvável.

Vi que uma coisa era importante: saber do que se está falando. Uma pessoa tímida não tem muita capacidade de improvisação quando se fala de um tema que não foi antes estudado a fundo e isso vai causar um enorme desconforto se perguntarem algo mais complexo. É clara a necessidade de se saber sobre o que vai ser discutido para poder haver um desenrolar de conversa mais tranquilo e menos traumático. Atualmente, sinto que consegui desenvolver a capacidade de conversar sobre alguns assuntos bem escabrosos que eu antes nunca tinha ido a fundo, mas não é o ideal, isso é só uma maneira de evitar travar na conversa e prossegui-la sem transtornos. Pra quem quer ser um blefador de qualidade, recomendo os Manuais do Blefador, que vão dar uma visão geral sobre vários assuntos e você vai enrolar direitinho, mostrando que é o bambambam dos assuntos. Nunca li esses livros, se bem que queria, mas meu tio leu e até hoje ele fala sobre a nouvelle vague e o ballet russo com maestria.

Eu acho que aprendi minha lição sobre timidez perante grupos de pessoas. Infelizmente não é o único tipo que existe, então tenho que trabalhar para conseguir ser mais solto em outros aspectos também. Espero que quem tenha algum tipo de timidez pare para refletir e acabe concordando que isso não leva a nada e é questão de alguns dias pensando sobre esse assunto e alguns outros dias exercitando a ‘falta de timidez’. Depois que se a pessoa está bem treinada, é só chegar na hora de fazer um discurso/apresentação e arrochar sin perder la compostura!

Ugo.

Streetlight Manifesto – Everything Goes Numb [um dos cds mais upbeat que já ouvi. me empolgo bagarai ouvindo]

A indústria fonográfica tem tendências suicidas

Eu estava escrevendo um texto sobre a sociedade do espetáculo, mas ele acabou saindo um pouco da intenção original e virou isso.

Algo que me incomoda bastante hoje em dia é o que ocorre no mundo da música. Eu, apaixonado confesso por música, fico enojado quando vejo o quão retrógrada e bizarra é a indústria fonográfica. As gravadoras estão indo à falência porque juram que o modelo que tinham para fazer música era perfeito e duraria para sempre. Não previram nem acompanharam a onda da internet e do acesso global à informação, já que hoje em dia qualquer pessoa pode ouvir tanto uma música ‘demo’ gravada no computador de um adolescente de 15 anos habitante da Madagascar quanto ouvir o cd mais recente do artista pop mais famoso. Isso tudo de graça, bem mais rápido e cômodo do que ir a uma loja comprar.

[ Só um parágrafo explicativo: eu ainda compro cds. Acredito que, além do trabalho dos músicos, há todo o artwork, além de ter a sensação de que estamos ajudando um artista que merece. ]

Mas enquanto o acesso gratuito, ilegal ou não, foi popularizando-se, essas malditas associações, sejam elas a RIAA americana, APCM brasileira, etc. preferiram, em vez de readaptar o modelo de negócios arcaico para um novo esquema que entendesse como a informação circula hoje, preferiram atacar aqueles que foram classificados como ‘cibercriminosos’ por estarem disponibilizando cds, apresentações e filmes que nunca chegariam às nossas mãos de outra maneira. Não há como depender de lojas como Submarino, Lojas Americanas, Livraria Cultura, Saraiva, etc. pra achar raridades como, por exemplo, o álbum Nascimento da banda Perfume Azul do Sol, já que nenhuma dessas lojas jamais terá, nem por encomenda. Esse é um lado positivo do livre acesso à informação que vivenciamos hoje.

Em vez de planejarem como gerar receita dando acesso às pessoas a esses arquivos, esses executivos e advogados fracassados vão brincar de gato e rato com os internautas, principalmente os webmasters, mas parecem não se tocar que a quantidade de sites servindo como ‘espelhos’, que só fazem propagar mais ainda mais a informação, crescem exponencialmente, de um jeito que nunca vão conseguir parar isso.

Os mais espertos já começaram a fazer com que isso gerasse renda, mas não foram gravadora. Foram as próprias bandas, que viram que não daria certo ficar nesse modelo ultrapassado e sem futuro. Há várias bandas, principalmente as não-tão-famosas-assim, que disponibilizam seus álbuns na internet e, em vez de perderem dinheiro com isso, ganham uma grande leva de fãs que, tendo a oportunidade, comprarão o cd em sua forma física e irão aos shows, sem contar com o dinheiro gasto em merchandising. Há também vários sites para disponibilizar o conteúdo gratuitamente e eles estão longe de falir justamente porque souberam o que fazer para monetizar o serviço sem afastar as pessoas. Ou vocês acham que o MySpace, PureVolume, etc. estão perto de falir? Acho que não, hein =P

No final das coisas, eu acho que toda banda deveria disponibilizar seu material online, porque o hábito que se tem atualmente é bastante simples: primeiro vemos e experimentamos o produto para depois comprarmos. Tem que acontecer o ‘test drive’ antes! Quem quiser, hoje em dia, poderá sempre conferir um álbum antes de comprá-lo e isso é ótimo, porque gastar dinheiro às cegas é horrível. É lógico que há a necessidade de, além das gravadoras remodelarem seus modelos de gestão, reeducar as pessoas, já que, obviamente, não são todos que baixam para depois comprar. Dá pra dizer que 95% das pessoas baixa e não compra, o que não é o mais certo a se fazer por uma banda da qual você gosta e certamente irá a um show que houver em sua cidade.

Esse post foi menos elucubração e mais desabafo. Acho que foi bastante direto e ele remete principalmente à APCM, que recentemente fechou aquela comunidade ‘Discografias’ do orkut e à justiça sueca, que acabou por condenar os criadores do The Pirate Bay, ainda que o julgamento não tenha acabado. Sou totalmente contra a comercialização de mídia ilegal, mas sou a favor da disponibilização desse conteúdo.

Espero que um dia sigam o exemplo de empresas como o Google, em que a maioria de seus serviços é grátis e mesmo assim estão aí como uma das maiores empresas do planeta, e parem de caçar os seus clientes em potencial e comecem a tentar cativá-los de alguma maneira que isso gere renda. Aqui fica meu total desprezo pelo jeito como as associações fonográficas agem atualmente: espero que todas vão à falência, viva os selos independentes!

Ugo.

Transatlantic – Live in America [é de chorar esse cd, um dia eu vejo um show deles.]

De onde surge essa galera?

Voltei agora da primeira noite do bom e velho Abril pro Rock. Além de ser um grande evento em relação às bandas, é uma grande experiência antropológica, principalmente na noite do metal! Tentei vivenciar todos os ângulos que se pode ter num festival desse porte. Vi o show de perto, vi de longe, fui no meio da galera, estive o show todo do Matanza no meio da rodinha.

Pois bem, independente do lugar em que me encontrava, meus olhos estavam prestando atenção a todos que se encontravam ao meu redor. E pense numa coisa legal fazer isso! Eu nunca tinha tido a chance de ver tanta gente bizarra junta. Vão dizer que eu nunca fui a um show de metal na minha vida. Tá bom que eu não sou aquele quase-ancião que viu o Black Sabbath lançar o seu primeiro álbum, mas posso dizer que nos últimos 3 ou 4 anos eu tenho ido a 90% dos shows mais importantes de metal que aconteceram aqui por Recife. Por isso, eu posso dizer que já sabia o que esperar da galera que ia aparecer, maaas…

Não tenho condições de fazer um relato seguindo uma linha do tempo correta, até porque não estava segurando um maldito caderninho de anotações, tinha nem pra quê. As primeiras observações não foram realizadas na entrada, até porque tava tudo tranquilo por lá. Aqueles carros de som tocando as músicas que viriam a seguir e a galera no bom e velho warm up.

Infelizmente, perdi o show da AMP e não lembro muito bem da galera que tava vendo o show da Black Drawing Chalks. A brincadeira começou mesmo no show do Matanza. Uma pessoa que vê um show deles tem que estar disposta a entrar na rodinha e se divertir. Paz não é uma palavra que frequente o dicionário do vocalista Jimmy London e quem tá lá no meio certamente não tá procurando por isso. Eu também não esperava encontrar Mahatma Gandhi ou sua reencarnação pregando o peace and love por lá e eu estava a fim de aliviar um pouco do stress desse dia-a-dia sofrido de concurseiro.

E lá no meio daquele ciclone de alucinados se estapeando, eu comecei a perceber que tava mais preocupado com olhar pra galera do que necessariamente atingir alguém. E pude concluir: quanta gente estranha estava por lá. Desde os habituais carecas de suspensório que parecem ser órfãos de Nasi, do IRA!, passando pelo estereótipo do metaleiro-não-muito-extremo recifense: o cara de calça jeans escura, sapato normal e uma camisa preta de alguma banda. Além deles, tinha aquela galera que se empolga demais e calça bota, bota calça do exército [eu tinha que fazer essa velha piada do ‘por que bota a gente calça e calça a gente bota?’ HAHA], camisa de alguma banda de metal extremo do mal, além daquelas toneladas de coleiras, pulseiras, spikes e crucifixos invertidos que foram imediatamente vetados pela segurança do evento. O que mais me chamou a atenção lá na rodinha não foi nem a aparência do povo, e sim o comportamento dessa galera. Enquanto os órfãos-de-Nasi marchavam dando murros cavalares a la Zangief do Street Fighter, sempre revidando com o triplo da força aqueles que ousavam triscar neles, os caras que aproveitaram aqueles coturnos do período em que passaram no CPOR saltavam alucinadamente tentando derrubar algumas das estátuas móveis que tavam por lá. Além desse duelo dos robocops contra os seres que tentavam ser o mais dark possíveis, havia um bando de efedepê que, acabada a música, naqueles 15 segundos que o cara tem para relaxar e respirar, chegavam empurrando a pessoa por trás. Pra que isso? ¬¬

Passando da parte da guerra, toda hora que eu ia mais pra trás pra comprar uma cerveja ou mesmo só pra relaxar, eu encontrava alguma pessoa, digamos… ‘notável’. Vi uns caras que fizeram com que eu percebesse uma coisa: não sou o cara mais feio de Recife. Tem gente que se esforça pra disfarçar a feiura, mas em contrapartida tem uns seres do pântano que fazem o maior esforço possível para chegar à feiura de Lemmy, nosso amigo do Motörhead. Alguns caras chegavam a causar aquele questionamento: que tipo de adubo/fertilizante/shampoo esses caras usaram pra fazer crescerem essas moitas que lembram, de vez em quando, o fantasma jamaicano, isso quando não lembravam um caboclo de lança. Mas vai ver a inspiração deles vinha do carnaval, já que a cidade histórica era ali do lado mesmo.

Não lembro se tenho mais algum aspecto a ressaltar sobre esse assunto, mas pra mim fica a observação que os metaleiros cada vez superam-se mais no quesito feiura/esquisitisse. Tenham medo.

Ugo.

The Keith – Noiseless [eles estarão amanhã rockeando o Abril pro Rock. Certeza!]