3e arrondissement

O terceiro dia começou com Joh chegando aqui no Hostel e me acordando antes das 9 [sacrilégio!]. Depois que ele foi informado de que não poderia fazer o check-in antes das 12, a gente decidiu ir turistar com Katrin, a alemã. Fomos pra Notre Dame, entramos lá, o lugar realmente é lindo, coisa fina. [preste atenção que não vou ficar ressaltando os contornos da arquitetura, blablabla]. Andamos um pouquinho por lá e fomos para o famigerado Museu do Louvre.

Muito legal o museu, desde a parte de fora, antes de entrar no dito-cujo, a pirâmide de vidro, etc. O lugar todo é muito organizado, apesar de que lá dentro eu passava o tempo todo muito perdido porque o lugar é gigante e labiríntico. Fiquei bastante impressionado com o tamanho de algumas pinturas [e a requerida paciência para pintá-las] e os detalhes. Vi aquela pintura que virou capa do cd do Coldplay em tamanho real e, putz, é grande o quadro!  Infelizmente, eu não gosto muito desse estilo de pintura, mas tinham muitas coisas interessantes que saíam do clichê Jesus-Maria-Apóstolos-Padres-Bispos-Papas, aí sim que prestavam. Vi e tirei foto com a brother Mona Lisa, mas ainda não peguei as fotos com Joh e Katrin, então fiquemos na espera.

Depois de um tempo arretado andando pelo Louvre e de 4 lances de escada MONSTRUOSOS, eu cansei. Não aguentava mais e já tava perto da hora do almoço. Fomos os 3 [eu, Joh e Katrin] procurar alguma coisa para almoçar perto do curso de francês de Chico. Foi um rolo do cão, uma vez que a alemã não toma refrigerante, não come pão ou leite e odeia McDonalds [Joh praticamente só queria McDonalds e ela só não queria McDonalds]. O páreo tava complicado, já que as sugestões iniciais dela foram comer omelete, restaurante senegalês e restaurante vietnamita [CORRE, negada!] . Com o impasse claramente difícil de ser resolvido e o tempo até a aula de Chico acabar esgotando, resolvemos nos separar. Katrin foi comer o omelete dela enquanto eu fui com Joh na McDonalds. Comemos, andamos até onde Chico estuda e depois pegamos um metrô para a Champs-Elysée [e hoje eu vou lá de novo…] ver o que as rebajas [não lembro em francês] tinham para nós.

Só eu acabei comprando alguma coisa, mas também sou o único que vai passar 1 ano lá e que tem algum motivo para comprar roupa de frio. Fui na H&M e comprei um par de sapatos brancos, um cinto [que não usei porque o animal do Joh pegou emprestado], um cachecol e um sobretudo muito massa [e que me dá 70 euros em motivos para eu emagrecer, porque a situação tá longe do ideal – o ‘look’ chega assim que Chico me passar as fotos ]. Conhecemos a loja da Nike, da Sony, Tommy Hilfiger [facaaaada], entre outras. Acabadas as compras, fomos à Cidade Universitária jantar, já que lá é bonzinho e barato.

Voltamos ao hostel, Chico foi pra casa dele se arrumar e eu e Joh fomos fazer o mesmo por aqui. A alemã bipolar, que ora estava sorridente e conversativa e ora estava mais calada que o defunto de um mudo, tinha bebido uma garrafa de vinho e estava no espírito de fazer farra. Bom saber. Joh conheceu os roomates dele, dois chineses que falam português muito bem [moram em Lisboa há 1 ano e meio e o objetivo deles é trabalhar com tradução Português-Chinês], foi engraçado isso. A bronca da noite é que Chico não tem muita pressa em se arrumar [por exemplo, há 1h ele disse que tava acabando de se arrumar para vir almoçar com a gente em algum lugar da redondeza e nenhum sinal dele] e quando deu umas 22h30 ela queria ir de qualquer jeito. Infelizmente, bros before hoes, tivemos que dispensar ela e um bocado de gente que tava saindo na hora. Mais um tempo se passou e outra galera foi embora e nós a ver navios.

Chico chegou era 00h30 e a gente foi procurar algum canto para ir. Fomos vetados numa boate lá porque eramos 3 homens e não levávamos acompanhantes [aqui eles têm essa frescura de que homem tem que entrar acompanhado de mulher, se for um grupo de homens querendo entrar provavelmente não deixarão] e vimos um bocado de pubs cheios de gente que estava assistino a Inglaterra e País de Gales [por sinal tinha um bocado de gente de kilt passeando por lá]. Não tinha um lugar que não estivesse superlotado e decidimos mudar de bairro para ver se achávamos algo mais legal. Fomos para perto de Sorbonne, a universidade, e começamos a busca por lá. Havia várias coisas diferentes, desde o Ze Bar [que devia ser o bar de algum Zé do Brasil], a um de música latina com cuecas e sutiãs pendurados.

Acabamos ficando num que eu não lembro direito o nome [Le Petit Pon qualquercoisa]. Um bar bastante simpático na beira do rio e cheio de gente. Estávamos perto do balcão dos bartenders e de lá saíam drinks realmente impressionantes, com fogos de artifício [ok, estrelinha, mas era bonito], taças gigantes, etc. Era bem legal. Fui de cerveja, Chico também e Joh tomou 3 tubos de ensaio de tequila, triple sec e curaçau blue, ficando pouco depois de acabar o terceiro bastante alegre. A gente mudou de mesa para um lugar que tinha melhor vista do resto do bar e que, por sinal, ficava perto de onde eles deixavam os copos com pipoca ou azeitona que eles punham nas mesas. Joh, já bêbado no meio de um copo de cerveja, começou a pegar na cara de pau e quando a gente foi perceber já tinham 3 copos empilhados, me fazendo ter um ataque de risos e Chico querer se esconder do bar.

Saímos de lá cantarolando música sertaneja [pro desgosto de Chico não só das músicas como da cantoria] e esperamos até dar 5h30 para pegar o metrô. Metrô, hostel, cama.

Ugo.

Queens of the Stone Age – Over the Years and Through the Woods

First Impressions on Earth

Paris, cheguei. Não sei o que aconteceu, mas estou numa maré de sorte incrível. A TAM não encrencou com o fato de eu ter dois nomes, as polícias não encrencaram com o fato de eu ter 2 nacionalidades, dei a sorte de viajar no corredor do avião com as 4 cadeiras livres para mim e de ter podido dormir como nunca tinha dormido em aviões: mais de 9 horas, mesmo que eu tenha acordado várias vezes. Consegui chegar no hostel, que por sua vez é na frente da estação de metrô, que beleza! E antes de sair com Chico, descobri que tenho uma linda roomate alemã e 2 camas vazias num quarto para 4! Nada de aparecerem 2 chineses/russos/italianos/etc. bêbados gritando pela noite e fazendo algazarra, só a simpática Katharine [nome sujeito a erros na grafia porque ainda não a procurei no Facebook, hahahah].

Chegando no hostel, dei uma descansada, pois mesmo tendo dormido um bocado eu ainda tava um pouco cansado, conheci a dita cuja e saí pra passear com Chico [ela foi cochilar]. Conheci um quase-nada da cidade, pois ele tinha que ir para casa cedo por causa das aulas. Andei pela Pigalle, a Red Light District / Reeperbahn francesa, nada de muito assombroso. Passei na frente do Moulin Rouge, mas só a entrada me assustou [pagar 80 euros só pelo espetáculo tá fora da minha realidade]. Confesso que queria ter parado para tomar uma cerveja e esquentar um pouco o corpo, mas fica para uma próxima. Primeiro dia não tem que ter alvoroço.

Sobre a cidade como um todo não tenho muita coisa a dizer, estou num bairro bem suburbano localizado na 18E, aqui a maioria da população é de negros, indianos e paquistaneses, mas não são perigosos, só saíram do país natal para tentar uma vida melhor por aqui, tirando os malas que sempre tem em qualquer lugar da cidade. Ainda não passei pelo clichezão de Paris [tá bom que o Pigalle e a Moulin Rouge sejam clichês, mas não chegam tão perto de uma Torre Eiffel/Arco do Triunfo/etc.], então ainda falta muito a se dizer.

Essas são apenas as primeiras impressões.

Obs: esse texto foi escrito de noite, que é quando a internet aqui no hostel é paga, então só estou publicando agora de manhã.

Ps1: depois que eu tinha escrito o texto apareceram dois eslovenos para completar o quarto, bah. Joh se lascou na história, pois eles vão passar 1 semana aqui e ele vai ter que ir pra outro quarto, não mandei se atrasar..

Ugo.

Ao som da estação que fica na frente do meu quarto, mas nada que incomode muito.

Ps2: acordei com a porra da rua em obras, britadeira do inferno.