Ibura Sightseeing [ou Lare Galerozum]

[vide primeiro: Num ônibus repleto de galerozos.]

Maior aventura da minha vida. Não sei se foi bem uma aventura, mas o coração bateu a mil. Estava indo para o Shopping Recife e, na pressa, decidi pegar um Ibura/Boa Viagem via Shopping Recife [até então era o que eu acreditava] sem saber direito o trajeto dele. Para quem nunca pegou esse ônibus [não recomendo] e nunca foi até o terminal [não recomendo mesmo], ele NÃO passa eu sou, no Shopping Recife quando está indo pela Domingos Ferreira, pois ele vai RUMO ao Ibura, já que os habitantes [diga-se de passagem 80% de galerozos] do local de onde o ônibus é proveniente estão voltando para casa e não vindo do Shopping [caso eles queiram voltar para casa do Shopping, têm que pegar o mesmo trajeto, dar uma volta do além, blablabla, resumindo: se lascam].

Inocente Idiota que sou, não perguntei o trajeto no ônibus e, quando fui me dar conta, estava já na Avenida Recife, lugar do qual não tenho muita simpatia, e preferi não descer por lá. Obviamente, o ônibus foi rumo ao Ibura e o esfíncter do humilde escritor foi encolhendo cada vez mais, pois eu imaginava aonde estava indo. Inicialmente você pensa que é feito Abreu e Lima, Prazeres, essas ‘cidades’ pequenas e que ficam numa transição do campestre pro urbano, mas logo que você vai adentro ao Ibura de verdade, vai vendo a realidade do local. Não sei porque, mas o Ibura de Baixo parece um pouco mais rico que o de Ibura de Cima, as coisas eram mais arrumadinhas por lá, embora você visse que a pobreza de certa forma dominava por lá. Quando eu percebi que o ônibus estava subindo, imaginei que estávamos indo para o Ibura de Cima e, sim, estávamos chegando quase lá. Depois que eu passei pelo terminal do UR-02 a agonia foi aumentando mais ainda, pois no meu iPod tava tocando Mombojó – A Missa e lá tem uma parte muito simpática que fala ‘VAI MORRERRRRR’ – imaginem o nervosismo aumentando. Bateu o pouco de juízo que eu tenho na cabeça e eu escondi os headphones, pois chamar o mínimo de atenção mesmo quando você tá de camisa polo, Adidas star, etc. é o mais prudente a se fazer.

Parando lá no terminal, bem no coração do Ibura de Cima, a paisagem não é das mais legais, apesar de o povo lá viver naquele esquema que todo mundo se conhece, tinha seu João da Cana, o cara que vendia caldmo de cana, tinha a mulher da barraca, etc. Todos se conhecem, isso é bom. Fui correndo ao lugar [queria chamar de escritório, mas não é nem a pau] da Borborema, onde ficam os caras controlando as partidas dos ônibus e fui informado que outro ônibus partiria rumo ao bendito Shopping Recife em 7 minutos [os 7 minutos mais longos da minha vida].  A bronca foi quando chegaram 3 galerozos, exatamente como descritos no post de quase 2 anos atrás. Putz, aí que eu torei aço mesmo. Os caras mal encarados e provavelmente num raio de 500 metros não tinha nenhum policial, então foi ficar ligado [caso alguém viesse no mínimo eu ia gritar e correr, embora não adiantasse muito, mas sei lá, dava um conforto na hora saber que eu estava a postos] e esperar o tempo passar.

Eles falavam naquele mesmo quase-dialeto e o que mais me chamava atenção era o sistema de comunicação à distância via assobios deles. O cara tava no final da rua lá longe e o cara assobiando com uma habilidade fora do comum. Enquanto isso, o outro conversava no celular com alguém sobre a compra e venda de algo [vai saber], eu temia que se localizaria bem na parada de ônibus uma boca de fumo [mas para que temer, tinham quase 10 funcionários da Borborema perto de mim – ah, eu tenho sim motivos para temer: eles seriam os primeiros a correr, duvido que fizessem alguma coisa!

Bem, o tempo passou e eu consegui pegar o ônibus de volta sem nada acontecesse de muito bizarro. No ônibus subiu uma senhora que parecia ser a avó daquele garoto que parecia uma mistura de Gollum com ET que eu tinha dito no outro post, pena que não pude tirar foto do ser, pois além do meu celular não ajudar, queria evitar chamar atenção. Na volta eu passei a reparar mais os arredores.

Da Associação dos Moradores do UR-02, passando por várias praças e escolas públicas e até as várias igrejas que querem mamar o dinheiro suado dos Iburenses a troco de esperança não muito confiável. Putz, a vida realmente não é muito boa, algumas casas nem porta têm, apesar de na maioria dos casos terem televisão [afinal sem porta dá pra passar um ventinho legal, né?]. As ruas são estreitas, não são muito boas, e o povo de lá parece se esforçar para levar uma vida boa e honesta, a bronca é que há sempre aqueles que, corrompidos pela necessidade/preguiça/etc. acham que a solução é roubar, vender drogas, etc. e não, não é.

Não vou me aprofundar nessa questão, fiquem à vontade de comentar. No final das coisas, consegui ‘descer’ do Ibura de Cima e  chegar tranquilamente, mas foi necessário um bom almoço para acalmar o coração.

Ugo.

Mombojó – nadadenovo [vai ser meio complicado ouvir esse cd sem que a memória não venha perturbar o juízo, hehe].

Antropologia Musical

Esse meu último fim de semana foi uma maratona musical. Sexta-feira teve a noite do metal do Abril pro Rock, sábado teve a noite rock/alternativa do mesmo evento e ontem foi o “Encontro do Rock”, que reuniu a adolescência alternativa/hardcore/popcore de Recife.

Difícil encontrar alguém que tenha feito o mesmo, mas eu fiz. Primeiro porque eu gosto do Abril pro Rock e no Encontro do Rock tocou a Woohoo, banda que eu empresario/produzo/faço um bocado de coisa. Segundo porque é uma experiência bastante interessante encontrar vários tipos de gente diferente em apenas 3 dias, além de encontrar os amigos, claro.

Sexta-feira

A sexta-feira do metal do mal e do punk rock me surpreendeu por ter aparecido uma galera muito jovem, principalmente na rodinha de Agent Orange, a única banda que eu vi e realmente gostei. As outras apostas eram The Mullet Monster Mafia, que eu cheguei atrasado e não vi, e Terra Prima, mas eu tava por fora e não achei tão legal o som deles. É engraçado ver a galera com aquelas roupas de couro bem estranhas que eu não sei onde compram e todo mundo vestido de preto.. eu tava com a camisa do APR de 2006, que era no estilo da camisa da seleção brasileira, fazendo o contraste com a galera dark.

É bom ver também que ao contrário do que muita gente pensa, essa galera é bastante gente fina e unida. É mais fácil ver gente brigando de verdade em show de axé por causa da mulher alheia do que num show de metal. De vez em quando aparecem uns zés ruelas no meio da rodinha querendo avacalhar ou estilando porque levou um pipoco nas costas, mas tá na rodinha é pra aguentar isso mesmo.

Haviam muitos casais, gente da mais bonita à mais feia. Ou seja, são pessoas normais que o povo que não conhece de perto faz questão de esteriotipar. Coisa de ignorante mesmo.

Sábado

O sábado foi o dia da alternatividade. Aquele dia em que você chega no festival sem conhecer boa parte das bandas e vai lá pra ser surpreendido. Quem me surpreendeu mais foi Plástico Lunar, Instituto Mexicano del Sonido e Afrika Bambaata. Quem não era surpresa e botou quente foi 3namassa, muito bom o show deles. A Nação Zumbi e todos seus projetos paralelos (Los Sebozos Postizos, Maquinado e 3namassa) conseguem atingir uma qualidade musical que deveria dar uma inveja pra a maioria dos músicos, nacionais e internacionais.

O público era diferente, ainda que tivessem aparecido alguns headbangers com camisas do Iron Maiden, Angra, etc. O que predominava mesmo eram as camisas xadrez, uns penteados meio estranhos e muitos, mas muitos all-stars. É um estilo diferente e que me agrada, apesar de eu nunca estar vestido desse jeito. A noite que começou bem pesada cheia de bandas de rock foi se amenizando e virando mais dançante. 3namassa fez uma legião de lésbicas começar um furor orgiático por lá que só parou quando o show de Pato Fu acabou. Essa galera com certeza não tava na sexta-feira.

A incrível presença de palco do vocalista Camilo Lara do Instituto Mexicano del Sonido e o som de Afrika Bambaata conseguiram fazer a galera se mexer de verdade. Do nada o que era uma festa de rock virou uma micareta que alternou do indie ao pop numa tranquilidade incrível.  Muita gente se aproximou do palco nesses 2 shows, foi aí que eu vi que acertaram na escolha de 2 atrações que não eram de tanto conhecimento do público (Afrika Bambaata é tido como uma lenda, mas não é uma lenda pop, e sim uma lenda underground do underground atualmente). Muita gente loucamente dançando lá os talentosos e os que tavam beirando o ridículo. A festa tava feita, e isso foi legal.

Pato Fu começou e game over pra mim. Não conheço quase nada deles, a banda é legal, entrosada e animou os fãs, eu já estava morto. Sabia que no outro dia era mais maratona e que tinha que me conservar um pouco.

Domingo

Acordei no domingo só pensando na Woohoo, porque a gente faz pouquíssimos shows (gastar dinheiro com os músicos contratados  é uma realidade triste). Cheguei cedinho no Downtown Pub pra dar uma olhada nas bandas que iam tocar antes… nada demais. Gente aprendendo a tocar, fazendo muito cover e praticamente tocando pros amigos. Isso é o começo de qualquer banda, com a Woohoo já foi e ainda é um pouco assim.

O público 98% abaixo dos 20 anos. Roupas de surf em sua maioria, Quicksilver, Reef, Bali, Rota do Mar e por aí vai. Bonés  pra todos os lados, cabelos dos mais estranhos possíveis [essa moda emo de puxar o cabelo e botar meia na cabeça tá foda],. É assim o mundo dos que não se conformam em viver no estilo popular de ser.

Foi um evento feliz porque a organização foi muito boa, apesar de inexperiente em certos momentos e porque as bandas que tavam lá tocavam com vontade, não foram ao palco com a noite ganha, tinham que conquistar o público que na maioria das vezes estava lá só para ver a banda de seus amigos. Tirando a vida dos outros, também foi uma tarde/noite legal. A Woohoo fez um show muito bom e tinha muitos amigos pelo Downtown para conversar e tirar onda.

O fim de semana, apesar de extenso e cansativo foi bastante legal. Deu pra ver várias tribos, seja dos metaleiros, dos indies ou dos emos, convivendo. É assim que a gente vai aprendendo a respeitar as diferenças. Espero que um dia todos consigam fazer isso.

Ugo.

Reel Big Fish – Our live album is better than your live album

Peculiar People of Setubal

Já são 6 anos desde que eu me mudei pra Setúbal e em tanto tempo eu observei muito o comportamento da população que vive nas redondezas. Por aqui ser um bairro/distrito residencial razoavelmente antigo [tem prédio de 2 andares quase na mesma proporção que prédios de 10~15 andares], tem um pueblo que vive naquela moda de vizinhança onde todos se conhecem e interagem, fofocando sobre a vida de vizinhança alheia e confraternizando nos fins de semana.

Setúbal também tem uma cota boa de loucos [nesse caso loucos mais patológicos, eu sou um louco de nível baixo], por exemplo o famoso Miró, que hoje em dia vem se recuperando e tá mais ou menos normal apesar de algumas sequelas que ficaram. Tem doido torcedor do náutico que sabe tudo do time e de futebol, mas tirando isso ele não tem mais noção de quase nada da vida, tinha um que ficou famoso aqui em casa por gritar ‘Américaaaa OI! OI! OI!’. Não sei se ele era um ex-street punk/oi! que gostava da novela em que Débora Secco fazia o papel principal ou se ele tava tentando chamar algum outro doido pra conversar. Tem outros doidos por aí também, mas hoje em dia muitos sumiram, o que é uma pena porque essa galera dava um tempero especial ao bairro!

Pelas redondezas também tem aquelas dona de casa que sabem da vida de cada um. De vez em quando eu penso que meu pai é uma dessas pessoas, uma vez que ele diz umas curiosidades sobre os outros que eu não sei realmente de onde ele tirou. Esse tipo de pessoa que eu não gosto muito. Já não gosto de donas de casa, acho que mulher tem que trabalhar também e não ser um pé de couve e ficar plantada em casa. Essas senhoras bastante cabulosas vivem fofocando no hall do prédio ou nos cabeleleiros, que é quase um marketplace pra falar da vida alheia. Ou seja, as cabeleleiras que trabalham por aqui sabem muito mais do que a gente pensa.

Outra turma interessante é a dos taxistas. Tão lá todo dia, vivem num papeado sobre futebol, mulheres e, porque não, a vida dos outros e que são bastante organizados e prestativos [nunca faltou taxi quando necessitei e eles têm até um telefone próprio só pro ponto]. Cada um lá se veste de um jeito, eles nunca tiveram uniforme, ao contrário dos que fazem ponto no Recife Flat que vivem de calça social e camisa social verde limão [parece que são patrocinados pela Deltaexpresso, heuehuea].

Acho que essas são as figuras mais interessantes que habitam por aqui. Quem sabe depois eu não faço um adendo se achar alguma coisa interessante..

Ugo.

The Whitest Boy Alive – Rules [nunca pensei que fosse gostar de um estilo de música tão minimalista quanto esse, mas é massa]

O tempo e a distância

Numa amizade ‘ativa’, a frequência [prefiro com trema] com a qual as pessoas mantém contato pode ser considerada um termômetro do relacionamento. Todo dia falamos com uns preferiti e de vez em quando conversamos com os que não fazem parte desse seleto grupo. Esses favoritos são aqueles que, caso você passe mais de um dia sem falar com eles vai haver um certo estranhamento por parte dos dois. Por mais ‘séria’ que a palavra rotina pareça, ela se aplica aqui. Cria-se esse hábito e com ele uma certa necessidade de gastar uns minutos da vida hablando com os melhores amigos, enquanto tanto faz conversar com os restantes como ignorá-los.

Quando começamos a nos distanciar das pessoas, seja porque agora elas estão ocupadas, seja porque estão passando por situações difíceis ou simplesmente por estarem enchendo o saco de você [lógico que pode ocorrer o inverso em qualquer uma das 3 situações], certamente iremos buscar satisfações porque ninguém gosta de enfraquecer um relacionamento positivo [seja feita a exceção para House]. Depois dessa fase de estranhamento e busca por perguntas, chega um momento em que o novo ‘hábito’ é acostumar-se com essa distanciação. Pararemos de questionar e tentamos dançar conforme o novo ritmo, uma coisa que nem sempre é muito fácil [entenda-se que quanto mais você gostar dessa pessoa, mais difícil fica].

[pausa pra almoçar, pra retomar o raciocínio es fueda]

Com esse comodismo, o relacionamento geralmente se estabiliza num nível bem abaixo do que já foi um dia. Porém, se um dia a pessoa que já orbitou por perto e acabou indo exorbitar lá na casa de chapéu decide voltar a circular pelo sistema ao qual já pertenceu uma vez, ela vai perceber que as coisas não são iguais e que o tempo e a distância [arrá, cheguei no objetivo do post] deterioraram o que já foi um relacionamento forte algum dia. No sistema solar, acho que quando um planeta começa a fazer parte dele há um certo estranhamento por parte dos planetas mais antigos [METAFORICAMENTE] e é assim que acaba acontecendo com esses que depois de certo tempo querem retomar a amizade: voltam ao status de ‘ser estranho’.

É muito possível que nessa tentativa de retomada de relacionamento ‘a vibe não flua’ [como diria Joh] e as coisas nunca voltem a ser o que já foram um dia. Assim como tudo pode voltar ao normal, não é raro isso acontecer, vale ressaltar. Tem também aquelas pessoas especiais que tanto faz ficarem 3 meses ou 10 anos longe [não é ‘tanto faz’ porque ninguém vai querer essa distanciação de alguma pessoa querida] e tudo volte ao normal em pouquíssimo tempo.

Então, basicamente é isso: se você começa a se distanciar de uma pessoa vai ter [possivelmente] bastante dificuldade de reaproximar-se [justamente como sistemas solares, eu acho].

Ugo.

Nuda – Menos Cor, Mais Quem [bom demais esse cd, visitem: www.myspace.com/sitionuda]

Supersocialização de barzinho.

Num bar, encontramos vários tipos de pessoas diferentes: os mais tímidos, os amigos, os casais, os acasalandos, os amantes e, invariavelmente, os sociais. Os sociais são aqueles que estão lá, sempre sorridentes, conversando com tudo e todos, que sempre se levantam da mesa e saem pra falar com todo mundo, afinal o barzinho é um ótimo lugar para se socializar.

Um tímido não teria iniciativa para ir falar com alguém que não conhecesse bem. Os amigos provavelmente só se levantariam se vissem que a pessoa notou sua presença. Os casais e os acasalandos geralmente pouco estão se importando com os outros e os amantes não querem ser vistos [não sei nem porque eles estariam num barzinho juntos, mââs..]. Os sociais, entretanto, caçam as pessoas para conversar. Há a necessidade de ‘fazer a média’, de renovar e criar contatos e tudo mais.

Esses seres podem manifestar-se de várias formas. Tem sempre aquele cara que é superamigão do garçom e usa o coitado do funcionário do bar como um troféu para mostrar a sua relação com o bar e o quão à vontade com o bar está. Ele chega lá e, quando possível, já vai gritando para o bar todo ver que ele conhece todo mundo que trabalha lá. Ele [raramente ela] senta-se com pose de rei no lugar, pede ‘a de sempre’ e pede pros amigos se sentirem em casa também. Mas ele tá lá, na dele, com os amigos dele.

Pior é o que adora iniciar conversa com as mesas adjacentes: começa a conversar com qualquer pessoa por perto, fala bem alto pra todos ouvirem e fica olhando fixamente em nossos olhos esperando uma risada, uma resposta. O pior disso é que eles geralmente não estão sozinhos [via de regra estão constrangindo os amigos que estão na mesa] e não teriam algum motivo aparente para ficar conversando com os outros. São uns seres meio estranhos que a gente não entende porque eles agem assim, mas não tem muito pra onde correr. Só resta o método Sorria e Concorde® para dispersar esse ser muitas vezes inconveniente, isso quando alguém da nossa mesa não simpatiza com o cara e começa a puxar conversa, porque aí lascou.

Um ser social estranho, mas que existe, é aquele que começa a conversar com uma pessoa e, vendo que tem um amigo dessa pessoa desconhecido, começa a puxar conversa incessantemente pra forçar amizade. De vez em quando dá certo, a pessoa gosta da conversa, o amigo em comum vai embora e os dois viram super amigos em meia hora. Quando não dá certo, rapidamente a pessoa inventa alguma desculpa [banheiro, telefone chamando, hora de tomar o remédio controlado -isso não acontece, que pena-, etc.], porque ficar conversando com um alucinado desses supercarente de amizades nem sempre é uma experiência muito legal.

Há uns que vão pra balcão de bar sozinhos [até House já fez isso, mas de maneira diferente] e começam a puxar conversa com os outros. Eles, em alguns casos, começam fazendo comentários ao bartender/dono do bar [seres que sempre vão dar corda para não perder o cliente]. Muito provavelmente, em pouco tempo encontrarão uma pessoa com a mesma intenção e vão começar o bate-papo, tendo posteriormente a presença de mais novos-amigos e, no final da noite, vão sair como se fossem amigos há vários anos. Essa é a reunião de vários supercarentes [uma pessoa carente, acho eu, não chega ao cúmulo de ir a um bar sozinha procurar amigos desse jeito] que, sabe-se-lá-por que-diabos não têm amigos para acompanhar nessa ida ao bar.

Esses foram os tipos que me vieram à cabeça, se alguém tiver mais ideias…

Ugo.

Zeca Baleiro – O Coração do Homem Bomba Vol. 1&2 [ faltam só algumas semanas pro show dele por aqui, eba!]

Somos todos loucos?

Foi dito no twitter por um cara:

“Twitter é como um pátio de hospício: você sai falando sozinho e eventualmente alguém responde”

É verdade. A maioria dos seres humanos sente a vontade de expressar seus pensamentos e sentimentos. Este blog é uma prova viva dessa teoria. O twitter é a maneira fácil, rápida e eficiente de externar para quem quiser ler tudo o que você quiser.

De vez em quando, a gente grita bem alto [nunca vi alguém gritar bem baixo] querendo que o mundo ouça o que queremos dizer. Desde antigamente, a humanidade escreve poemas/livros/ensaios, compõe músicas e pinta quadros [pra não falar nas outras milhares de possibilidades de expressão] para dizer o que sente. Muita coisa que ficou mundialmente famosa não foi feita com a intenção direta de ter esse reconhecimento, havia sempre quem quisesse apenas botar pra fora o que sentisse no momento e que alguém achou interessante e saiu divulgando pro resto do mundo.

Se a pessoa não quisesse escrever/compor/etc., poderia usar sempre um amigo [nem sempre confiável, mas a necessidade faz o homem] para contar o que quisesse. Essa é uma maneira que acaba por fortalecer [e de vez em quando, antes de fortalecer, criar] vínculos entre as pessoas. Essas conversas, que começaram geralmente na casa de um dos interlocutores ou num bar, passaram, como o tempo, a ser conversas pelo telefone [para a felicidade das operadoras, que lucravam/lucram horrores com essas conversas de 30 minutos+] e, mais recentemente [para a tristeza das operadoras], por e-mail, msn e por depoimento do orkut [o que nunca deve ter sido a intenção do criador do orkut, já que a função ‘depoimento’ era pra você falar sobre a pessoa, não necessariamente enviar mensagens secretas a elas, mââs, nevermind].

Sendo que nem sempre essa necessidade de expressão era tão secreta [sem contar as fofocas que aconteciam/acontecem  2 minutos depois que você acaba de ouvir um segredo bem cabeludo que aflingia alguém] e, com a internet, surgiram as páginas pessoais onde as pessoas acabam por expor uuma parte de sua vida lá para apreciação dos outros. A evolução disso, como dito por InterNey, veio com a própria evolução da internet. Novos sistemas de gerenciamento de conteúdo facilitaram [e muito, senão esse blog aqui, cheio dos perecotecos tecnológicos – tags, comentários, ‘últimos posts’, contador de visitas, etc. – provavelmente não existiria.] a criação de blogs e fizeram  com que as pessoas pudessem escrever para o mundo o que quisessem, aliviando ainda mais esse sentimento/pensamento reprimido e que precisava ser solto.

No ritmo de constante crescimento, a internet criou a web 2.0, algo que revolucionou o mundo ‘virtual’ [que não é tão virtual assim]. Foram criadas várias redes sociais, cada uma com sua peculiaridade. Nas mais genéricas, como orkut, Facebook, MySpace, etc., você pode dizer o que está sentindo/pensando/planejando no momento [‘mensagem pessoal’], pode entrar em comunidades para mostrar aos outros do que você gosta e pode, como já foi dito antes, mandar depoimentos, sejam eles com o intuito de serem lidos ou não. Também foram concebidas redes especializadas em algum interesse específico: Last.fm [para quem gosta de ouvir música poder mostrar aos outros o que está ouvindo, trocar ideias e informações sobre artistas, bandas, shows, etc.], Flickr [para os fotógrafos amadores ou profissionais enviarem fotos e trocarem comentários, além de algumas funcionalidades que porventura possam existir e eu não conheça por não fazer parte de lá], YouTube [compartilhamento de vídeos], etc. Com essa infinidade de ferramentas, facilmente uma pessoa pode conhecer características comuns sobre uma pessoa antes mesmo de trocar um ‘oi’ [virtual ou real] com ela.

Com a criação do twitter, além de ser possível saber várias coisas, agora pode-se saber o que cada usuário está pensando da vida. Em poucos segundos, uma mensagem de até 140 caracteres poderá ser lida por todos os seus amigos e, se for o caso, inimigos, desconhecidos, fãs, loucos, etc. Utilizando a analogia lá de cima, seríamos todos loucos uma vez que estamos gritando para o mundo sem direcionar a ninguém. Falamos ao vento e esperamos que o mesmo vento carregue a mensagem para alguém que esteja disposto a ouvir.

Eu, pessoalmente, sinto essa necessidade de expressar-me. E, sem medo, digo: sou um louco.

Ugo.

Beastie Boys – Best of Grand Royals 12’s [remixes de uma banda que transcende facilmente qualquer rótulo dado a ela]

*lembrando a existiência da comunidade do orkut: Inside Altside e um pequeno catálogo de redes sociais por onde me achar: MeAdiciona.com

Madre mia!

Primeiramente, gostaria de agradecer a todos que visitaram/visitam o Inside Altside [principalmente aos que regularmente visitam, hehe] porque o blog já está batendo a marca dos 1000 hits em 3 semanas de existência. Não sei se isso é bom, muito bom, ou excelente em relação a outros blogs parecidos com o meu [há algum doido que escreveria coisa parecida com a minha? Isso ia virar post, mas deu preguiça.], porém o que importa é que para mim é uma quantidade enorme e que eu não pensava que ia alcançar nem tão cedo. Lembrando que há a comunidade no orkut também.

Esse post é especialmente dedicado para as mães e futuras-mães que por ventura vierem a ler o que eu estou escrevendo, já que amanhã é o dia delas. Não que só mereçam esse dia, mas acharam melhor um só momento em que culminasse toda nossa admiração por nossas mães e até pelas mães dos outros [excluindo o sentido maldoso a la mãe do Stifler, não é, Finch?].

Na parte biológica da conversa, a mãe é a personagem principal. Sem ela, não nasceria o filho nem a pau [ambiguamente falando].  É ela que posteriormente vai amamentar, vai cuidar e se dedicar quase-que integralmente ao filho. E isso não acaba quando o tempo passa. As mães tendem sempre a acompanhar a vida de seus filhos, estão sempre tentando participar ativamente de suas vidas,  discutir todos os problemas e educar [não que os pais não o façam,  mas as mães tem uma presença muito forte dentro do lar, já que o que rege na sociedade é o fato de que os pais acabam trabalhando mais do que as mães -embora isso esteja mudando- e que elas descontam isso em casa, cuidando dos filhos e do lar].

É difícil sair generalizando sobre vários aspectos relativos à mãe alheia, já que todas tem suas peculiaridades e se eu disser algo sobre uma, pode ser o oposto em relação a outra. Mas há aspectos que são inerentes a qualquer mãe. Uma mulher que passa 9 meses [em média] com um filho na barriga, que aguenta todos os sintomas que vem com a gravidez, que batalha pra poder dar tudo do bom e do melhor para seu vindouro filho, é, sem sombra de dúvidas, uma guerreira e merece ter todo seu esforço reconhecido e, logicamente, recompensado [daí a justificativa de terem a licença-maternidade e a necessidade dela ser ampliada]. As que não conseguiram conceber os seus filhos não podem ser excluídas [apenas as que não quiseram , essas sim não merecem elogio algum -apesar da máxima de que cada caso é um caso-], já que elas passaram por todo um processo, mesmo que não tenham conseguido dar luz à criança. Essas, espero eu, um dia conseguirão o seu objetivo e, se incapacitadas fisicamente, ainda podem adotar um filho, pois mesmo que pese o fato de não ser biológico, o laço de comprometimento e amor com o bebê/nem-tão-bebê-assim é o mesmo [imagino que minha tia Lela concorde com isso, já que minha prima Clarinha é a prima mais amada da família -embora ela seja a única prima -].

Isso leva ao segundo ponto: o amor de uma mãe é incondicional [tirando as malditas que abandonaram seus filhos seja lá por que razão]. Por maior que seja a besteira que você faz, sempre será perdoado pela mãe [isso não justifica você querer ser um neonazista].  Esse dom é um dos mais especiais, já que Deus [o católico] que ama a todos ainda tem a cara de pau de mandar raio na cabeça de neguinho, enquanto uma mãe não faria o mesmo.. Elucubrações [anti]religiosas a parte, todos sabemos que um dia ou outro acabamos por brigar com nossas queridas genitoras. Isso pode acontecer por vários motivos, mas o que observamos é que no final tudo se arruma [teoria do Good Times, Bad Times, como diria o Led Zeppelin em um diferente contexto]. Pedimos desculpas, choramos, imploramos, e elas, misericordiosas que são, sempre aceitam. Isso só reforça uma coisa: o amor de uma mãe é incondicional, sempre.

E há muitos aspectos pra continuar enumerando, explicando e justificando. Mas eles são bastante óbvios e é desnecessário ficar delongando sobre eles. Creio que todos nós amamos nossas queridas mães e que elas fazem o mesmo em relação a nós.

Aos que puderem, curtam com suas mães esse dia que é delas. As avós, tias, primas-que-são-mãe, amigas-que-são-mãe, etc. também estão incluídas! Aos que não puderem, como eu, liguem, mandem email, encham o saco no MSN. Faça alguma coisa, Mutley!

Ugo.

Paganini – The 6 Violins Concertos [faz 1 dia que só ouço isso, tá na hora de mudar, antes que o sindicato dos letristas venha atrás de mim por passar tanto tempo sem ouvir/ler/escrever uma letra de música.]

Never miss a Beats

Um pensamento interessante, que eu acho que não é exclusivo meu, é o de que tudo é motivo de festa. Festa não necessariamente é balada, pode se comemorar alguma coisa no tuntz tuntz da Nox ou de outro lugar badalado onde rolam as baladas. A gente [a gente quem, cara pálida? não sei. pode ser só eu, podem ser só meus amigos, pode ser Recife ou pode ser o universo inteiro, junto com nossos amigos marcianos] transforma qualquer fato em um motivo pra brindar e comemorar.

Há muitos feriados religiosos em que a gente passa [distante até] do pão e vinho e da palavra de Mr. Jesus. A Semana Santa, tenho pena dela. Não sei bem por que ela existe [visto que meu entendimento religioso é muito insignificante], mas acho que as novas gerações vão acreditar que na semana santa se comemora a festa de Baco, o famoso bacanal. Vão dezenas de milhares [se não centenas, não sou o IBGE] pro interior de Pernambuco [não posso generalizar o Brasil/mundo todo porque não sei os costumes dos outros] com o intuito de, como diria o sábio lá do Aviões do Forró, [acertei a banda?] ‘beber, cair e levantar’. Não que eu tenha algo contra beber, muito pelo contrário.. Eu até tou achando que esse parágrafo tá bem rebelde. Anyway, o intuito da Semana Santa acaba sendo mascarado pela bagaceira geral que ocorre nas cidades. MÂÂS, deixa pra lá. O importante é que os feriados religiosos, a maioria católicos para o temor do Papa, viraram mais desculpa pra fazer farra.

Além dos religiosos, a partida/chegada de alguém é sempre hora de fazer festa. Eu sou exemplo disso: antes de viajar pra Barcelona ano passado, me despedi tanto dos meus amigos e familiares que parecia que ia pra lá ficar até 2020. Amanhã mesmo, está na minha agenda ir pra mais uma despedida. Chegada é a mesma coisa. Quando eu voltei, foram dias comemorando que tinha voltado à minha [nem-sempre-tão-querida] terra brasilis.

Não sei especificar até onde vai exatamente o significado da comemoração [o real motivo] e onde começa o oba oba de ser apenas mais um motivo pra farrear. Suspeito ainda que isso seja aplicável a qualquer tipo de festa, já que até em chá-de-bebê [acho que nunca fui a um, mas pelo que eu sei é assim] o ‘chá’ tem teor alcóolico. Provavelmente, no dia que houver uma boda de 200 anos de casamento [sinta-se livre a dar um nome a ela] haverá bebida. De vez em quando, por mais estranho que pareça, há bebedeira depois de enterro [beber no cemitério durante a cerimônia também é lasca, vamos com calma]. Logicamente, ninguém vai tomar um pife comemorando a morte de um ente querido [falei ente [b]querido[/b], em momento algum disse alguma coisa sobre as sogras odiadas por alguns]. É uma forma de consolo.

Logicamente, não tou cobrindo todos os motivos que fazem com que a gente comemore [ou bebemore, na maioria dos casos]. Tem aqueles como os títulos do Sport [se a gente fosse comemorar cada vitória, como fazem os outros times, teria muito nego morrendo de cirrose hepática], assim como quando se passa no vestibular, quando a pessoa se forma no colégio/faculdade [festa de formatura é uma das melhores que tem] além de dezenas de outros motivos pra se fazer uma farra daquelas.

O importante é que a gente nunca perde um chance de comemorar [o que é muito bom]. We do never miss a beat [ps: a letra da música nada tem a ver com festa], ou, no caso de quem vai a Nox e a outros lugares que servem aquela cervejinha bizarra chamada Skol Beats, they do never miss a Beats.

Ugo.

Zeca Baleiro – Líricas

Num ônibus repleto de galerozos.

Alguém que tenha começado a ler esse blog e tenha mantido o hábito de frequentar aqui uma vez ou outra perdida, deve ter notado que,  da quinta 16 [quando foi criado o blog] até a quinta 23 [aniversário de 1 semana], eu estava postando mais ou menos 1 post por dia. Desde quinta de noite que não postei nada, mas foi porque deu branco mesmo. O assunto que eu ia escrever na sexta de noite, preferi deixar pra depois. E aí não consegui mais arranjar assunto pra escrever.

Esclareço logo que esse blog não tem regimento algum que me obrigue a manter um ritmo de postagem, mas desde que eu acho legal ficar escrevendo e acho uma atividade bastante válida, então quero tentar manter um ritmozinho legal. Mââs, eu sempre vou tentar manter o mínimo de qualidade dos posts. Para mim, não vale a pena eu escolher uma palavra do dicionário e começar a escrever na doida sobre isso. Prefiro sempre usar algum fato vivido, alguma coisa que escutei e que valha a pena falar sobre ela.

Bem… deixando o queijo de lado:

Alguns devem saber que tou numa cruzada rumo ao concurso público do Ministério da Fazenda – Receita Federal e que, pra ter no mínimo uma chance de vencer essa batalha, eu tenho que ir pras aulas lá do NUCE, que vão de domingo a domingo. Saindo de lá hoje, fui pra Conde da Boa Vista pegar um ônibus pra chegar em casa. Pra minha sorte, apareceu logo o Setúbal (Cde. Boa Vista) que para aqui perto. E foi aí que aconteceu o fato gerador [direito tributário na cabeça hahaha] desse post: subi no ônibus e vi que estava repleto de galerozo [com ênfase no Z porque eles mesmo devem escrever/digitar assim].

Raciocínio Lógico agora: hoje é domingo [sem pé de caximbo ¬¬], vai dar meio-dia agora [naquela hora] e a passagem é promocional, logo a galera toda vai pra praia. Nada contra, eu também iria pra praia num domingo se me chamassem, mas como preferem ir no sábado, vou do mesmo jeito. Sentei lá na cadeira do lado de um espécime do gênero Homo galerozus, que estava sem camisa, vestindo aquela berma [ou berna] de sempre e suas sandalhas mais castigadas que a galera que arde nos mármores do inferno lá da antiga novela O Clone.

Como é mais ou menos de praxe, comecei a observar atentamente o comportamento deles, coisa que já tinha feito em outras oportunidades, mas nunca tinha escrito nada sobre isso. Pois bem, o traje é bastante característico e não muda dentro da região litorânea de Pernambuco, ou seja, se você encontrar um galerozo na praia do Pina e encontrar um galerozo perdido sabe-se-lá-como/sabe-se-lá-por que na praia de Toquinhos, 99% de chances de que ele esteja vestido com uma bermuda a la ‘Rota do Mar’, uma sandalha faux-havaiana, se estiver com camisa, será um abadá de algum evento pagodístico de 2 ou 3 anos atrás e, como parece ser regra, a ‘prata’ [aquele colar típico de galerozos].

O comportamento é um tanto quanto peculiar. Os de idade adulta ficam conversando entre si [vale ressaltar que quase berrando e falando num quase-dialeto galerozês que eles criaram pra manter essa comunicação quase-tribal], enquanto os mais jovens ficam se divertindo pulando pra lá e pra cá do ônibus. Por sinal, hoje tinha um boy de uns 8 anos que eu achei que ele era um mix de Gollum com E.T., ô bichinho feio. A praia preferida deles, sabe-se-lá-por que, é a praia do Pina. Talvez porque os hermanos galerozos deles sejam boa parte de Brasília Teimosa, ou então porque eles gostam mesmo, mas né lasca..

Ainda tem os galerozos excepcionais, que aparentam ter uns reais a mais no bolso e se produzem [eles se produzem? tava mais pra desprodução], usando gel, roupas mais estilosas [no conceito deles, claro], brincos e uns óculos escuros aberrantes que a gente fica se perguntando de onde diabos eles tiraram inspiração pra usar isso. Não vou nem me aprofundar nas influências do vestuário da tribo galeroza.

Nem falei das fêmeas, que uma boa parte deve se proclamar ‘piriguete’. Não me perguntem a origem etimológica dessa palavra, não tenho nem pista de onde ela vem. Só sei que tem umas músicas que usam essa expressão para denominar as companheiras, irmãs e, de vez em quando, as mães dos galerozos, nos casos em que elas participam desses rituais regados a Nova Schin, cachaça, salgadinhos Torcida e música da mais bizarra possível [fuleiragem music]. As mulheres se vestem [ou deixam de se vestir], com as bermudas que, se conseguem passar de 1/3 da coxa é muito, com tops que deixam o umbigo com um raio de uns 30cm descobertos, usam algum shampoo a la Colorama que fede exorbitantemente e parece deixar o cabelo delas mais pixaim ainda e alguma coisa no pé que eu não cheguei a observar, mas deve ser as mesmas paraguais [já que de havaianas não tem nada] que algum tempo atrás foram utilizadas pela irmã piriguete mais velha.

Os galerozos gostam muito de falar de futebol, piriguetes e acho que só isso, porque na meia-hora que eu passei do lado deles, só ouvi conversa sobre isso. Se eles falam de outra coisa, quem sabe um dia eu descubra sobre o que é. Meu medo é de que eles gostem de astronomia, de filmes cult e de metafísica… o mundo estaria perdido. Pra minha sorte [ou não, vai ficar a curiosidade sobre o que eles falam], eles desceram antes de chegar na Av. Domingos Ferreira.

Ugo

MC5 – Kick Out the Jams