Valladolid .9

Duas semanas sem postar. Tenho meus motivos. As coisas estabilizaram-se, consegui meu DNI, me matriculei na faculdade, uhul.

Mas é sério, nada muito diferente aconteceu. O dia a dia é quase o mesmo sempre. A briga interior para conseguir ir para a faculdade, quarta, quinta e de vez em quando sexta eu saio, sábado e domingo fico em casa. Um ou ou outro kebab no fim de semana e ya esta. Passaram-se sete dias da minha vida. E por enquanto isso vai seguindo num loop.

Abril deverá ser mais ou menos assim também. Talvez eu passe um fim de semana em Granada, estou esperando a ESN dizer alguma coisa, mas é bem provável que isso aconteça. Há ainda a possibilidade de passar um fim de semana em Salamanca, já que a outra viagem foi de uma estadia de menos de 12 horas por lá.

Maio deve ser o mês mais corrido, eba! Devem chegar meu pai e Teté lá pelo dia 7, viajo para Ibiza dia 10 e minha mãe e, espero, meu avô, devem aparecer por aqui no final do mês. Vai ser difícil para respirar com tanta coisa acontecendo, principalmente as provas de fim de quatrimestre, mas dá para dar um jeito e vale a pena.

Junho sei lá como vai ser, mas parece que vai ter bem mais festa, principalmente porque em boa parte do mês já estaremos de férias e talvez eu vá para o Rock Werchter, na Bélgica, talvez, pois só para entrar nesse festival são 200 euros, tirando chegar lá, alimentação, etc. Estou à procura de patrocinadores.

Julho é um mistério para mim. Acho que uma boa ideia é passar uns dias em Viena. O normal é que as pessoas façam mochilão, mas não tenho nem dinheiro nem muita vontade para isso. Vou esperar o tempo passar para ir vendo o que vou fazer.

Agosto começa tudo de novo, Kmelo chega aqui e PV chega em Sevilla. Vai ser um semestre bem mais animado. Estou ansioso por isso.

O resto é resto,

Ugo.

Phoenix – Wolfgang Amadeus Phoenix

 

Valladolid .8

Salamanca foi legal. Sim, não foi super divertido, foi legal. Por que? Porque de vez em quando open bar pode acabar sendo uma coisa ruim. Não são todos os lugares que conseguem manter a demanda de centenas de pessoas morrendo de sede. E open bar atrai gente, muita. O lugar estava lotado, era um inferno para andar, um inferno para pegar bebida. Tudo era mais complicado. Acabamos sem se enturmar com o povo de Salamanca, eu mesmo não conheci ninguém e não lembro de alguém de Valladolid interagindo com os ‘hosts’ da festa. Ficamos por lá até as 3 e pouca [o que pareceu uma infinidade] e depois marchamos para uma boate. Lá estava mais tranquilo [e mais caro] e passamos pouco mais de 1 hora por lá, pois tinhamos que voltar ao ônibus. Nada demais na boate tampouco. A viagem foi tranquila, creio que com todo mundo cochilando.

Quarta-feira foi um dia nulo praticamente. Só fiz dormir e fui à aula de espanhol. Na quinta comecei a odisséia com a polícia. Gastei todas as horas úteis do meu dia lá. Na hora da aula da faculdade, eu estava lá. Na hora da aula de tarde da faculdade, eu estava lá. Na hora do espanhol, eu estava lá. Foi o inferno. Toda essa lenga-lenga por causa da minha pressa para emitir o documento e por causa dos sobrenomes diferentes que eu tenho. Me mandaram resolver na sexta de manhã. Estava bem puto, mas não tinha o que fazer. Voltei para casa, dormi e fui lá. Tive que falar com o chefe responsável pelos DNIs e ele me ajudou. Foi bem tranquilo e me delegou para um dos funcionários dele. O cara fez todo meu registro, que aqui vai ser com o nome Ugo Portela Pereira mesmo [espero que o Dos Santos Marques acabe morrendo para facilitar a minha vida]. Amanhã [quarta, 9] vou lá pegar o DNI, espero que dê tudo certo.

Na sexta de tarde, fiquei esperando a hora da aula da faculdade, cheguei lá e surpresa, não tinha vivalma. Voltei para casa, fiquei esperando o dia passar [vendo seriado e jogando no computador] e de noite fui para o The Little Bottle e para o Juanita Calamidad. Incrível como eu fiz isso em menos de 2 horas, porque eu estava sem beber, por causa do remédio, e sem saco para ficar zefando sóbrio pela cidade. Voltei para casa e dormi. Aí começou meu infindável depressivo fim de semana de 72 horas de enclausuramento em casa.

Para falar a verdade, o sábado não foi nem um pouco chato. Eu estava feliz por estar em casa e empolgado ouvindo música e baixando algumas do Hot 100 da Billboard. Nesse dia eu tava realmente empolgado para tocar em alguma festa, pena que não tinha. Foi bom que eu achei um bocado de música que tava faltando no repertório para festas. Por sinal, aconteceu que, enquanto eu fazia meu cafealmojantar [acho que era umas 20h quando fui fazer a minha primeira refeição do dia], e eu estava realmente feliz, o astral estava bastante alto, a maldita energia elétrica começou a dar pau. Não sei por que diabos. Parecia que estava sobrecarregada, e eu não via motivos. Estava só em casa, no máximo as meninas tinham deixado o notebook na tomada, eu só tinha o meu também e o fogão elétrico ligado. Sei que depois de uma briga com o interruptor, a energia voltou ao normal e me deixou em paz pelo resto da noite.

No domingo, a mazela realmente bateu. Acordei bem tarde, acho que as 16 mais ou menos, e fiquei no mesmo faz-nada de sempre. Quando chegou a noite, eu estava a fim de sair [já tinha acabado de tomar o remédio] e não tinha ninguém a fim. Foi um saco isso, tive que mais uma vez ficar remoendo aqui pelo computador. Nesse dia, já foi difícil dormir, apesar de eu ter ido para a cama umas 4 da manhã. Eu realmente não tinha o que fazer na segunda. Não tenho aula na faculdade, nem ia ter do espanhol por causa do ‘carnaval’. Mais outro dia de seriados e computador. E isso somou à agonia que tá essa faculdade, em que eu vou estudar um assunto chato e inútil, além de outra cadeira que eu ainda não consegui nem ir para a aula. Outras duas cadeiras que eu ia pagar, a FCAP não aceita. Resumindo, eu já não estava empolgado com administração em Recife por causa da minha faculdade, chegando aqui tenho que pagar cadeira mala e a faculdade ajuda muito pouco em relação a isso. É, realmente, um saco.

Quando paro para pensar no futuro [e foi o que aconteceu bastante na segunda/madrugada da terça], não me vejo como um estagiário de logística  da Ambev, nem como um estagiário de marketing da Claro, nem como um estagiário em uma consultoria. Eu fico me perguntando por que eu estou fazendo administração, se uma grande parte das coisas não me interessa. Antigamente, eu gostava de números, de matemática e tal. Quando chegou o final do ensino médio eu comecei a fugir o máximo que podia das ciências exatas. Chegando na universidade, o trauma da cadeira de cálculo, somado com o de estatística e custos me fez perceber que essa não é uma área que me interessa. Eu vejo a galera do Movimento Empresa Júnior, um bocado de gente determinada, que parece saber de onde veio, onde está e para onde vai e eu realmente não consigo enxergar esse futuro para mim. Acho que o único lugar em que eu me sentiria relativamente confortável seria a Infohouse, mas toda vez eu acabo indo bater lá. Família é bom, eu goto muito deles, mas mesmo assim não consigo ver se tem um futuro realmente interessante para mim por lá.

Depois eu começo a pensar no que mais eu poderia fazer da vida. Acho que os dois únicos cursos que me interessariam de verdade seriam jornalismo e publicidade, mas não tenho vontade de cursá-los, não acho que valha a pena. Eu sempre tento me ver fazendo algo relacionado a música ou a tecnologia, mas eu entendo pouco de música [algo que me arrependo profundamente] e me restaria trabalhar com produção de eventos ou como produtor/empresário de banda. Produção de eventos é algo que eu gosto profundamente, sempre me empolgo com isso, desde o Oi Blues by Night ao Festival de Arte e Cultura da UPE, é algo que me interessa bastante. Empresário/produtor primeiro preciso de ter uma banda para fazer isso, apesar de já terem surgido alguns projetos que ainda não decolaram. Eu tinha vontade de trabalhar com a música propriamente dita, mas o mais perto que eu chego disso é sendo DJ [um hobbie] e sendo letrista, o que não leva a lugar nenhum sem alguém para produzir algo a partir das letras.

Além disso, eu desde que cheguei por aqui tive vontade de escrever um livro, transformar Tom em alguma coisa consistente e com possiblidade de venda. O número 5 já está pronto e o 6 eu estava escrevendo, mas ainda é muito pouco para ter alguma coisa realmente consistente, além de sempre ter a possibilidade de a história acabar virando um clichê, o que de vez em quando é bom comercialmente. Devido ao meu interesse por seriado, eu já pensei também em tentar trabalhar com roteiros, mas nunca tentei e não tenho nem ideia para onde vai.

Acaba que o mundo dá muitas oportunidades, tantas oportunidades que eu não sei nem o que fazer.

Ugo.

Danko Jones – Never Too Loud.