Somos todos loucos?

Foi dito no twitter por um cara:

“Twitter é como um pátio de hospício: você sai falando sozinho e eventualmente alguém responde”

É verdade. A maioria dos seres humanos sente a vontade de expressar seus pensamentos e sentimentos. Este blog é uma prova viva dessa teoria. O twitter é a maneira fácil, rápida e eficiente de externar para quem quiser ler tudo o que você quiser.

De vez em quando, a gente grita bem alto [nunca vi alguém gritar bem baixo] querendo que o mundo ouça o que queremos dizer. Desde antigamente, a humanidade escreve poemas/livros/ensaios, compõe músicas e pinta quadros [pra não falar nas outras milhares de possibilidades de expressão] para dizer o que sente. Muita coisa que ficou mundialmente famosa não foi feita com a intenção direta de ter esse reconhecimento, havia sempre quem quisesse apenas botar pra fora o que sentisse no momento e que alguém achou interessante e saiu divulgando pro resto do mundo.

Se a pessoa não quisesse escrever/compor/etc., poderia usar sempre um amigo [nem sempre confiável, mas a necessidade faz o homem] para contar o que quisesse. Essa é uma maneira que acaba por fortalecer [e de vez em quando, antes de fortalecer, criar] vínculos entre as pessoas. Essas conversas, que começaram geralmente na casa de um dos interlocutores ou num bar, passaram, como o tempo, a ser conversas pelo telefone [para a felicidade das operadoras, que lucravam/lucram horrores com essas conversas de 30 minutos+] e, mais recentemente [para a tristeza das operadoras], por e-mail, msn e por depoimento do orkut [o que nunca deve ter sido a intenção do criador do orkut, já que a função ‘depoimento’ era pra você falar sobre a pessoa, não necessariamente enviar mensagens secretas a elas, mââs, nevermind].

Sendo que nem sempre essa necessidade de expressão era tão secreta [sem contar as fofocas que aconteciam/acontecem  2 minutos depois que você acaba de ouvir um segredo bem cabeludo que aflingia alguém] e, com a internet, surgiram as páginas pessoais onde as pessoas acabam por expor uuma parte de sua vida lá para apreciação dos outros. A evolução disso, como dito por InterNey, veio com a própria evolução da internet. Novos sistemas de gerenciamento de conteúdo facilitaram [e muito, senão esse blog aqui, cheio dos perecotecos tecnológicos – tags, comentários, ‘últimos posts’, contador de visitas, etc. – provavelmente não existiria.] a criação de blogs e fizeram  com que as pessoas pudessem escrever para o mundo o que quisessem, aliviando ainda mais esse sentimento/pensamento reprimido e que precisava ser solto.

No ritmo de constante crescimento, a internet criou a web 2.0, algo que revolucionou o mundo ‘virtual’ [que não é tão virtual assim]. Foram criadas várias redes sociais, cada uma com sua peculiaridade. Nas mais genéricas, como orkut, Facebook, MySpace, etc., você pode dizer o que está sentindo/pensando/planejando no momento [‘mensagem pessoal’], pode entrar em comunidades para mostrar aos outros do que você gosta e pode, como já foi dito antes, mandar depoimentos, sejam eles com o intuito de serem lidos ou não. Também foram concebidas redes especializadas em algum interesse específico: Last.fm [para quem gosta de ouvir música poder mostrar aos outros o que está ouvindo, trocar ideias e informações sobre artistas, bandas, shows, etc.], Flickr [para os fotógrafos amadores ou profissionais enviarem fotos e trocarem comentários, além de algumas funcionalidades que porventura possam existir e eu não conheça por não fazer parte de lá], YouTube [compartilhamento de vídeos], etc. Com essa infinidade de ferramentas, facilmente uma pessoa pode conhecer características comuns sobre uma pessoa antes mesmo de trocar um ‘oi’ [virtual ou real] com ela.

Com a criação do twitter, além de ser possível saber várias coisas, agora pode-se saber o que cada usuário está pensando da vida. Em poucos segundos, uma mensagem de até 140 caracteres poderá ser lida por todos os seus amigos e, se for o caso, inimigos, desconhecidos, fãs, loucos, etc. Utilizando a analogia lá de cima, seríamos todos loucos uma vez que estamos gritando para o mundo sem direcionar a ninguém. Falamos ao vento e esperamos que o mesmo vento carregue a mensagem para alguém que esteja disposto a ouvir.

Eu, pessoalmente, sinto essa necessidade de expressar-me. E, sem medo, digo: sou um louco.

Ugo.

Beastie Boys – Best of Grand Royals 12’s [remixes de uma banda que transcende facilmente qualquer rótulo dado a ela]

*lembrando a existiência da comunidade do orkut: Inside Altside e um pequeno catálogo de redes sociais por onde me achar: MeAdiciona.com

Os cinco minutos antes de dormir

Num dia normal, quando acordo cedo [6h] e vou dormir relativamente tarde [23h], não costumo demorar mais de 5 minutos para cair no sono. Porém, desde que criei o blog, observo que esse teoricamente curto espaço de tempo até eu me entregar aos braços de Morfeu é que me faz pensar em muitas coisas vividas no dia e na vida toda. Não é uma eternidade toda que passo lá pensando, são apenas 5 minutos que me levam a todo um filosofar bem louco, e é daí que surgiram vários posts.

Esse momento que a gente tem pra si próprio enquanto está na cama é bem interessante: estamos sozinhos [mesmo que haja outra pessoa na cama, ou ela estará dormindo, ou estará pensando na própria vida, ou estará conversando contigo e estragará a minha idéia], o silêncio [geralmente] impera e as imagens começam a passar na cabeça. São imagens de todos os tipos: boas, ruins, estranhas, engraçadas, etc. É mais ou menos uma versão curta daquilo que dizem ser a experiência de quase-morte, em que passa um ‘filminho’ na cabeça da pessoa e ela revê todo seu passado e tal. A diferença é que, na maioria [se não em todos] dos casos em que a gente chega perto de bater as botas, o hospital é o próximo lugar no qual retomamos consciência. E isso não dá certo bloguísticamente, ou até dê, vai saber. O importante é que quando a gente tá lá quase asleep, surge muita coisa pra se pensar.

Várias vezes eu já estava bastante perto de cair no sono e, PIMBA!, me ocorreu uma ideia. Aí lá vai Ugo se levantar e começar a escrever todo um texto pro blog. É uma maneira válida de escrever, sem dúvidas. Porém acaba deixando quem for publicar alguma coisa muito susceptível a erros ortográficos e de coerência [agora são 13h e eu já tou me policiando pra não cometer nenhum desleixo nesse texto -acabei de corrigir o ‘ideia’ da 1ª frase deste parágrafo]. Isso sem contar no sono no outro dia, já que eu preciso sempre ter um sono regular, porque quando não durmo muito, acabo compensando nas aulas bizarras do dia seguinte na faculdade [no cursinho nem pensar, lá tou sempre batendo continência – com exceção das aulas de português em que a professora se esforça horrores pra fazer a turma aprender a usar a crase da maneira correta e eu de vez em quando dou uma ‘pescadela’ – pescar + piscadela].

Nem parei ainda pra reler os textos que foram publicados aqui [geralmente escrevo tudo de uma vez e publico. Quando erro, cabe aos meus fieis -?- leitores me policiarem. E sempre foi assim, desde minhas provas de redação do colégio, onde quem corrigia os erros eram os professores mesmo, afinal reler o que já foi escrito 2 minutos atrás é chaaato] e por isso não posso dizer quais são meus posts favoritos nem se eles foram escrito de manhã [quando a idéia bate bem na hora que tou indo pra faculdade e eu tenho um tempinho pra escrever], de tarde [na hora do almoço, quando tou em casa] ou de noite [que é quando eu realmente tenho algum tempinho livre pra mim]. O que é interessante é que toda vez que eu deito, tenho cinco minutos antes de dormir pra pensar no dia que passei e no resto da vida e acaba muitas vezes gerando uma ideia que mais tarde [ou na mesma hora, se eu tiver coragem de levantar].

Ugo.

Franz Ferdinand – Tonight: Franz Ferdinand [já ouvi mais de 7 vezes esse cd nos últimos 3 dias. Muito bom]

Do arroz piemontês à picanha nobre: a hierarquia nos rodízios de carne

Hoje, enquanto almoçava no Sal e Brasa com meu pai, minha madrasta e um amigo nosso, surgiu na conversa uma tentativa de hierarquizar os garçons pela comida que servem. É fato de que há sempre opções mais e menos populares, e eu não tenho a mínima informação se o garçom escolhe por conta própria ou por sua experiência na casa. Decidi teorizar a partir da hipótese de que eles utilizam um ranking de acordo com seu tempo trabalhando e sua habilidade na hora de servir.

O prato mais rejeitado, pelo menos na  muitas vezes em que fui a rodízios de carne em vários restaurantes diferentes, é o arroz piemontês [pode chamar de piamontês, à piamontesa, à piemontesa, pode chamar até de arroz do piemonte se quiser. Não sei por que diabos a galera dessa região longínqua da Itália decidiu fazer uma invenção culinária tão macabra. ]. Quase ninguém pede essa gororoba que dá até pra brincar de guerra de bolinhas de arroz piemontês. Além de ser pouquíssimo famoso, ele é facílimo de servir, afinal qual o mistério em pegar a colher, enfiar naquele monte grudento e jogar no prato do cliente?

A gente foi chegando à conclusão que, após um certo treinamento com o arroz, a pessoa evolui para batata frita/banana frita/cebola frita. É totalmente o inverso no quesito popularidade, já que muita gente sempre pede um pouquinho de pelo menos uma das opções. Enquanto isso, pra servir continua bastante fácil e sem mistérios. Outra categoria que pode ser do mesmo ranking é a farofa de ovos, que tampouco requer muito esforço físico/mental pra fazê-la chegar no prato alheio. São dois pratos bastante simples e que estão no gosto do povo, ajudando o novo garçom a ir se adaptando a um ritmo mais puxado de trabalho, diferente do arroz piemontês.

Depois, talvez já seja a hora de chegar em alguma coisa feita de carne mesmo, pois até agora o cara só tava trabalhando com coisas que o PETA não faria questão de reclamar, afinal não são inocentes animais que estavam sendo abatidos pra nossa gula. Acho que o melhor jeito de se começar a trabalhar com corte e tudo mais é pelo coração de galinha e pelas linguiças [sem trema, sabe por que? ‘não trema em cima da linguiça’, como dizem os novos reformistas]. Talvez o a coxinha de faisão também seja recomendada, já que, apesar de não ser muito popular, é uma das coisas mais fáceis de serem servidas. É possível ainda um pouco mais de aprofundamento, abrindo dois nichos: o garçom que não obteve muito sucesso, mas que as leis trabalhistas brasileiras fazem com que não seja lucrativo demitir o pobre coitado, e o garçom que se desempenhou melhor, merecendo ‘evoluir’ no seu trabalho.

O primeiro, que sabe-se-lá-por que não conseguiu fazer o seu labor com louvor, seria encaminhado para a coxinha de faisão, depois podendo ser passada a ele a missão de servir algumas carnes mais complicadas, como a pesada peça de fraldinha, costelas, cupim, etc. Depois vou falar sobre o fim de carreira de um funcionário mediano.

Aquele que teve uma atuação melhor deve, consequentemente, ter um serviço melhor. Então para ele, após a recém promoção, poderia ser atribuída a função de servir pratos que ainda não são tão populares, mas que são de mediano manejo e que não pesem tanto como um gigante pedaço de maminha. Estariam incluídos: picanha de porco, picanha com alho, alcatra com queijo, javali, chorizo argentino, etc. Com um pouquinho de experiência a mais, creio que o nosso amigo garçom já estaria apto para servir a tão desejada picanha bovina, que é almejada praticamente por todos que vão a um rodízio de carne. Pouco mais se tem a subir: chegando ao topo da sua carreira trabalhando com sistemas de rodízio, finalmente alcança-se a picanha nobre, que no meu hipotético texto seria o ápice, pois além de ser picanha, é a parte mais valorosa e saborosa [hmmm, tá me deixando com água na boca].

Depois que ambos os dois esteriótipos hipotéticos de funcionários de rodízio de carne chegam ao seu clímax laboral, acho que é hora de trabalhos menos tensos. O que nunca conseguiu ser um grande garçom pode ter como nova [e, possivelmente, última] função carregar o carrinho de sobremesas, já que ele nunca conseguiu nenhum feito, sair andando pra lá e pra cá cheio de coisas deliciosas não deve ser muito difícil também. O outro, entretanto, teria como atribuição o carrinho de surubim e outros que sejam empurrados, já que é menos esforço ficar empurrando carrinho do que segurando peças de carne de vários quilos. Por fim, quem sabe um lendário garçom não vire um [assistente de] gerente, mas aí vai depender de mais coisas além de ‘apenas’ [já que eu mesmo não conseguiria servir nem a batata frita direito] servir carne.

Esse post deu uma água na boca massa, ainda bem que jantei há pouco tempo. Mesmo tendo estado há pouco menos de 10 horas em um rodízio de carne, não sou ninja de lembrar cada corte de carne, cada tipo de prato, etc. Tampouco o texto tem alguma finalidade científica. É só um realzinho de insônia e uma idéia [bastante maluca, por sinal] na cabeça.

Ugo.

Manu Chao – Clandestino [destaque pra La Despedida]

Os professores acabaram com minha reputação

Desde que comecei a estudar para o concurso do Ministério da Fazenda – Receita Federal, eu entrei num curso preparatório intensivo para esse concurso. Chegando lá, só vi um amigo conhecido, mas ele não passou nem 3 dias estudando. Não conhecendo ninguém, nem querendo conhecer alguém, não fiz amizades, sempre entrei na sala mudo e sempre saí calado. Tampouco nunca fui de fazer perguntas, sempre fiquei na minha, já que não havia nem necessidade, a minha sala pergunta tudo que é necessário e desnecessário[principalmente].

Não imagino o que o povo pensava de mim. Imagino que fossem os adjetivos mais estranhos e obscuros possíveis. Eu era o anti-social de lá. Quando interagia com alguém, era simpático, sem deixar de ser anti-social, sem a mínima pretensão de criar laços de amizade. Acho que não sei o nome de 10 pessoas de lá, e os que sei foi porque o professor perguntou, já que eu nunca tinha dado um oi a alguém sem ser em resposta.

Nos intervalos, de vez em quando fazia algum lanche rápido [recentemente descobri que lá na rua tem uma senhora que faz deliciosas tapiocas de frango com queijo, verduras e orégano, hmmm] e, quando a sala permitia [me sentia num inverno siberiano, a sala fazia um frio que nem sempre o casaco que eu levava aguentava], retornava para estudar um pouco enquanto o professor não voltava. Se não estava estudando, o mais provável é que estivesse catucando o celular, já que por ele dá pra falar com quem eu realmente conheço e me comunico.

Pois bem, depois de um mês nesse ‘esforço’ para não fazer muitos contatos, no último sábado chegou o professor de direito constitucional Augusto Alves. Ele, ótimo professor, com aulas sempre empolgantes e engraçadas, gosta que os alunos leiam os artigos e os incisos da cosntituição em voz alta e, para isso, sempre chamava alguém para puxar a leitura. O último escolhido tinha sido Toni, um cara que deve ter 5 vezes mais massa muscular que eu e sempre vestia alguma camisa do Sport. O professor decidiu inovar e escolheu logo quem? ‘Seu nome, por favor?’ – ‘Ugo..’ – ‘Ugo, tua vez de puxar a leitura. Comece!’. E aí lascou. Não que eu não tenha gostado, eu sempre lia de qualquer jeito. Augusto passou a aula toda me chamando, fazendo brincadeiras com a minha idade, com meu cabelo, com tudo. No final da aula, todos sabiam meu nome e meu disfarce como anti-social tinha caído. Maldito!

Para completar, chego eu no domingo às 8h30 de la matina no NUCE pra ver a aula de direito administrativo de Michel Marçal, professor nem-tão-empolgante-assim que se encarrega de dar aula nessa penosa manhã de domingo. Eu, que tinha ido à segunda noite do Abril Pro Rock 2009 e chegado em casa pouco após as 3h30, estava quase dormindo em aula. Foi difícil ficar acordado, mas nada que uma lata de coca-cola no intervalo não ajudasse. Quando voltamos à aula, o professor escolheu alguém da sala pra abrir um restaurante fictício. Quem foi o escolhido? Advinha… E tome o meu nome sendo usado no meio da sala. E tome todos conhecendo o anti-social indefeso, que pouco poderia fazer.

Depois desse fim-de-semana sendo popular, na segunda-feira já estavam chamando meu nome e puxando conversa comigo, que beleza! A casa caiu, três porquinhos. O anti-social já era, não tem nem pra onde correr. Só me resta responder educadamente a todos lá da sala e ir mantendo a simpatia, porque o disfarce de anti-social já era, que pena. =(

Ugo.

David Bowie – Alladin Sane [muito bom, principalmente ‘Let’s Spend the Night Together’]

De onde surge essa galera?

Voltei agora da primeira noite do bom e velho Abril pro Rock. Além de ser um grande evento em relação às bandas, é uma grande experiência antropológica, principalmente na noite do metal! Tentei vivenciar todos os ângulos que se pode ter num festival desse porte. Vi o show de perto, vi de longe, fui no meio da galera, estive o show todo do Matanza no meio da rodinha.

Pois bem, independente do lugar em que me encontrava, meus olhos estavam prestando atenção a todos que se encontravam ao meu redor. E pense numa coisa legal fazer isso! Eu nunca tinha tido a chance de ver tanta gente bizarra junta. Vão dizer que eu nunca fui a um show de metal na minha vida. Tá bom que eu não sou aquele quase-ancião que viu o Black Sabbath lançar o seu primeiro álbum, mas posso dizer que nos últimos 3 ou 4 anos eu tenho ido a 90% dos shows mais importantes de metal que aconteceram aqui por Recife. Por isso, eu posso dizer que já sabia o que esperar da galera que ia aparecer, maaas…

Não tenho condições de fazer um relato seguindo uma linha do tempo correta, até porque não estava segurando um maldito caderninho de anotações, tinha nem pra quê. As primeiras observações não foram realizadas na entrada, até porque tava tudo tranquilo por lá. Aqueles carros de som tocando as músicas que viriam a seguir e a galera no bom e velho warm up.

Infelizmente, perdi o show da AMP e não lembro muito bem da galera que tava vendo o show da Black Drawing Chalks. A brincadeira começou mesmo no show do Matanza. Uma pessoa que vê um show deles tem que estar disposta a entrar na rodinha e se divertir. Paz não é uma palavra que frequente o dicionário do vocalista Jimmy London e quem tá lá no meio certamente não tá procurando por isso. Eu também não esperava encontrar Mahatma Gandhi ou sua reencarnação pregando o peace and love por lá e eu estava a fim de aliviar um pouco do stress desse dia-a-dia sofrido de concurseiro.

E lá no meio daquele ciclone de alucinados se estapeando, eu comecei a perceber que tava mais preocupado com olhar pra galera do que necessariamente atingir alguém. E pude concluir: quanta gente estranha estava por lá. Desde os habituais carecas de suspensório que parecem ser órfãos de Nasi, do IRA!, passando pelo estereótipo do metaleiro-não-muito-extremo recifense: o cara de calça jeans escura, sapato normal e uma camisa preta de alguma banda. Além deles, tinha aquela galera que se empolga demais e calça bota, bota calça do exército [eu tinha que fazer essa velha piada do ‘por que bota a gente calça e calça a gente bota?’ HAHA], camisa de alguma banda de metal extremo do mal, além daquelas toneladas de coleiras, pulseiras, spikes e crucifixos invertidos que foram imediatamente vetados pela segurança do evento. O que mais me chamou a atenção lá na rodinha não foi nem a aparência do povo, e sim o comportamento dessa galera. Enquanto os órfãos-de-Nasi marchavam dando murros cavalares a la Zangief do Street Fighter, sempre revidando com o triplo da força aqueles que ousavam triscar neles, os caras que aproveitaram aqueles coturnos do período em que passaram no CPOR saltavam alucinadamente tentando derrubar algumas das estátuas móveis que tavam por lá. Além desse duelo dos robocops contra os seres que tentavam ser o mais dark possíveis, havia um bando de efedepê que, acabada a música, naqueles 15 segundos que o cara tem para relaxar e respirar, chegavam empurrando a pessoa por trás. Pra que isso? ¬¬

Passando da parte da guerra, toda hora que eu ia mais pra trás pra comprar uma cerveja ou mesmo só pra relaxar, eu encontrava alguma pessoa, digamos… ‘notável’. Vi uns caras que fizeram com que eu percebesse uma coisa: não sou o cara mais feio de Recife. Tem gente que se esforça pra disfarçar a feiura, mas em contrapartida tem uns seres do pântano que fazem o maior esforço possível para chegar à feiura de Lemmy, nosso amigo do Motörhead. Alguns caras chegavam a causar aquele questionamento: que tipo de adubo/fertilizante/shampoo esses caras usaram pra fazer crescerem essas moitas que lembram, de vez em quando, o fantasma jamaicano, isso quando não lembravam um caboclo de lança. Mas vai ver a inspiração deles vinha do carnaval, já que a cidade histórica era ali do lado mesmo.

Não lembro se tenho mais algum aspecto a ressaltar sobre esse assunto, mas pra mim fica a observação que os metaleiros cada vez superam-se mais no quesito feiura/esquisitisse. Tenham medo.

Ugo.

The Keith – Noiseless [eles estarão amanhã rockeando o Abril pro Rock. Certeza!]

Intro

Hmm..
Depois de algumas semanas no microblogging [leia-se twitter], decidi experimentar também o ‘macro’blogging [existe isso? aeuheahuea]. Aqui a pessoa tem mais liberdade pra falar o que der na telha, sem ser restrito por um limite de palavras.
Mas não estou falando mal do twitter, acho ele bem legal. Só que cada um tem uma função. Nesse blog, pretendo escrever coisas mais longas e que não caberiam no twitter.

O objetivo desse blog é, basicamente, botar pra fora. Falar. Simples, né?

De onde veio o nome desse blog? Num momento muito produtivo meu, surgiu esse trocadilho da palavra outside com altside. Inicialmente eu pensei que seria o mundo externo do nerd, mas reconsiderei: aquele botãozinho alt que tem em todos os teclados significa alternative [ohhh, e é, é? não me diga!].
Então, disso veio o sentido do blog. A informação incide na minha cabeça,depois ela vai láá pra dentro –inside-, onde a mente vai fazer ‘digestão’ do que entrou e depois vai mandar pra fora [outside/altside].

E por que diabos eu colocaria Altside ao invés de Outside? Provavelmente vão [quem vai?] dizer que foi porque já tinha InsideOutside. É verdade que deve ter, mas não cheguei nem a considerar esse nome como possível. Antes [20 minutos atrás], pensava em apenas Altside, porém entendi que ficaria mais completo com a adição da palavra Inside. A razão do Altside é pelo fato de que, quando uma informação incide sobre uma pessoa, ela poderá raciociná-la de várias maneiras. Eu preferi dividir essas possíveis formas de interpretação em duas: a interpretação do mainstream, que seria daqueles que certamente não param por mais de 2 minutos para pensar sobre algum assunto e acabam tornando-se zumbis da mídia, e a interpretação alternativa, que pode ser subdividida em várias, da mais alucinada à mais filosófica possível.

Concluindo e resumindo: a informação incide sobre mim, entra na minha cabeça, eu faço a ‘digestão’ da informação e a exponho pro mundo evitando seguir uma linha de pensamento em que não seja necessário nem um real de pensamento pra soltar uma idéia.

O que a gente pode chamar de informação? Aqui eu classifiquei informação como qualquer coisa que eu possa ver e ouvir, talvez até sentir [sendo que aqui não é querido diário pra ficar expondo sentimentos]. Não é, necessariamente, um blog sobre notícias de portal da web. O intuito é só expor pensamentos, por mais sem noção que sejam.

Antes de pensar nesse post introdutório, eu tinha alguma coisa pra falar -e foi ela que originou a criação do blog-, mas esqueci. Deixo pra próxima.

Como uma das coisas de que mais gosto é a música, vou tentar manter o hábito de deixar o artista e o cd ao qual estive ouvindo enquanto escrevia aqui. Dessa vez foi:

The Flower Kings – Adam & Eve. Destaque à música Starlight Man, que é muuito boa.

Ugo.