Parece até post de fim de blog, mas não é. Por sinal, dá pra dizer que esse título é bem sensacionalista, mas foi intencional. Esse tempo que passou desde o último post deve ter feito alguns dos poucos frequentadores parar de visitar o blog [e têm razão, maldito seja quem deixa de atualizar por mais ou menos duas semanas]. Minha cabeça não estava muito focada em blog esses dias, não sei bem por quê. Sei que não vinha assunto pra eu escrever e não é objetivo meu ficar forçando texto, pois a qualidade vai cair e eu não vou achar legal o que eu estou fazendo. Churumelas à parte:
Faz tempo já que eu pondero o que diabos estou fazendo no mundo, principalmente sobre faculdade, etc. Decidi administração tendo por base o trabalho dos meus primos da Infohouse, mas pouco tempo tinha gasto pensando nas outras vertentes do meu curso. Vi que não me identificava com o trabalho e o estilo de viver que alguns dos nichos que essa graduação oferece. Por exemplo, não sinto nenhum interesse no jeito engomadinho/bonitinho/super-certinho dos FCAP Junianos. Não que eu tenha algo contra eles, mas esse jeito de ser não tem nada a ver comigo!
Hoje de manhã, já deixei meu pai preparado. Marquei um almoço com ele e não disse muito por que tinha marcado, só deixei o tema no ar: faculdade. Não sei bem o que ele pensou antes sobre esse almoço, mas logo quando entrei no carro, soltei a bomba: ‘quero fazer jornalismo, vamos aos prós e contras’. Fui bastante objetivo, uma vez que não tem necessidade ficar enrolando. Também não disse que ia fazer jornalismo, disse que queria e estava disposto a ouvir os prós e contras, não só na visão dele, mas na visão da família e dos que estão ao redor, principalmente os que trabalham na área. O Velho Mutley, como eu previra, apresentou uma reação de espanto e, mais previsível ainda, começou logo pelos contras, nada mais típico do seu comportamento do que entregar a realidade sem enfeitar nem criar ilusões [bom pra mim].
Começamos a debater. Ele defendia que eu ainda estava no começo do curso de administração e que precisava informar-me mais sobre os trabalhos. Eu, pelo contrário, argumentava que, no que tangia o meu conhecimento de administração/administradores de empresa, não me via na posição deles. Minha visão era a que alguns amigos da FCAP tinham [têm]: tou no curso errado porque a faculdade tem um nome muito forte no mercado e a gente se dá muito bem. Meu pai recomendou ter um pouco mais de calma e esperar que eu ampliasse minha visão sobre o mundo administrativo, que eu pudesse ver todas as opções e, se possível, encontrar alguma na qual eu me identificasse [estou até procurando, problema é achar].
Em relação ao curso de jornalismo, eu achava que seria uma área na qual me interessaria mais. Gosto de escrever, gosto de me informar e queria alguma coisa entre música[cultura]/informática/assessoria de imprensa em mídias sociais. O obstáculo imposto pelo meu pai é o que mais aflinge os jornalistas: o salário. Jornalismo não é uma profissão que remunere bem, isso é fato. Fico eu no meio, tentando me desligar um pouco da questão financeira, porém é algo que sempre vai pesar [a não ser que algum dia eu ganhe na Mega Sena]. Depois de certo tempo conversando, ele foi amolecendo o papo rígido e demonstrando, ainda que discretamente, um interesse pelo meu interesse [botei de propósito, ok?] por jornalismo. É algo de família, eu sei. Avô, pai, mãe, tio, tias e prima, todos jornalistas, ainda que uns não exerçam.
Também tinha algo bastante importante a ser observado: o tempo. Não é bom abandonar o curso de administração, pois, mesmo que não me identifique com ele, será bastante útil para qualquer profissão que eu venha a escolher. Faculdade de manhã e de noite é algo pesado, mas mais pesado ainda é estudar durante dois turnos e, entre eles, estagiar. Isso sim é heavy metal. Será que eu aguentaria? Pra falar a verdade, não sei, só experimentando pra saber. Deve ser deveras cabuloso não poder ter umas horinhas pra ficar nadando [vem do verbo nadar] em casa.
Na parte final da conversa [primeira de muitas, afinal não se pode tomar uma decisão tão importante como essa em um almoço. Tem bastante gente pra ser ouvida até que eu possa ter uma opinião firme], chegou Vovô Portela, uma das pessoas que eu mais considero no mundo. Com toda sua calma, reforçou o pensamento de meu pai. Ainda estava cedo para eu dizer algo sobre o curso e eu poderia achar algo interessante num curso tão amplo como administração. Meu avô ainda fez mais algumas perguntas para saber do meu interesse por leitura e assuntos afins, a fim [trocadilho!] de ter uma noção mais aprofundada do meu interesse pelo curso de jornalismo.
[me lembrei de algo importante: o meu interesse por jornalismo foge um pouco da parte impressa dele. Vejo que a tendendência mundial é a digitalização, tanto é que o próprio Jornal do Commercio tem seu portal online. No que isso influi? A resposta é bastante simples: o mundo virtual é um mundo selvagem. Conceito de selvagem: você pode ser o que quiser. Se eu quiser ter um site de astrofísica, posso. Basta ser bom no que escrevo, ter reconhecimento e atingir meu público-alvo. Precisa de diploma? Não. Puxando para um exemplo jornalístico: posso ter um site de informações sem necessariamente ter uma graduação. Posso, como já me foi proposto por um amigo, criar um site que cubra vários shows da cena alternativa. Posso fazer até um site sobre pudim [embora a ideia não seja original].]
Não sei bem o que vou fazer, sei que agora me resta falar com 9,998 pessoas [já falei com meu pai e meu avô] e tirar uma conclusão sobre o que fazer da vida. Minha certeza é uma: não vou tentar entrar na FCAP Jr. [mwahahah].
Ugo.
Chico Science & Nação Zumbi – Afrociberdelia [rio demais ouvindo Sangue de Bairro – ‘quando degolaram minha cabeça / passei mais de dois minutos vendo meu corpo tremerrr / e não sabia o que fazer / morrer, viver / morrer, viver’]