Quarto

Esse foi, de longe, o dia mais divertido. Primeiro pelo fato de que eu acordei meio dia e meia, sem alarme, sem Joh enchendo o saco, sem nada. Poucas coisas são melhores que acordar assim do nada. Mais uma vez, esperamos Chico chegar aqui para ver o que íamos fazer. Decidimos almoçar aqui perto, no gueto mesmo, num restaurante bem tranquilo e limpeza. Pão sírio, frango e batata frita, suficiente para começar um dia bem calórico, mas vamo que vamo. Decidimos ir visitar a torre Eiffel, já que eu não tinha subido lá e Joh ainda não tinha ido ver.

Por causa da fila e da capacidade de poder parar em no meio da escada para tirar fotos, decidimos subir a torre na canela. Não pensem que a brincadeira é fácil, mas também não é de outro mundo, além do que o friozinho ajuda muito nessa época do ano! O primeiro andar foi mais difícil que o segundo porque a gente estava ‘frio’, então o cansaço foi grande. Tiramos algumas fotos [quando tiver eu posto, prometo!] e subimos para o segundo andar. Estávamos de boa por lá tirando mais fotos até que chega uma funcionária da torre pedindo que todos se retirassem porque havia alguma emergência [que não me foi explicada até agora]. Tivemos que descer aquela escadaria dos infernos em ritmo de procissão, uma encheção de saco incrível, além do fato de ter estragado a visita.

Sentamos por um tempo num banquinho do jardin da École Militáire para ver umas fotos das viagens de Joh e descansar um pouco. Fomos jantar [McDonalds de novo, é fogo] e comprar um batom de manteiga de cacau ou algo parecido, mas que veio me trazer a salvação, o frio – que não tá muito forte – estava rachando os meus lábios. A gente foi numa farmácia e a mulher disse que o mais barato que ela tinha era 4,50 euros [uns 10 reais, digaí]. Obviamente que a gente não ia comprar isso. Atravessamos à rua e fomos ao Monoprix, uma grande loja que vende tudo, mas eu acho que o foco são coisas femininas. Whatever, mulher tem o lábio rachado também. Achei por lá uma infinidade de batons com propriedade hidratante e acabei comprando 2 por 2,47, bem melhor, hein?

Depois do jantar, Chico foi para casa se arrumar, Joh foi para o Le Zenith ver o show do Sum 41 e eu vim pro hostel esperar o povo decidir o que ia fazer da vida. Katrin tava aqui e a gente ficou conversando até Chico me ligar dizendo onde ele estava com os amigos, no caso era um bar afro-cubano, coisa fina. A alemã bipolar decidiu ir com nóis e Joh chegou na hora certa.

Pegamos o metrô e fomos para lá. No bar conheci a segunda alemã, um argentino-mais-que-italiano, uma colombiana e uma islandesa que chamarei pelas nacionalidades porque não lembro o nome de ninguém [e não foi birita, mas só falaram uma vez e eu não fiquei prestando atenção, embora eu ache que o nome do argentino seja Emanuel e o da Colombiana seja Angela, mas são só palpites]. O bar estava cheio de gente, a maioria africanos, dançando umas músicas bem divertidas, mas não tinha como a gente ficar, pois não haviam cadeiras. Decidimos andar e ver se achávamos alguma coisa interessante. As alemãs se juntaram e saíram andando na frente, com o resto do povo só seguindo a uma certa distância. Vimos que não estávamos indo a lugar nenhum [e isso rendeu um grito meu de HALT para as alemãs pararem] e decidimos voltar e procurar alguma coisa por onde estávamos [Rue Saint-Denis].

Achamos o O’Sullivans, um lugar que me encantou desde o começo. Ele é o que o UK Pub quer,ia ser quando criança, mas não teve personalidade. Lá toca rock, AC/DC, Nirvana, Muse, etc. Lá todas as paredes são intencionalmente pixadas, fazem parte da graça do bar, além de haver vários quadros de personalidades da música, como Elvis, Bowie e Iggie Pop. O bar servia cerveja de 500ml [long neck my ass] e os atendentes eram simpáticos. A bronca é que Paris é Paris e tudo é caro por lá [a cerveja no copo de plástico de 500 ml era 6,30, a no copo de vidro – marcas diferentes – era 8,algo e uma lapada de tequila era 8,50!!], mas deu pra curtir com 3 cervejinhas e 1 tequila. No meio da noite ainda apareceu um cara do hostel, amigo da alemã, para completar a tchurma. Foi bem legal a noite, até que às 4h30 +- o bar fechou.

Não tínhamos muito o que fazer, pois o metrô tava fechado e a gente não estava muito a fim de ir andando ou de ônibus. A alemã não-bipolar decidiu chamar todos para a casa dela para ficar por lá até dar a hora. Eu pelo menos não fui muito simpatizante dessa ideia, já que a gente chegou lá às 5h15, faltando um quarto de hora para o metrô voltar a funcionar. Whatever, vamo simbora para lá. Chegando na casa dela, um sofá enorme que dava para 4 ou 5 pessoas. Quem sentou/quase-deitou por lá estava seriamente propenso a dormir [e foi o que aconteceu com a islandesa]. A cara de morte/tédio de Joh era hilária e Chico tirando um cochilo encostado na tampa do laptop da dona da casa também. Fiquei lá de boa esperando até quando eles iam ter paciência para aguentar essa brincadeira, hahahah. Não demorou muito mais que 20 minutos até Chico ter a iniciativa de puxar o bonde. Aí foi todo mundo. Só a alemã ficou [óbvio, a casa era dela, a bipolar veio com nóis].

Metrô, hostel, cama!

Ugo.

The Whitest Boy Alive – Rules

3e arrondissement

O terceiro dia começou com Joh chegando aqui no Hostel e me acordando antes das 9 [sacrilégio!]. Depois que ele foi informado de que não poderia fazer o check-in antes das 12, a gente decidiu ir turistar com Katrin, a alemã. Fomos pra Notre Dame, entramos lá, o lugar realmente é lindo, coisa fina. [preste atenção que não vou ficar ressaltando os contornos da arquitetura, blablabla]. Andamos um pouquinho por lá e fomos para o famigerado Museu do Louvre.

Muito legal o museu, desde a parte de fora, antes de entrar no dito-cujo, a pirâmide de vidro, etc. O lugar todo é muito organizado, apesar de que lá dentro eu passava o tempo todo muito perdido porque o lugar é gigante e labiríntico. Fiquei bastante impressionado com o tamanho de algumas pinturas [e a requerida paciência para pintá-las] e os detalhes. Vi aquela pintura que virou capa do cd do Coldplay em tamanho real e, putz, é grande o quadro!  Infelizmente, eu não gosto muito desse estilo de pintura, mas tinham muitas coisas interessantes que saíam do clichê Jesus-Maria-Apóstolos-Padres-Bispos-Papas, aí sim que prestavam. Vi e tirei foto com a brother Mona Lisa, mas ainda não peguei as fotos com Joh e Katrin, então fiquemos na espera.

Depois de um tempo arretado andando pelo Louvre e de 4 lances de escada MONSTRUOSOS, eu cansei. Não aguentava mais e já tava perto da hora do almoço. Fomos os 3 [eu, Joh e Katrin] procurar alguma coisa para almoçar perto do curso de francês de Chico. Foi um rolo do cão, uma vez que a alemã não toma refrigerante, não come pão ou leite e odeia McDonalds [Joh praticamente só queria McDonalds e ela só não queria McDonalds]. O páreo tava complicado, já que as sugestões iniciais dela foram comer omelete, restaurante senegalês e restaurante vietnamita [CORRE, negada!] . Com o impasse claramente difícil de ser resolvido e o tempo até a aula de Chico acabar esgotando, resolvemos nos separar. Katrin foi comer o omelete dela enquanto eu fui com Joh na McDonalds. Comemos, andamos até onde Chico estuda e depois pegamos um metrô para a Champs-Elysée [e hoje eu vou lá de novo…] ver o que as rebajas [não lembro em francês] tinham para nós.

Só eu acabei comprando alguma coisa, mas também sou o único que vai passar 1 ano lá e que tem algum motivo para comprar roupa de frio. Fui na H&M e comprei um par de sapatos brancos, um cinto [que não usei porque o animal do Joh pegou emprestado], um cachecol e um sobretudo muito massa [e que me dá 70 euros em motivos para eu emagrecer, porque a situação tá longe do ideal – o ‘look’ chega assim que Chico me passar as fotos ]. Conhecemos a loja da Nike, da Sony, Tommy Hilfiger [facaaaada], entre outras. Acabadas as compras, fomos à Cidade Universitária jantar, já que lá é bonzinho e barato.

Voltamos ao hostel, Chico foi pra casa dele se arrumar e eu e Joh fomos fazer o mesmo por aqui. A alemã bipolar, que ora estava sorridente e conversativa e ora estava mais calada que o defunto de um mudo, tinha bebido uma garrafa de vinho e estava no espírito de fazer farra. Bom saber. Joh conheceu os roomates dele, dois chineses que falam português muito bem [moram em Lisboa há 1 ano e meio e o objetivo deles é trabalhar com tradução Português-Chinês], foi engraçado isso. A bronca da noite é que Chico não tem muita pressa em se arrumar [por exemplo, há 1h ele disse que tava acabando de se arrumar para vir almoçar com a gente em algum lugar da redondeza e nenhum sinal dele] e quando deu umas 22h30 ela queria ir de qualquer jeito. Infelizmente, bros before hoes, tivemos que dispensar ela e um bocado de gente que tava saindo na hora. Mais um tempo se passou e outra galera foi embora e nós a ver navios.

Chico chegou era 00h30 e a gente foi procurar algum canto para ir. Fomos vetados numa boate lá porque eramos 3 homens e não levávamos acompanhantes [aqui eles têm essa frescura de que homem tem que entrar acompanhado de mulher, se for um grupo de homens querendo entrar provavelmente não deixarão] e vimos um bocado de pubs cheios de gente que estava assistino a Inglaterra e País de Gales [por sinal tinha um bocado de gente de kilt passeando por lá]. Não tinha um lugar que não estivesse superlotado e decidimos mudar de bairro para ver se achávamos algo mais legal. Fomos para perto de Sorbonne, a universidade, e começamos a busca por lá. Havia várias coisas diferentes, desde o Ze Bar [que devia ser o bar de algum Zé do Brasil], a um de música latina com cuecas e sutiãs pendurados.

Acabamos ficando num que eu não lembro direito o nome [Le Petit Pon qualquercoisa]. Um bar bastante simpático na beira do rio e cheio de gente. Estávamos perto do balcão dos bartenders e de lá saíam drinks realmente impressionantes, com fogos de artifício [ok, estrelinha, mas era bonito], taças gigantes, etc. Era bem legal. Fui de cerveja, Chico também e Joh tomou 3 tubos de ensaio de tequila, triple sec e curaçau blue, ficando pouco depois de acabar o terceiro bastante alegre. A gente mudou de mesa para um lugar que tinha melhor vista do resto do bar e que, por sinal, ficava perto de onde eles deixavam os copos com pipoca ou azeitona que eles punham nas mesas. Joh, já bêbado no meio de um copo de cerveja, começou a pegar na cara de pau e quando a gente foi perceber já tinham 3 copos empilhados, me fazendo ter um ataque de risos e Chico querer se esconder do bar.

Saímos de lá cantarolando música sertaneja [pro desgosto de Chico não só das músicas como da cantoria] e esperamos até dar 5h30 para pegar o metrô. Metrô, hostel, cama.

Ugo.

Queens of the Stone Age – Over the Years and Through the Woods