Tom 6

[Já leu Tom nº 0nº 1nº 2,  nº3nº4 e o nº5? Mudaram algumas coisas, principalmente a partir do 4.]

Tom rapidamente chegou em casa e não tardou a dormir. A mesma euforia que o álcool o dava era retirada algumas horas depois como se fossem as muletas de sua vontade de permanecer acordado, ele simplesmente não conseguia nem queria resistir. Dormiu e dormiu pesado. Era a madrugada de uma terça-feira e ele não tinha nada marcado para quando acordar. Isso era a melhor coisa do mundo. Não importava ter que trabalhar até meia-noite, o importante era simplesmente não ter uma hora para se levantar, deixar o seu corpo descansar o quanto ele acha que merece. Isso sim é vida, ele sabia.

Mais uma vez a noite de sono não foi das mais tranquilas. Os pesadelos o atormentavam mais uma vez, ele nem sabia por que. Na verdade, não conseguia lembrar de seus sonhos na maioria das vezes. Acabava tentando não se importar com isso ou o que quer que aqueles pesadelos dissessem, mas o mal estar permanecia por bastante tempo. De vez em quando ele achava que era a ressaca, mas provavelmente era os dois.

Levantou-se. Estava meio zonzo ainda, sentia uma dor de cabeça terrivel e a sede que secou o deserto do Saara. Porém isso pouco lhe importava no momento. Tinha uma ideia na cabeça, ideias para Tom vinham nos momentos mais inusitados. O importante era correr para não perder o pensamento, pois na mesma velocidade que chegavam eles sumiam. “Nunca soube porque deveria ser assim, eu que sempre te quis perto de mim, desde pouco tempo atrás, mas que parece uma eternidade”, ele sabia que não era bom de rima. Escrevia poesia e pensava em música, de vez em quando dava certo. Nem sempre era sincero no que escrevia, na maioria das vezes não importava, por que não deixar a imaginação guia-lo e levá-lo a um mundo diferente? Parecia tão óbvio… E ele escrevia sobre amor, era o instinto mais natural, que mais mexia com ele. Raramente tinha conseguido escrever alguma coisa que fugisse disso, na maioria das vezes funcionava e estava satisfeito. Ficou feliz por conseguir escrever logo duas letras. Quando vinha não dava para ser de uma vez só. Ele chegava ao ponto de se contrazier em cinco minutos, nada de novo. A imaginação era dele e mais de ninguém.

Agora sim podia ir atrás de consertar o que tinha de errado com ele: a sede e a dor de cabeça. E o cabelo que encrespava quando ele ir dormir sem tomar banho, genética triste. Ligou o som bem alto, era um vinil de Chuck Berry, tomou um remédio para dor de cabeça, entornou uma garrafa d’água e foi para o chuveiro, onde provavelmente acabou bebendo o dobro do que tinha bebido antes. Saiu do banho dez minutos depois, renovado. Não tinha nem mais remelas para reclamar, tudo parecia perfeito.

Ligou seu computador, viu que ainda eram 10h30 da manhã. Tinha tempo de sobra para colocar as coisas em dia e trabalhar. Quando a tela acendeu, seus primeiros reflexos foram olhar algumas notificações no Facebook para ver se alguém tinha falado dele ou com ele, procurar qual era a causa humanitária do dia em que poderia ajudar curtindo ou compartilhando a imagem a troco de imaginários cinquenta centavos, abominar algumas postagens que ele achava absurdamente desnecessárias e, enfim, colocar sua próxima música do desafio dos 365 dias colocando uma música que lembrava algum momento. Ele estava no 15º dia deste desafio e sabia que não chegaria ate o final. Tampouco se importava.

Rotina social feita, hora de olhar as catástrofes do mundo nos sites de notícia. Não que isso fosse mudar a vida dele, mas de vez em quando aparecia alguma coisa que ele achava importante. O mundo continuava uma desgraça, algumas notícias amarelas tentavam fazer um contraste, e no final das contas era mais do mesmo. Olhando a parte de tecnologia, o de sempre. Alguma empresa lançando alguma coisa, clamando ser algo único, revolucionário e must-have e ele sabia que não passava do mesmo besteirol de sempre. A tecnologia em alguns momentos andava a passos largos, mas na maioria das vezes ia steady as she goes, como ele gostava de dizer. Empresas comprando empresas, parecia até que elas tinham absorvido o comportamento humano de comprar e vender coisas, mas agora era em larga escala. Em uma reunião de poucas horas em algum lugar bastante luxuoso e com uma equipe de 15 pessoas era definido o futuro de dezena de milhares.

Na verdade, Tom achava que boa parte desse sistema estava errado. Não que as empresas não devessem comprar e vender outras empresas menores, mas estava tudo supervalorizado. Parecia que até os grandes presidentes, CEOs, CFOs, e outras siglas chiques, estavam caindo na lábia do produto único e revolucionário, super-ultra-mega-blaster tampa de crush. Davam milhões ou bilhões para coisas que não pareciam fazer muito sentido, até um site de receitas entrou na lista dos controlados do Google pela bagatela de alguns milhões. Tom imaginava o quão felizes deviam estar os fundadores. Era o suficiente para passar a vida sem stress algum. Não que isso fosse acontecer, pois na semana seguinte os caras estariam com alguma ideia e logo logo teriam um zilhão de problemas pra resolver, gastariam boa parte do que tinham ganho para uma tentativa de criar outro negócio que dê certo. Mundo louco, ninguém sabia aonde ia parar ou quando aquela bolha da criação em excesso ia acabar, nem Tom.

Sua barriga roncava e ele não tinha paciência de cozinhar hoje. Mandou uma mensagem para Jameson, seu grande amigo. Era Alice, a anjinha, de um lado, e Jameson, o diabinho, do outro. Os dois tinham tudo para não se gostarem, mas no final das contas acabavam se completando e sendo grandes amigos para Tom. “Brother, estou faminto. Numa ressaca do cão e sem paciência para cozinhar. Vamos comer alguma coisa?”. Jameson, outro compulsivo por tecnologia, logo respondeu “Com certeza! Saio da obra em 20 minutos e vou te pegar, pode ser?”. Ele era um engenheiro bem sucedido. Provavelmente ganhava o dobro de Tom e gastava quase tudo. Ele sabia curtir a vida, Tom adorava isso nele. Foi vestir-se para esperar seu amigo. Sempre pegava carona com ele, evitava dirigir porque sabia que não bastava ser um desastre no volante, também não tinha paciência para o trânsito. O assento do copiloto era seu lugar.

RockDisco by ugopp – setlist

Créditos: @anacuentro

Esse é o setlist. Aqui dá para baixar as mp3s:

Link

01 Time to Pretend – MGMT

02 Uh – Fujiya & Miyagi

03 You’ll Find a Way – Santogold

04 Leave Me Alone – Kudu

05 Turn It On – Franz Ferdinand

06 Armistice – Phoenix

07 Sexx Laws – Beck

08 Perhaps, Perhaps, Perhaps – Cake

09 Mixtape – Jamie Cullum

10 Photocopier – Fujiya & Miyagi

11 Virtual Insanity – Jamiroquai

Ugo.

Un Análisis Sociocultural y Ecoturistico sobre el Encuentro Nacional de Estudiantes Erasmus en España 2011

En la semana del dia 10 al 15 de mayo más de 2000 estudiantes universitarios se reunieron en la Platja D’en Bossa, en Eivissa, Islas Baleares. La ciudad mezcla un tranquilo pueblo costero con una de las vidas notcturnas más animadas del mundo.

Lo más interesante en un  evento como el ESN Ibiza Trip es el hecho de que es muy fácil hacer amigos, pues todos estan allí para divertirse y cualquier desconocido puede convertirse en su mejor amigo en pocos minutos. Es válido decir que la ingestión del alcohol ayuda en el proceso, pero hay gente que hizo amigos bebiendo leche.

La cultura de Ibiza se confunde con la influencia de los estranjeros que fueron a vivir en la isla. En un mismo sítio se puede comer la tradicionalmente española paella y el desayuno típico americano con mucho bacon, huevo y café.

Un aspecto muy interesante de la isla es su belleza natural. Son varias calas y playas, una más espectacular que la otra. A media hora en barco está la isla de Formentera, que tiene las playas más bonitas que he visto en mi vida. El agua era azul de una manera que impresionaba hasta los menos sensibles, incluso yo. No me ha gustado, sin enbargo, haber pagado 4 euros por una Coca-Cola.

Tan importante para nuestra viaje como las visitas fueron las fiestas. Yo, como DJ amador y habiendo trabajado en algunos festivales, estaba sorprendido con la calidad de la música y la estructura de las discos.

Durante las fiestas, el nivel de interacción entre las personas aumentaba considerablemente. La mezcla entre el éxstasis causado por la música y la desinhibición del alcohol generó a varios momentos que muchos no van contar a sus hijos en el futuro, pero solo a sus mejores amigos.

El viaje fue increíble, así como el cuatrimestre aquí en la Escuela Oficial de Idiomas

Texto originalmente escrito para o curso de espanhol.

Ugo.

The Dead Weather – Horehound

Uma análise sociocultural e ecoturística do Encontro Nacional de Estudantes Erasmus da Espanha 2011 – Ibiza

Esse foi o título da redação que eu entreguei para minha professora de espanhol por ter passado uma semana sem ir à aula. Ela pediu isso para cada um da gente que viajou, uma redação sobre como foi por lá. Eu particularmente gosto de avacalhar-brincar com os títulos, principalmente quando a professora dá essa liberdade e é bastante gente fina. Por sinal, eu poderia até passar mais tempo falando dela, mas vou deixar para um post mais sobre minha vida por aqui, não sobre os acontecimentos em Ibiza.

Elucubrações a parte, mais uma observação: eu odeio reescrever textos que eu não tenho a cópia original. Entreguei o papel para Raquel, a professora, e não tenho outra cópia. Não vou forçar minha mente a reescrever o texto pelo mesmo caminho, até porque aqui tenho mais liberdade e espaço [físico mesmo, porque lá eu tinha uma folha de papel e uma caneta, aqui eu posso escrever até encher o saco ou sentir que o texto já está de bom tamanho]. Fim das observações.

Capital mundial da juventude e das baladas quase inacabáveis [eu que estou dizendo isso, não tenho referências, mas acho coerente], Ibiza é, de certa maneira, uma versão economicamente evoluída de Porto de Galinhas nas férias de dezembro/janeiro e feriadões. Pra falar a verdade, eu ia comparar com Tamandaré, mas não tem cabimento. Tamandaré não tem um ‘estabelecimento’ decente onde as pessoas vão. É casa de alguém, praia, graminha, cidade, blá blá blá [e não me falem do festival, pois festivais são… festivais, não estabelecimentos].  Resumindo, o que eu quero dizer é: lugar com praia que no verão ‘ferve’ de gente atrás de festa, sendo Ibiza trocentas vezes melhor e mais organizado.

No diário da viagem: 8 cansativas horas de ônibus de Valladolid para Valencia  para de lá pegar um barco, com direito a música [um DJ, não o famoso músico espanhol Alceu Valencia] e as pessoas praticando pela primeira vez [de muitas] a socialização via álcool. Eu também, digo logo. A festa estava legal, o povo estava animado, mas fazia um frio da porra. Acabei ficando dentro do navio mesmo boa parte da viagem. Chegamos de madrugada em Ibiza, cada um pro seu quarto e cama! Fim do diário de viagem.

Ibiza é um lugar bonito. Bonito pra cacete! Apesar de só ter ficado pela Platja D’en Bossa, o que eu vi por lá e pelo Google mostram como a praia é bonita. Infelizmente, não fui heroico o suficiente para acordar às 9h depois de ir dormir às 7 para fazer a viagem que meio que ia de ‘cabotagem’ pela ilha vendo as outras praias. Ou isso ou eu ia para a melhor festa de todas, e aí? hahahah. A cidade em si e onde a gente ficou são lugares medianos. Pra falar a verdade, são lugares praianos. Há hotéis, modestos e de luxo, as coisas são organizadas, mas tampouco é a apoteose de Dubai. Nem precisava ser, pra falar a verdade. Os lugares que têm que ser bons são, e ponto final. Nisso, me refiro aos hotéis de luxo, as boates [!!!] e as praias. O resto é detalhe.

No final das contas, no quesito beleza, quem ganha a nota 10 com unanimidade [PORTELA, 10!] é a ilha de Formentera. Alguns meses atrás, quando eu disse que ia para Ibiza, alguma amiga da minha mãe que não lembro bem quem era me mandou ir nessa ilha, disse que era muito bonita, que eu não devia perder, blábláblá. Eu não dei tanta bola, tampouco achava que teria oportunidade de ir lá. Quando soube pela organização que estava inclusa a viagem, eu não perdi a chance [mentira, eu quase que não ia porque na noite manhã anterior o motorista do ônibus atrasou em mais de 40 minutos, deixando a gente morrendo de frio às 6 da manhã sem ter nem o que fazer, então eu quase não fui, mas minhas amigas Rafa, Mal e Bela, que merecem menção honrosa por isso, me fizeram ir] eu sabia que tinha que ir. Putz, o lugar é fantástico. Eu, dois espanhóis, uma albanesa e uma eslovaca, alugamos um samba, uma espécia de buggy totalmente velho e bizarro, mas que no final foi bastante divertido. Os espanhóis foram dirigindo, enquanto a gente foi tirando foto e interagindo com o resto da ‘gangue’ [foram mais de 300 Erasmus invadindo a ilha].

La Manzana Verde

Pegamos a estrada e encontramos lugares realmente paradisíacos. A água de uma cor azul impressionante, coisa de ficar de boca aberta, e olha que eu não sou lá dos maiores apreciadores da beleza da natureza.. a gente parou em duas das praias que tinham por lá, entraram no mar, curtiram o sol [SUNPLUSSS] e tiraram um bocado de fotos, foi realmente bem legal.

Agora, chegando à análise sociocultural… o que esperar de um evento que reúne nada mais que 2000 estudantes universitários europeus na ilha mais agitada do mundo? No meu melhor recifense eu diria: bagaceira. E foi, e foi, mas num bom ótimo sentido. Todos, tirando os organizadores, eram intercambistas em alguma cidade da Espanha, o que já é uma coisa bem mais relaxada, e todos estavam a li para se divertir. Isso é muito bom porque tinha gente da mesma cidade que não se conhecia e que uma viagem de ônibus depois já era best friend! Eu mesmo fiz amizade com… recifenses [tá bom, além dos 4 recifenses, um paulista e um cearense]. É ironia do destino, mas eu estava com muitas saudades de poder falar o quase-dialeto da gente.

Era festa todo dia, praticamente toda hora. No dia da viagem para Formentera estavam todos de ressaca e morrendo de sono, afinal a maioria tinha dormido 2 ou 3 horas se muito, mas já tinha vários heróis segurando sua cerveja, enquanto eu bebia desesperadamente um litro e meio de água e devorava o croissant da salvação. Interessante foi o primeiro dia por lá, em que a programação era livre e as pessoas ficaram na praia e na piscina. Eu fiz o mesmo por certo tempo, mas não tive saco pra passar a tarde toda galetando ao sol, então decidi ir no mercado [caro pra cacete, por sinal] comprar algumas coisas pra fazer o almoço [esqueci de dizer: no quarto do hotel fiquei com 3 amigas recifenses por um problema da organização que me tirou do quarto onde eu supostamente deveria estar]. Quando estava quase tudo pronto, tirei a boa e velha Heineken da geladeira e fiquei na varanda por quase uma hora sentado ouvindo música e pensando na vida. Realmente, naquele momento eu acho que não queria mais nada.

A primeira noite foi a mais louca de todas com total e absoluta certeza. O cenário foi a Eden, nome tudo a ver com a boate que, além de uma área que era cheia de jatos de água, foi palco para um bizarro, interessante e engraçado concurso de striptease universitário. Um cidadão chegou a ficar nu só com um chapéu cobrindo o seu ‘palhaço’ e uma cidadã chegou a tirar o sutiã, fazendo o famigerado handbra. Disseram até que rolou striptease profissional, mas acho que foi na hora que eu saí da boate pra procurar comida. Ah sim, fato interessante: paguei 5 euros numa garrafa de água de 200 ou 250ml [isso mesmo, R$12,50], doeu. A maior surpresa da noite, entretanto, foi o fato de que estávamos um pouco molhados e que o filho de um harém do motorista do ônibus nos deixou mais de 40 minutos esperando no meio da rua. Todos se tremendo, afinal estávamos em Ibiza, quem iria levar casaco? Enfim.. deixa pra lá.

Segundo dia, viagem pra Formentera, tudo muito legal. Novas amizades através das viagens pela estrada e pela praia, tudo muito legal mesmo. De noite marchamos para a Privilege, maior boate do mundo com capacidade para 10 mil pessoas. Uma certa parte da boate estava fechada, obviamente, imagina a gente lotando 20% do espaço total, ia dar uma sensação de vazio digna de alguns shows mal produzidos de Recife. O tema era School Party e eu acho que foi a festa em que as pessoas estavam mais bonitas, as fotos provam, embora eu tenha me prometido não citar nomes nem mostrar fotos. Mais uma vez, rolou um striptease, e uma live performance de uma senhorita que eu não tenho a mínima ideia cantando junto às batidas do DJ, isso é bom pra variar, saber que tem alguém correndo pra um lado e pro outro, hehehe.

Alguns heróis foram no terceiro dia de manhã visitar as callas/praias de Ibiza, eu não. Acordei lá pra uma ou duas da tarde porque sabia que o dia seria longo, mas pouco tinha noção de que seria um dos melhores dias da minha vida. Fomos para um lugar chamado Gala Night, embora tenhamos ido à tarde, que de certa maneira me lembrava Aldeia. Era um lugar bem cheio de natureza que por uma hora teve a festa da espuma. Nosso ônibus chegou quando faltava menos de 10 minutos para acabar, tsc tsc. O espaço era enorme, tinha duas super piscinas, uma em que era permitido entrar, outra que não, DJs, churrasco [à espanhola , nunca vai se comparar com um churrasco brasileiro] e todo mundo espalhado por lá. Uma certa pessoa conseguiu jogar a boia de salva-vidas na piscina e ser expulso de lá, mas na maior cara de pau voltou e ainda furtou uma camisa de uma campanha de ‘responsible party’ que estava rolando por lá, entregando bafômetros e tal. Isso rendeu minha tarde de tanto que eu ri.

De noite fomos para a Es Paradis, ah, a Es Paradis… confesso que depois da Gala Night tomei uns 2 shots de tequila na tentativa de me manter o pique, mas quando cheguei lá eu tava meio desanimado. Por sorte, um dos organizadores saiu gritando pra galera que tava sentada num lugar lá da boate para que todos se animassem e não ficassem mazelando. Foi esse empurrão que eu precisava para entrar na vibe da festa e depois disso eu não parei. A música era incrível, o lugar também e quando deu 4 da manhã começou de verdade a Water Party, da qual eles são famosos. A área central lá começou a se encher de água, que estava gelada pra cacete, mas depois de um certo tempo deu pra ir se acostumando [mentira]. A concentração de gente tava tão grande que tinham ‘ondas’, de minuto em minuto vinha uma enxurrada de gente em sua direção, derrubando a galera e possibilitando mãos-bobas a granel. Eu peguei 2 copos de plástico [plástico do bom, não de festinha] e ficava enchendo de água e tacando na cabeça do povo, foi divertido, heheheh. A galera, no embalo alcóolico da festa não largou os estudos:  devo dizer que vi por lá até gente praticando conceitos de ginecologia tátil avançada…  O que eu quero dizer sobre essa noite, no final das contas é até difícil descrever de maneira que fique legal e empolgante, então de certa maneira esse vídeo aqui ajuda a explicar. Foi uma das noites mais divertidas da minha vida, a música tava perfeita, as pessoas estavam empolgadas [algumas até demais] e eu saí de lá com um sorriso no rosto difícil de tirar a cada vez que falo da Water Party da Es Paradis, e como me arrependo de não ter comprado uma camisa de lá! Observação importante: provavelmente foi essa festa que causou a gripe de pelo menos metade da ‘federação’ de Valladolid, e também das outras cidades.

Ah, Es Paradis...

No último dia a festa era na nossa Platja D’en Bossa, ou seja, não precisávamos de ônibus e cada um podia ir na hora que quisesse. De tarde o combinado era ir para um lugar da praia reunir todos os que estivessem por lá e fazer um grande botellón [gente reunida bebendo fora de um bar], e fizemos. Eu levei um copo de um litro do Burger King que continha a lendária ‘poção mágica’: 7 doses de tequila, 5 de licor de laranja, 3 de licor de maçã e 5 limões. O problema foi que eu a repeti, o que gerou uma certa amnésia e me fez acordar na minha cama [bêbado tem GPS]. Descobri até que passei meia hora conversando com uma amiga minha sem ela ter noção de que eu estava no piloto automático.. rendeu vários risos depois. Para minha sorte, acordei bem na hora de me arrumar para ir para a festa de despedida. Me fizeram um sanduba da salvação e fomos para a Space, que eu pensava que seria a melhor boate no quesito música. Acontece que o DJ era o mesmo da primeira festa, então não mudou lá muita coisa no repertório. Ah sim: era a Masquerade Party. Minha máscara era a mais barata e bizarra que tinha por lá. Comprei junto a um kit zorro para crianças, que vinha com duas máscaras de plástico e duas espadas de plástico extremamente bizarras. O elástico, obviamente, não aguentou minha cabeça, mas aí fui engenhoso: peguei um headphone seboso que a Renfe me deu na viagem de trem Madrid-Valladolid e cortei, fazendo com que o fio ficasse do tamanho certo. Voltando à festa: com certeza eu não estava com o pique de fazer um super festão. Já tinham sido 3 dias seguidos de chegar no hotel às 7, dormir e já sair correndo, soma-se isso à ressaca e o resultado é um Ugo cansado. Ainda me diverti bastante com os recifenses e voltei perto das 4 da manhã, sabendo que tinha que acordar às 9 para arrumar o quarto [hotel preguiçoso, você tem que deixar as coisas organizadas ou eles não devolvem a fiança!!].

Fizemos a arrumação mais bizarra do planeta, estávamos todos cansados e começando a gripar. Conseguimos nossa fiança e pegamos o ônibus para pegar o navio para pegar o ônibus para pegar o táxi para chegar em casa! Pequena troca de meios de transporte, hein? Essa viagenzinha foi de meio dia até 3 da manhã, momento em que gloriosamente cheguei aqui, feliz por ter voltado vivo, estressado por estar gripado e cansado.

Isso foi Ibiza… eu acho.

Ugo.

Fujiya & Miyagi – Lightbulbs [vanilla, strawberry, knickerbockers glory]

Valladolid .6

Integration Weekend, te quero de novo. Acabei de passar um dos melhores fins de semana da minha vida, mesmo com quase nenhum luxo e com uma gripe do além. O fim de semana começou com uma ‘viagem’ [30 minutos de ônibus para mim é menos que ir para a faculdade em Recife..] para Duenas, um pueblito onde fica o albergue onde nos hospedamos. Do meu lado no ônibus, Monika, uma lituana que eu não conhecia e que mostrou ser interessada em artes, cinema e gostava de ouvir singing poetry, alternativo demais para mim. Gente fina ela, o país da coitada tem 3,3 milhões de habitantes, enquanto a Região Metropolitana do Recife tem quase 3,7 milhões, apesar de obviamente a densidade demográfica ser mínima. O translado passou num instante, até porque não tinha como não, o lugar é muito perto. Quando chegamos, ajudamos o povo da organização a descarregar as coisas e fomos escolher nossos quartos. No melhor estilo albergue, cada quarto devia ter uns 10 beliches, coisa que normalmente eu não gostaria, mas foi legal para o povo ficar conversando e se enturmar mais.

Arrumação feita, voltamos para o salão principal, onde aconteceram as festas, o karaokê e outras brincadeiras, e fizemos uma dinâmica para conhecer as pessoas que estavam lá, já que eram 70 e provavelmente cada um conhecia a 10 no máximo. Para isso, fomos divididos em seis grupos, ficando eu no grupo 1. Aconteceram algumas brincadeiras para que conhecessemos uns aos outros e decorássemos os nomes uns dos outros. No meu grupo, José Luis era o coordenador, tinha um americano chamado Abraham, uma francesa chamada Annelore, uma outra chamada Federica, uma eslovaca chamada Katarina, um italiano chamado Nico, uma inglesa chamada Helen, um português chamado Luís, outra inglesa chamada Frankie e uma […] chamada Daniela, que não lembro direito de onde ela é, mas creio que seja da Polônia.

Depois da integração, as pessoas foram se arrumar e conversar um pouco. Eu fiquei com José Luis e Eduardo [dois que fazem parte da organização da ESN – Valladolid, não são uma dupla sertaneja] e fomos arrumar o som da festa. Som muito massa, com tudo que era necessário para fazer uma festa massa. Obviamente que ia faltar algum cabo para complicar a história, mas eu tinha minha bolsa mágica de adaptadores. Quando chegamos na sala de jantar, fomos os últimos, Juan pediu uma salva de palmas para o ‘auxiliar técnico e dj’ Ugo, que ficou um tanto quanto envergonhado, mas bola pra frente, hora de jantar. Para falar a verdade, não lembro o que jantei. Acho que era macarrão carbonara e depois serviram almôndegas. Ou isso foi o almoço do outro dia? Who cares.. Pois bem. Eu tava um pouco doente essa hora, mas depois de comer melhorei um pouco [vale ressaltar que tomei uma neosaldina também].

Quando fui me arrumar para a ‘Pijama Party’, tinha um bocado de gente conversando no quarto e depois a maioria sumiu. Acabei de me arrumar e fui procurar onde tava o povo. A sala de jantar tinha virado um cassino, quase, a única diferença era que não se jogava por moedas, se jogava por bebidas [shots]. Tinha uma roleta de shots e várias brincadeiras diferentes por lá. Esse esquenta demorou uma hora e meia mais ou menos, tempo que passou rapidamente por causa de tanta diversão. Eu ‘dei a sorte’ de cair um shot de Absinto [do forte] para mim. Não sei se foi o shot ou alguma outra coisa, mas desde então o mundo ficou mais alegre, sorridente e a minha dor de cabeça/garganta tinha dado trégua. A festa foi massa, toquei de 1 da manhã até umas 5 e meia, 6 horas. Reconheço que estava um tanto quanto embriagado, o que me fez tocar algumas coisas inusitadas, a exemplo de Ivete Sangalo e Alejandro Sanz cantando Corazón Partío, mas dane-se, acho que a galera gostou. Depois disso, obviamente, cama. Energia era zero.

Acordei no outro dia com fome, sede, dor de cabeça, congestionamento nasal e o diabo a 4. Quem disse que eu me importava? Sofri feito um condenado até sair à quadra e jogar um pouco de basquete com a galera [isso mesmo, quase morrendo fui jogar basquete. Pode chamar de secura ou heroísmo, depende do ponto de vista]. No começo a gente ficou só arremessando a bola sem compromisso, mas quando chegou mais gente decidimos fazer uma partida. Como eram 2 homens e 2 meninas contra um time de igual composição, não imaginei que teria algum problema eu jogar de óculos. Claro que tinha, né? Mutley tá aí pra isso. Na tentativa de fazer uma cesta entrei em contato com Kris, um belga de uns 1,90m e o cotovelo dele, eu creio, bateu nos meus óculos, que entortaram um bocadinho. Azar do cão, fui tirar os óculos e ficar de lente.

Deu a hora do almoço e nos reunimos na mesma sala onde jantamos e fizemos a jogatina na noite anterior. Almoçamos alguma coisa, aí sim creio que foi carbonara + almôndegas, e logo depois nos chamaram para uma sessão de chill out / massagem na sala de televisão. Foram umas 25 pessoas dessa vez. Acho que ninguém lá sabia que eu era razoavelmente bom fazendo massagem, mas acabei me juntando a Federica, a francesa do meu grupo. Quando acabei o ‘serviço’, ela disse que foi a melhor massagem da vida dela [pontos pra mim!] e depois retribuiu a massagem. Depois disso, começou uma música de relaxamento e ficamos lá dando um cochilo até umas 4 ou 5 da tarde. Quando me levantei de lá, fui jogar basquete de novo [a secura tava grande!], dessa vez de lentes. Durante isso, também fizeram um karaokê no salão de festas, onde a galera cantou música do mundo todo. O povo ficou conversando um tempinho até dar a hora do jantar. Comemos e fomos nos arrumar para a seguinte festa, a festa do branco, onde todos, obviamente, estavam vestidos com algo branco [a tirar por algumas pessoas sem muita noção]. Dessa vez, depois do jantar eu estava mal de novo. Decidi tirar um cochilo de meia hora, que inteligentemente ampliei para ser um cochilo de quase uma hora. Depois, o esquema foi o mesmo, se arruma, esquenta-cassino e depois festa. A diferença dessa vez foi que eu no meio da noite passei o comando para Pajares, outro coordenador da ESN, e fui aproveitar a festa merecidamente.

No outro dia, menos ressaca [estava mais doente, bebi bem menos] e o mesmo inferno nasal que me acomete até hoje [e que tudo indica que amanhã estará dando tréguas]. Tomei café da manhã, conversei um pouco e fui jogar mais basquete. Almoço, massagem/chill out no mesmo esquema. Fiz massagem em Marta e Sara, duas espanholas, e em ser estranho. Quem é ‘ser estranho’? Não sei. Eu falei primeiro com ela na primeira festa, mas não lembro seu nome de lá. Tampouco lembro de onde ela é. A única coisa que sei é que ela não fala quase nada de espanhol. O pior é que ninguém sabe direito quem é ela ou o nome dela. Não sei nem quem são os amigos dela porque ela não tinha um grupinho fixo. Resumindo, ser estranho. Como eu nunca nego massagem, ela fez em mim e eu retribui. Durante isso, ri demais com uma grega louca que estava lá. Ela é meio transtornada da cabeça. Fez uma massagem em Eduardo [o mesmo que me ajudou a ajeitar o som] em que dava uns tapas muito barulhentos e fazia a galera rir horrorres. Depois que as coisas se aquietaram, mais cochilo. Quado acabou o chill-out, já era hora de arrumar as coisas para ir. Não sem antes jogar uma partida de basquete contra Andrés, um amigo do México. Ele ganhou por 7-5, mas o jogo foi divertido. Depois disso, ônibus para Valladolid, onde voltei mais uma vez conversando com Monika. Chegando na Plaza de la Universidad, me despedi da galera e fui para o antro da salvação: o Jardim de Istambul. Kebab de jantar [a vontade de cozinhar ou preparar algo definitivamente não existia em mim] e me fui para casa. Guardei as coisas [estou com um bocado de roupas sujas que venho lavando desde ontem] e fui dormir.

Assim acabou um dos melhores fins de semana da minha vida.

Ugo.

Franz Ferdinand – Tonight

 

Não queira Ugo sem beber: Noite no Conselheiro

[ Na série Não queira Ugo sem beber eu vou escrever sobre alguns lugares em que eu estive/estarei e falarei do ponto de vista de alguém que não bebeu, já que agora eu virei religioso e larguei esse vício. ]

Ontem eu fui pro Conselheiro Bar, que na verdade não é um bar. É uma boate/casa de shows que tem DJs e bandas. Até aí tudo normal, mas acho que só até aí.

É triste ver que o Soho, um dos melhores restaurantes japoneses de Recife [sendo o melhor o Sushi Yoshi], se transformou nesse reductus galerozum superlotado e infernal. A fila de entrada já é entristece, e quando você realmente entra é que percebe que o pior ainda está por vir, sério.

A primeira impressão que eu tive do espaço foi que sobraram uns garçons do antigo restaurante e boa parte dos outros tinha estudado no CBV 1 ano antes de mim. Mas isso é irrelevante, foi só a título de curiosidade mesmo. Cheguei lá dentro e tinha um DJ tocando lembro-lá-o-que, e de tão ‘normal’ que o cara era o som dele passou batido [pelo menos pra mim]. Peguei minha Red Bull [é bom pra evitar passar a noite toda bocejando no meio de um massacre desses] e fiquei ‘curtindo o momento’.

Deu meia hora e o maior aglomerado musical galerozo subiu no palco e começou a tocar. Patusco é uma banda legalzinha, peca por não saberem muito bem o que fazem da vida. Tentaram misturar alguns sambas antigos [muito boas] com ‘ela tá de saia, de bicicletinha/uma mão vai no guidon/e a outra tapando a calcinha’ e aí não dá certo, fica nesse vai e vem de música nova e velha meio ilógico. Ah, sim. Fui no banheiro de lá e voi-la, o ‘ar condicionado’ tava ligado em 32º! Calor da porra lá no salão e botam o ar nessa temperatura?!?!

Conselheiro Bar 05/02/2010

Banheiro do Conselheiro em Clima de Verão

Acabando Patusco [a melhor coisa que tocou ontem], começou a tocar um DJ aí. Vou até procurá-lo pra sugerir que ele mude de nome pra DJ Aí. Isso porque o cara conseguiu mostrar como ser um DJ totalmente anônimo desprovido de qualquer capacidade de ser original, um verdadeiro animalzinho. O cara começou tocando Ivete Sangalo, depois Ivete, e, surpresa, ele tocou 3 músicas seguidas dela. Pensei até que seria 1 hora de tributo a uma das coxas mais grossas do nosso Brasil. Mas não, Ugo tinha que estar errado. Acabando a 3ª música, o nosso gênio das picapes manda um batidão de funk e aí começa o baile. Toca uma, duas, cinco e… Yves LaRock tocando Rise Up??? O cara conseguiu mudar de estilo mais uma vez [e isso tudo aconteceu em meia hora]. Depois da última mudança o cara se aquietou. Botou uns tuntz tuntz daqueles que duram 8 minutos cada e foi assim até a galeroza da Evolughetto [ isso mesmo, pode ler de novo e ficar pensando como eu fui parar lá. E não, eu não fui sequestrado/era refém de algum sequestrador-torturador ] se arrumar no palco.

Teclado, notebook, mil elementos percussivos, baixo de 5 cordas, bateria, violão elétrico e um vocalista. Isso é o que você precisa pra fazer uma swingueira batucada  impiedosa. [ tá até difícil escrever essa parte do post, tá dando uma dor lembrar do som deles ] Esses caras conseguiram uma proeza tão grande que eu acho que até num South by Southwest, um Coachella ou qualquer gigafestival desses do mundo uma banda não consegue. Das 5 primeiras músicas que eles tocaram, 4 o Patusco já tinha executado 1h30 antes. E isso aconteceu até com Morena Tropicana [isso mesmo, versão swingueira de uma música de Alceu Valença], ou seja, o que porra eles tinham na cabeça??  Fato curioso: todo mundo tava vestido de galerozo [ nada anormal até aí pra um show de swingueira ], menos o baixista. O cara tava vestido de MANO. Tava de bermuda, sapato de skatista, ou seja, totalmente a parte da swingueiraland. Eu, hein.

Aí no meio desse show, meus amigos decidem ir embora [ALELUIA, pensei eu, mas o massacre só estava por vir]. A vontade de ir embora era grande, entretanto eu não podia [como assim, Bial?]. A fila estava gigante e eu passei 1h DE RELÓGIO até conseguir pagar o meu cartão. Puta que pariu, fiquei muito irritado com isso. Vou até parar de falar disso aqui, senão eu me estresso mais ainda. Final da história: paguei meu cartão e lavrei.

Moral da história: o lugar é um inferno de gente, os DJs deixam a desejar [principalmente o 2º], Patusco é Patusco, quem vai sabe o que vai ver, e Evolughetto é uma tristeza. Eu não tinha nem 01 cervejinha pra me ajudar a passar por tanta tortura, então foi uma coisa realmente tensa.

R$43 reais e 5 horas depois, conclusão: não volto nessa porra nem tão cedo.

Hoje tem a Sala da Justiça com Nação Zumbi, Eddie e Mart’nália pra lavar a alma, tou precisando.

Ugo.

Chico Science & Nação Zumbi – Da Lama ao Caos

Insônia Criativa

Daqui a três horas e meia estarei acordado de novo. Pra falar a verdade, não é o que desejo, mas até que tou gostando de estar com os olhos abertos contra a minha vontade inicial [afinal, a consequência disso vem amanhã com o cansaço]. Mas, porém, contudo, entretanto, não obstante, blablabla, essas horas a mais me renderam ideias [sem o acento, se Jockey um ler esse post] que há um tempinho legal eu não tinha.

Escrevo, já faz uns meses, algumas letras de música para um amigo meu, Vitor Ioiô, que toca violão, canta e fica encarregado de musicá-las [isso já acontecia antes com Raíssa, que musicou Broken Dream e outra que não lembro o nome, e com a galera da Woohoo, que musicou Solto na Buraqueira e Today We Have Fiesta]. Com Ioiô o negócio é o samba e certo dia ele disse que eu tava sendo muito direto com minhas letras, tipo muito literal.

Então, nesses últimos dias, decidi prestar atenção nas letras de uma galera que sabe metaforizar a vida com palavras que encantam e que me fazem gastar uns minutos do dia elucubrando. A citar: Tom Waits, Casuarina, Chico Buarque e Cartola principalmente [sem contar com a anteção que eu prestei a mais nas outras músicas, mas esses foram os mais importantes].

Somando minha atual insônia [criativa, bastante] com esse espírito metafórico, escrevi 3 letras que espero que agradem a ele e a quem um dia por ventura chegue a ler/ouvir.

Ah, sim. Eu queria escrever uma coisa no meio do texto e acabei esquecendo, vou dizer agora no final porque achei legal, haehaehea. ‘A criatividade hoje tá tão grande que eu olhava pra foto de perfil no orkut e já me vinha uma letra pra fazer quase pronta na cabeça’.

Vou deixar por aqui ‘Vou Esperar’ e vou pra minha cama… esperar.

Vou esperar
O tempo te trazer
Calmamente aguardo
Isso vai acontecer
É questão de oportunidade
Eu sei que vai dar
Não é vaidade
Só vou esperar
.
Porque nosso destino está traçado
Tenho ele anotado
Posso até te contar
.
Já te vi
Mas não era a hora certa
Mas em breve a gente se acerta
Tá escrito aqui
.
Então vou esperar
O tempo te trazer
Calmamente aguardo
Isso vai acontecer
.
É questão de oportunidade
Eu sei que vai dar
Não é vaidade
Só vou esperar

Bomba instantânea de felicidade [BIF]

No overall, eu não passei um dia muuito alegre hoje. Dormi muito pouco, tive que ir pra aula e não fiz nada de produtivo a tarde toda, tampouco agora de noite, só consegui ler 10 incisos do art 5º da CF [= nada]. Mââs, ao sair pesquisando aqui no Wikipédia por um cd ao vivo da banda Spock’s Beard, só pra tirar uma dúvidazinha em relação à ordem das músicas que tava errada aqui no computador, me deparei com a notícia de que os membros de uma de minhas bandas favoritas, chamada Transatlantic, decidiram se reunir pra gravar um cd novo, com previsão pra esse ano ainda.

Essa notícia me causou uma felicidade instantânea, pois não era algo que eu esperava e foi uma notícia bastante feliz. Isso me levou a pensar que, se a infelicidade pode ir construindo uma fortaleza com os acontecimentos mais recentes [e em alguns casos acontecimentos bastante antigos], uma notícia ou alguma coisa bastante inesperada ou igualmente expectada pode agir como uma bomba instantânea de felicidade, carinhosamente ‘assiglada’ de BIF. O que ocorreu hoje comigo endossa minha teoria: estava eu puto da vida por não ter ido ao Quintal PE, por não ter dormido quase nada, por ter tido aula num domingo de manhã e por não ter feito nada no resto do dia. Quando eu li a notícia, a BIF destruiu toda essa infelicidade que foi se construindo no decorrer das últimas 24 horas.

Então, dá pra concluir que, não importa o quão cabuloso seja o dia, não importa se o djabo tirou o dia pra tocar o terror na tua vida, há sempre a possibilidade de que algo causador de uma felicidade imensa aconteça e acabe com toda essa mazela emocional que esteja acontecendo. Só que é meio difícil uma BIF cair na cabeça de uma pessoa toda hora, deixando esse hipotético felizardo anestesiado de toda e qualquer desgraça que venha acontecer, até porque se caísse toda hora, o mundo viveria num estilo a la ‘why so serious?’ e as coisas não dariam muito certo.

Só restam três considerações finais: a primeira é que a gente tem que ir construindo a felicidade tijolo por tijolo, sem deixar que a infelicidade se aposse da ‘fortaleza’, a segunda é que é sempre possível cair uma BIF, e a terceira é a mais legal: Mama, se prepara que, em acontecendo de o Transatlantic não pairar pelas terras brasilis, minha aparição por aí é dada como quase certa!

Ugo.

Transatlantic – Live in Europe [quem sabe eles não gravam outro DVD igual a esse… quem sabe eu não estarei na platéia, mwahahahah!]

A indústria fonográfica tem tendências suicidas

Eu estava escrevendo um texto sobre a sociedade do espetáculo, mas ele acabou saindo um pouco da intenção original e virou isso.

Algo que me incomoda bastante hoje em dia é o que ocorre no mundo da música. Eu, apaixonado confesso por música, fico enojado quando vejo o quão retrógrada e bizarra é a indústria fonográfica. As gravadoras estão indo à falência porque juram que o modelo que tinham para fazer música era perfeito e duraria para sempre. Não previram nem acompanharam a onda da internet e do acesso global à informação, já que hoje em dia qualquer pessoa pode ouvir tanto uma música ‘demo’ gravada no computador de um adolescente de 15 anos habitante da Madagascar quanto ouvir o cd mais recente do artista pop mais famoso. Isso tudo de graça, bem mais rápido e cômodo do que ir a uma loja comprar.

[ Só um parágrafo explicativo: eu ainda compro cds. Acredito que, além do trabalho dos músicos, há todo o artwork, além de ter a sensação de que estamos ajudando um artista que merece. ]

Mas enquanto o acesso gratuito, ilegal ou não, foi popularizando-se, essas malditas associações, sejam elas a RIAA americana, APCM brasileira, etc. preferiram, em vez de readaptar o modelo de negócios arcaico para um novo esquema que entendesse como a informação circula hoje, preferiram atacar aqueles que foram classificados como ‘cibercriminosos’ por estarem disponibilizando cds, apresentações e filmes que nunca chegariam às nossas mãos de outra maneira. Não há como depender de lojas como Submarino, Lojas Americanas, Livraria Cultura, Saraiva, etc. pra achar raridades como, por exemplo, o álbum Nascimento da banda Perfume Azul do Sol, já que nenhuma dessas lojas jamais terá, nem por encomenda. Esse é um lado positivo do livre acesso à informação que vivenciamos hoje.

Em vez de planejarem como gerar receita dando acesso às pessoas a esses arquivos, esses executivos e advogados fracassados vão brincar de gato e rato com os internautas, principalmente os webmasters, mas parecem não se tocar que a quantidade de sites servindo como ‘espelhos’, que só fazem propagar mais ainda mais a informação, crescem exponencialmente, de um jeito que nunca vão conseguir parar isso.

Os mais espertos já começaram a fazer com que isso gerasse renda, mas não foram gravadora. Foram as próprias bandas, que viram que não daria certo ficar nesse modelo ultrapassado e sem futuro. Há várias bandas, principalmente as não-tão-famosas-assim, que disponibilizam seus álbuns na internet e, em vez de perderem dinheiro com isso, ganham uma grande leva de fãs que, tendo a oportunidade, comprarão o cd em sua forma física e irão aos shows, sem contar com o dinheiro gasto em merchandising. Há também vários sites para disponibilizar o conteúdo gratuitamente e eles estão longe de falir justamente porque souberam o que fazer para monetizar o serviço sem afastar as pessoas. Ou vocês acham que o MySpace, PureVolume, etc. estão perto de falir? Acho que não, hein =P

No final das coisas, eu acho que toda banda deveria disponibilizar seu material online, porque o hábito que se tem atualmente é bastante simples: primeiro vemos e experimentamos o produto para depois comprarmos. Tem que acontecer o ‘test drive’ antes! Quem quiser, hoje em dia, poderá sempre conferir um álbum antes de comprá-lo e isso é ótimo, porque gastar dinheiro às cegas é horrível. É lógico que há a necessidade de, além das gravadoras remodelarem seus modelos de gestão, reeducar as pessoas, já que, obviamente, não são todos que baixam para depois comprar. Dá pra dizer que 95% das pessoas baixa e não compra, o que não é o mais certo a se fazer por uma banda da qual você gosta e certamente irá a um show que houver em sua cidade.

Esse post foi menos elucubração e mais desabafo. Acho que foi bastante direto e ele remete principalmente à APCM, que recentemente fechou aquela comunidade ‘Discografias’ do orkut e à justiça sueca, que acabou por condenar os criadores do The Pirate Bay, ainda que o julgamento não tenha acabado. Sou totalmente contra a comercialização de mídia ilegal, mas sou a favor da disponibilização desse conteúdo.

Espero que um dia sigam o exemplo de empresas como o Google, em que a maioria de seus serviços é grátis e mesmo assim estão aí como uma das maiores empresas do planeta, e parem de caçar os seus clientes em potencial e comecem a tentar cativá-los de alguma maneira que isso gere renda. Aqui fica meu total desprezo pelo jeito como as associações fonográficas agem atualmente: espero que todas vão à falência, viva os selos independentes!

Ugo.

Transatlantic – Live in America [é de chorar esse cd, um dia eu vejo um show deles.]