A gente tá vivendo uma parte da vida digital em que acontece a Orkutização do Twitter. Hoje em dia, o que você mais vê é pessoas implorando para terem seguidores, mil e quinhentas promoções que seus amigos participam e só fazem lotar a sua timeline e spam, muito spam. Principalmente de vírus [nada mais comum], mas também spam de bandas. Por que diabos eu iria ouvir uma banda que quer me obrigar a dar atenção a ela? Que boa impressão isso traz pra mim? Quem é que gosta de uma banda que fique enchendo o saco sem pedir permissão? Então morre, diabo!
Mais outra, o que significa você ter 2000 seguidores no Twitter, 3000 amigos no Orkut, etc.? O que você ganha com isso? Para aí e reflete a diferença entre 100 e 2000 pessoas lendo a merda que você posta no dia a dia [ah, caiu a ficha por que você não tem tantos amigos? É verdade, ou você usa moderadamente o twitter ou você é um motherfucker que fica implorando seguidor e não coloca nada de útil, sacou?], a diferença é nenhuma. Eu, com meus quase 500 seguidores [sendo 300 deles spam/lojas/gente que segue todo mundo e eu não tenho a mínima ideia de quem seja], mal noto a diferença entre quando eu tinha 100, 150. Isso porque você sempre vai ter seu core de amigos e são eles que fazem as coisas importarem, o resto é resto.
A Orkutização do Twitter veio do fato de que agora o Twitter é modinha. 1 ano atrás [parei agora de escrever porque chegou um email, oba! Fui ver: Club da Parceria está lhe seguindo no Twitter. Que bom, soma aí mais 1 seguidor e mais 1 loja me seguindo, jurando que eu vou seguir de volta] poucos tinham aderido ao passarinho azul, desses poucos, 10% usavam com uma frequência satisfatória. Agora que todo mundo tá lá, inclusive as grandes estrelas nacionais, internacionais e virtuais [é, tem gente que virou famoso por causa do Twitter, viva as web-celebridades!], tá rolando uma grande imigração pro Twitter no mesmo esquema de quando rolaram as políticas de inclusão digital e a galera descobriu o Orkut. É lógico que acaba tendo um certo preconceito, mas não estou argumentando sem razão. A cultura dessa galera latecomer é diferente dos ‘pioneiros’ [aqueles que vivem em redes sociais, trabalham com isso, etc. e os formadores de opinião], que por sua vez é diferente dos que chegam num segundo momento e assombrosamente diferente dessa galera que chega por último, quase que num processo de expulsar os pioneiros para que eles vão procurar alguma outra rede social por não aguentarem a cultura dessa galera nova.
Hoje, a moda é o Facebook. É moda, mas ainda não chegou nem um pouco perto do pico que um dia vai ser, mas vocês vão ver: já passou a 1ª onda [dos pioneiros], estamos na 2ª onda [o segundo momento] e daqui a uns meses chegam os latecomers. Por que eu acho que talvez os pioneiros não saiam do Facebook com tanta facilidade? Porque o Facebook é global. Apesar de num futuro próximo a experiência ao usar o Facebook piore bastante porque muito ‘amigo’ seu só vai fazer te mandar spam, convidar pra festa desinteressante em que o cara provavelmente é promoter e tal, não vai ser tão fácil de se desprender. Eu mesmo fico lutando com minha consciência para deletar minha conta no Orkut. Já pensei várias vezes, mas ainda tenho muito amigo meu por lá que ainda não chegou no Facebook e eu não quero perder contato [nem minhas fotos, tenho que tirar um dia pra sair salvando uma por uma]. Mas será que eu uso o Orkut como usava 2 anos atrás? No way, cumpadre. Quando chega ‘scrap’ [que nem chega mais hoje em dia], eu vejo pelo email se é algo interessante, se merecer resposta eu entro lá e respondo, mas para mim não serve para nada. 95% das pessoas interessantes para mim já estão no Facebook, a minha home do Orkut só tem spam, para que eu vou entrar?
Um dia eu cometo Orkuticídio, prometo.
Ugo.
Mayer Hawthorne – A Strange Arrangement [soul moderno, vai no Youtube e confere as músicas, é massa.]