Tom 8

[Esse é o oitavo capítulo. O resto, que começa no capítulo 0, pode ser encontrado AQUI.]

Depois de um almoço excelente, Tom estava bem satisfeito, quase 100% satisfeito. O único problema era que Roberta tinha decidido não dar mais sinais de vida. Essa era a pior parte. Não que aquilo que tinha acontecido um dia antes tivesse sido um encontro ou algo que acarretasse em alguma obrigação por parte dela, mas Tom queria. Tampouco sabia qual era o momento certo para voltar a falar com ela sem parecer desesperado, esse tipo de dinâmicas sociais sempre o assustaram bastante e ele nao tinha lido a cartilha. Preferiu esperar para ver se receberia algum sinal de fumaça da menina.

Jameson o deixou em casa e, assim que saiu, cantou o pneu do carro para chamar a atenção dos transeuntes. Não bastava estar dirigindo o automóvel mais badalado do ano, ele ainda tinha que fazer barulho no meio da rua. Isso já tinha incomodado Tom algum tempo atrás, mas depois fica mais fácil de se acostumar e simplesmente não dar nenhum valor a isso. Esse aprendizado veio com muito custo, pois enquanto seu amigo sempre esteve bastante adaptado à sua vida de engenheiro, Tom ainda tinha aprendido o que queria da vida da maneira mais complicada. Em certos momentos da vida chegava a se questionar se estava fazendo o que queria e se irritava facilmente com algumas coisas que lhe eram pedidas. Foi necessário bastante força de vontade e compreensão para entender que nem sempre dava para fazer so o que ele queria, mas entendia também que fazer papel de bobo estava longe de ser uma opção. Relevou o comportamento de Jameson mais uma vez, não tinha outra coisa a fazer.

Entrando em sua casa fez o de sempre: colocou um vinil aleatório, mas de bom gosto, acendeu o monitor do seu computador, que nunca era desligado, pegou um copo d’água e foi trabalhar. Não tinha nada de novo no fronte. Na verdade, a semana toda foi bastante normal. Trabalho, seriados, comida delivery. Games, mais trabalho, conversas nonsense com amigos, mas praticamente só saindo de casa para comprar pão. Não enviou nenhuma mensagem para Roberta e por mais que apertasse o display de seu celular, não recebeu nada. Talvez aquele surto de carência dela estivesse curado, o de Tom parecia que so tinha começado.

Quando chegou a sexta-feira, alguns amigos de Tom da internet o chamaram para jogar. Eram pessoas que ele conhecia ha anos, falava quase todo dia e ainda assim tinha falado com poucos ao vivo. Alguns mais velhos tinham aproveitado as férias ou alguma viagem a trabalho para visitar Tom e sua cidade. Tom, por sua vez, tinha feito isso algumas vezes e tinha gostado do resultado. Fortaleceu amizades que têm durado bem mais do que algumas começadas com gente que morava bem mais perto e ainda assim conseguia ser infinitamente mais distante. De vez em quando, Tom se questionava se a distância era um fator que ajudava um relacionamento a durar. O último ano, em que passou morando com Marina, tinha sido diferente. De certa maneira, muito bom e intenso, propiciando algo que ele desejava há muito tempo e que parecia que seria para sempre. Sentia prazer em cuidar dela, saber o que ela queria sem que tivesse que perguntar. Ela dizia que ele era um ótimo dono-de-casa. Tom já era um analista de mídias sociais freelancer, Marina era gerente em uma empresa multinacional. Eles pareciam serem opostos perfeitos, mas tinham dado certo ate um ponto. E desde a revelação de Marina e seu amante tudo tinha desmoronado. Talvez um pouco menos de intensidade pudesse ter feito tudo aquilo dar certo, talvez não.

Abriu a primeira cerveja, certificou que o headphone, o mouse e o teclado estavam certinhos e entrou no Skype. Logo estava em uma chamada com quatro grandes amigos e seu jogo estava aberto. Ele não era um grande fã de jogar em equipe. Sempre tinha tido esse lado mais individual mais forte, mas mesmo assim era bom em se adaptar. Isso o tinha feito capitão do seu time no jogo, pois sentia sempre aquela vontade em mandar e guiar o time ao melhor possível. Era difícil ficar calado quando não concordava em alguma coisa. Apesar de serem apenas amadores de um game qualquer num mundo vasto e cada um ter sempre algo mais prioritário para fazer da vida, eram unidos e felizes.

Tom sabia que seria uma noite recheada de emoções. Algumas vezes algum outro amigo dele o questionava, dizendo que jogo, ou “joguinho”, era coisa de criança. Era algo extremamente irritante, mas ao mesmo tempo dava abertura a um discurso ensaiado infinitamente por ele. Cada pessoa tinha seu passatempo. Cada pessoa usava seu tempo da maneira como bem preferia. Por que diabos há pessoas que acham que todos são iguais? Isso é a coisa mais impossível e absurda de todas. Tinha gente que preferia passar a noite bebendo em um bar, tinha gente que preferia ir para um show, uma festa, uma balada, um culto ou sei lá o que. Não há um padrão de comportamento pra todos e, caso alguém tivesse inventado, Tom dizia que seria o primeiro a intervir e dizer que não era verdade. Para ele, a sexta-feira era um ótimo dia para desopilar e esquecer a semana de trabalho, tomando uma cervejada gelada e jogando com grandes amigos, ainda que não fosse presencialmente.

Nesta noite em questao, Tom estava empolgado. Não só teve um bom desempenho, como também conseguiu tomar todas as cervejas que tinha na geladeira. E não eram poucas. Do meio da noite até seu fim as pessoas nao entendiam muito bem o que ele queria dizer. Tampouco se importavam, uma vez que quase todos estavam longe de sobriedade. Com o passar das horas Tom e seus amigos cada vez mais iam tendo um desempenho pior. Não conseguiam levar o jogo a sério. A alegria e todo o álcool que transpirava de cada um tinha eliminado qualquer preocupação, era quase uma morfina.

O efeito foi tão forte que Tom só se lembrava ter acordado no dia seguinte com uma enorme dor de cabeça. Um dos primeiros reflexos foi ligar o celular e ver se algué mtinha tentado falar com ele. Tinha uma mensagem. Na hora, ressaca, sede, dor de cabeça e qualquer outro tipo de mal-estar tinham sumido. Roberta tinha mandado alguma mensagem e ele não tinha visto. Destravou seu celular e apertou imediatamente no ícone de mensagens. Quando viu, era Alice. Tinha perguntado se Tom ia sair ou o que ele iria fazer, o barulho e toda a bagunça da noite passada tinham feito tanto o celular como qualquer pensamento sobre Roberta passarem batidos. Tinha sido um alívio necessário para uma mente perturbada como a dele. Com o susto passado, disse a Alice o que tinha acontecido e perguntou sobre o que ela iria fazer, afinal era sábado e Tom normalmente não ficava em casa.

Mensagem enviada, consciência um pouco aliviada e o coração ainda palpitando um pouco. Foi tomar seu banho, alguns copos d’água e um remédio para dor de cabeça. Vestiu-se e foi correndo na kebaberia que ficava a alguns quarteirões de casa. Tomava remédio só porque sempre tinha, mas para ele o que salvava uma pessoa da ressaca era um bom kebab acompanhado de batatas fritas e uma Coca-Cola gelada. Isso sim era a receita da salvação de um fígado debilitado.

Voltou rapidamente para casa com uma delícia cilíndrica que comprimia o melhor dos pães sírios, uma carne esfacelada e deliciosa, diversas verduras e um casal de molhos perfeitos: um molho branco à base de iogurte e um molho vermelho à base de tomate. Dividiu o kebab em dois com uma faca, preparou uma jarra que ele tinha comprado na Ovelha Negra e que, segundo diziam, cabia quase 600ml de qualquer líquido, com muito gelo, rodelas de limão e a Coca. Para completar, uma recém-feita porção de fritas. Era isso, um seriado, tchau e bênção. Não precisava de mais nada neste dia.

Tom 7

[Já leu Tom nº 0nº 1nº 2,  nº3nº4nº5 e nº6 ? Mudaram algumas coisas, principalmente a partir do 4.]

Tom não era um cara de um restaurante só. Ele com certeza gostava de se sentir o clima familiar do seu bar favorito, mas quando falava em almoçar fora ele preferia variar e conhecer o que havia de novo na cidade, um bom hábito que tinha vindo de família. Chegou com Jameson no mais novo restaurante japonês da cidade. Não tinha cara de ser barato e isso não incomodava Tom. Ele não era rico, mas desde sempre um de seus maiores esforços foi garantir dinheiro suficiente para suas principais extravagâncias: comida e bebida. O dinheiro a ser pago na Ovelha Negra ao fim do mês estava sempre reservado e do mesmo jeito era quase impossível faltar alguma coisa para sair para comer.

O maitre, que era um maitre de verdade, ao contrário de Reginaldo, os mostrou uma mesa no meio do salão. Tom não gostava, teria que olhar só para uma parte do restaurante. Gostava de ficar quase encurralado no finalzinho do restaurante, de preferência com a vista para a porta de entrada. A única coisa que pedia era para não ficar preso entre outras cadeiras, odiava sair empurrando o pessoal. Por sorte, havia uma mesa exatamente deste jeito e Tom não hesitou em pedi-la. Uma vez tinha sido bastante tímido, mas a vida fez com que ele largasse o “bastante” e agora dissesse que era apenas tímido, na dele.

O restaurante era lindo, uma verdadeira obra de arte da arquitetura moderna, seja lá o que fosse isso. Ele só sabia que era bonito e de bom gosto. Talvez as luminárias coloridas fossem um pouco exageradas e o pé direito talvez alto demais. Com certeza não queriam fazer um restaurante tradicional japonês, até a música dizia isso. Era um som bem intimista que subia e descia e algumas vezes dava pra perceber que realmente tinha um som tocando, algo do tipo Funk Porcini ou outra coisa assim bem lo-fi e que combinava com a vibe do ambiente.

As pessoas que visitavam esses lugares novos seguiam um padrão. Padrão esse que na verdade era uma série de outros padrões: de classe social, ostentação, exageiro, etc. Provavelmente em um teste cego não saberiam diferenciar, em sua grande maioria, Cidra Cereser de Veuve Clicquot. O importante era estar no point do momento, junto com a sua turminha “descolex”, posando para a coluna social de sua preferência. Tom não se incomodava, pelo menos não muito. Era indiferente demais com esse pessoal para que pudesse o afetar de alguma maneira. Tinha descoberto que era mais fácil deixar cada um na sua, vivendo a vida da maneira como escolheram por mais que discordasse que a função ir a um lugar novo fosse exibir sua presença lá ao invés de provar um mundo novo oferecido por algum restauranteur inspirado.

Jameson era mais simplista ainda. O seu paladar não era dos mais refinados, tinha tido uma formação gastronômica muito tradicional e em sua infância teve pouco acesso a restaurantes gourmet ou qualquer coisa que fugisse do que seus pais estavam habituados. Porém, na medida que foi ganhando dinheiro, começou a viajar para outros países, conhecendo novas culturas, hábitos e paladares. Tom também o tinha ajudado bastante. Conheciam-se desde a época de colégio e sempre que podia, Tom conhecia novas culinárias e falava para Jameson, que não hesitou ir atrás disso quando seus primeiros salários foram depositados.

O almoço deles era sagrado, poucas vezes algum outro amigo se intrometia. Procuravam sempre chegar no restaurante antes das 12 para evitar o horário de pico e poderem apreciar um serviço mais dedicado. Raras vezes saíam antes das duas da tarde, sempre tinham algo a conversar e a pressa quase inexistia para os dois. Nessa tarde não seria diferente.

Na verdade, o papo já começava no carro. O trânsito ajudava a alongar as conversas, algumas vezes podendo durar até uma hora a “viagem” para um simples restaurante. O obstáculo era sempre superado com bastante facilidade. As conversas iam desde música e viagens à vida de mulherengo de Jameson. Tom havia estado comprometido por vários anos com Marina e raramente ele tinha algo interessante a dizer sobre os dois. Jameson, por sua vez, não conseguia um namoro fixo desde que as coisas não tinham dado certo com Mariana, anos e anos atrás.

O garçom os levou o cardápio e perguntou se tinham interesse na carta de vinhos. Os dois negaram em unissom. Não apreciavam vinho e nunca tinham entendido porque. Além do mais Tom não bebia de dia, dava sono no resto da tarde. Pediram de entrada o ceviche, prato mais peruano de todos os japoneses, e alguns sushis flambados com um camarão posto em cima no estilo cereja-do-bolo. Estava excelente, sem dúvida.

Tom, ainda com a comida na boca, abriu a conversa sobre a vida dele: “Cara, fui no domingo pra uma festa do pessoal do colégio. Aquela que tu não pudeste ir pro causa da tua viagem. Encontrei com Alice lá e depois fui pro Ovelha Negra choramingar minha vida amorosa pra ela.”. “E aí, deu em algo?”. “Claro que não, hehe. Na verdade é sempre bom desabafar. Torna o espírito mais leve e pronunciar as palavras faz com que elas se encaixem melhor na nossa cabeça. De vez em quando o pensamento tá muito preso à primeira vez que ele foi concebido e aí fica difícil de mudar, causa até um bloqueio. No final das contas valeu a pena a conversa”. Jameson já sabia o que esperar da conversa de Tom com Alice e não ficou surpreso com o resultado. Enquanto comia o último pedacinho de peixe marinado no leche de tigre, Tom disparou: “Mas o que foi mais interessante não foi nem essa conversa, foi ontem. A ressaca que estou agora veio lá do Ovelha Negra…” ao que foi imediatamente interrompido por Jameson: “Novidade…”, prosseguiu: “É, difícil imaginar de onde teria vindo né?” Deu uma risadinha de compaixão com o amigo. “Estava trabalhando em casa no meio da tarde e de repente recebi uma mensagem de Roberta. Estava querendo conversar comigo e eu sabia que o namoro dela com aquele escroto do trabalho dela tinha acabado. Ela estava precisando de um ombro amigo…”. Jameson não segurou a risadinha maléfica, para ele o significado disso era claro. Para Tom, normalmente não tinha esse segundo entendimento. Cada um operava da sua maneira.

“Ela tentou marcar um café, eu estava de ressaca e sugeri a gente se encontrar hoje. Acabei de trabalhar e fui à Ovelha Negra pra pensar um pouco na vida e fazer um happy hour/jantar daquele jeito de sempre. E não é que a danada apareceu por lá? Viu meu check-in no foursquare e chegou sem avisar. Estava realmente carente, puta da vida com o cara, morrendo de medo de se prejudicar no trabalho.”. “Aí você pegou, falou “não chore, princesa” e agarrou ela?”. “Claro que não, né. Providenciei umas tequilas e cervejas, falei algumas palavras de apoio e fui cantar no karaokê!”. Tom estava rindo, Jameson não podia acreditar, para ele isso era uma oportunidade perdida. “Eu já estava meio embreagado e na hora pareceu que a melhor coisa para animar ela era cantar alguma coisa. O problema é que eu lembrei de Marina quando vi Careless Whisper, aí fiquei emotivo e fui cantar a música. Grande amigo eu fui!”. “Porra, Tom. Que música brega! Teu gosto musical vai do bom ao ruim na mesma velocidade que meu carro vai de zero a cem!”. Tom interrompeu o discurso incendiado de Jameson com um longo “Eeenfiiiim… Eu estava na bad, ela estava na bad, tava uma desgraça sentimental só. Acho que até mandei bem, ensaiei em casa. Ela se levantou depois e cantou um Portishead bem carregado. Cara, que voz ela tem. Me arrepiei todinho. Ela cantou da maneira maneira mais sincera que já vi alguém cantar na vida. Aí ela acabou a música, sentou na minha frente me olhando, se levantou, deu um beijo na testa e foi embora. Fiquei sem saber o que fazer, pra onde ir. Ela me deu um nó na cabeça com estilo.”. Jameson entendia o que tinha acontecido, talvez entendesse até melhor que Tom, mas sabia que essa distração era melhor para o amigo do que as lembranças de um namoro que não deu certo. Preferiu não cortar as esperanças dele. “Putz… é complicado quando elas fazem isso. Abusam da sensualidade e deixam aquele gostinho de quero mais… Ela deu sinal de vida hoje?” “Deu nada, nem no Facebook. Eu dei uma bisbilhotada lá, admito! Deve estar trabalhando. A vida dela é corrida pra caramba.” “Claro que é, Tom, claro que é. Garçom, dois menus confiance por favor. Vamos ver o que esse chef tem de melhor!”. O cara era bom mesmo. Foi um dos melhores almoços que eles tiveram.

Valladolid .2

E a brincadeira começou, pelo menos eu acho. Ontem desde que escrevi o .1 fiquei sem fazer nada, apenas vendo seriado e provando a Carlsberg [muito boa] e a Estrella Damm [marromeno]. Nada de interessante a declarar.

Acordei hoje quase às 11 da manhã, um pouco tarde, mas o clima é bom demais para dormir. Fui na polícia solicitar meu DNI [tipo RG espanhol] e fiquei sabendo que tinha que ter uma senha emitida pela internet ou por telefone. Fui ver agora que para quem não tem o DNI e nunca teve, tem que ir lá solicitar pessoalmente [perdi um dia por nada, argh]. Depois disso, fui pela primeira vez à minha faculdade. Passando pelo caminho, vi que tem um parque por lá com 2 quadras de basquete, uns bancos e uns equipamentos de ginástica. Bom saber.

Chegando na faculdade, continuei tão perdido quanto no momento em que tinha saído de casa. Não tem ninguém para ajudar direito e é cada um por si. Certo momento, vi Bela e Rafa por lá e fui falar com elas. Estão tão perdidas quanto eu, mas juntos fica mais fácil encarar a barra. Elas estavam indo para casa almoçar e eu fui junto, mesmo já tendo comido. Aproveitei para ir me atualizando com o que elas já tinha procurado. Nós que escolhemos as cadeiras e temos que fazer combinar com os nossos outros horários, como cursos a parte e possíveis trabalhos. Elas estão no apartamento de Milene, uma paulista que faz enfermagem. Acabei almoçando uns kebabs guiozárabes [quando os kebabs foram esquentados o pão sírio ficou meio ‘cozido’] bem gostosos e, por sugestão delas, fomos na Escola Oficial de Idiomas.

Eu não sabia muito bem se queria fazer curso de espanhol, mas é sempre bom. Quando fiquei sabendo o preço, ficou melhor ainda. Módicos 70 e poucos euros por 1 semestre de aulas [3 meses intensivos de 2h por dia segunda a quinta, com sextas alternadas] e 50 e pouco para estudantes veteranos. Decidimos fazer a prova. Por sorte e coincidência estamos os 3 na mesma turma NI2 [Nível Intermediário 2, que depois do NI1 e antes do Avançado 1]. Até sexta-feira saberemos se a turma vai se consolidar ou não, embora tudo indique que sim. As professoras são bem simpáticas, uma delas engraçadíssima que não conseguia passar mais de 5 minutos sem fazer alguma piadinha e outras duas um pouco mais sérias, mas bem tranquilas. Na prova oral falaram mal do meu portunhol, mas com o tempo vou melhorando.

Lá conhecemos 4 brasileiros, 3 de Recife e 1 de São Paulo, essa paulista, por sinal, mora aqui no Alfonso VIII e me deu algumas dicas interessantes. Dos outros 3, dois fazem engenharia e uma faz direito, galera gente fina. Depois dos testes as meninas foram para o centro e eu voltei com Diego, um dos estudantes de engenharia, que mora aqui perto . A cidade é tão ovo que ele encontrou outra amiga que faz engenharia química com ele e a gente voltou conversando. Quando desci aqui, bem pertinho de casa, consegui me perder, mas foi só 5 minutos andando para me encontrar de novo.

Hoje tem uma festa no Juanita Calamidad, vai ser a primeira de todas, uhul!

Ugo.

The xx – xx

5

5º e último dia em Paris como turista [amanhã estarei por aqui como um mero alien à espera da hora de viajar]. Depois da farra de ontem, Joh me acordou às 12h15 [meu celular só me acordaria 15 minutos depois] para me arrumar. Passado um certo tempo, fiquei pronto e Chico chegou. Almoçamos no mesmo árabe aqui das redondezas, nada saudável, mas num preço muito palatável, e partimos na canela para Montmartre.

Lá fomos primeiramente à Sacre Coeur, onde na frente dela tem vários artistas de rua bastante interessantes, entramos lá e demos uma passeada por dentro da catedral. Realmente, o lugar é bastante bonito, o dízimo da galera foi bem empregado. Estava tendo uma missa por lá, com direito ao coral das freiras e àquele órgão muito massa. Apesar de eu não acreditar nessas ladainhas religiosas, o momento por si só foi bem legal. Descemos de lá e tiramos umas fotos na frente do Moulin Rouge, onde eu já tinha passado na frente no primeiro dia, e pegamos um metrô para o Arco do Triunfo, que havíamos visto várias vezes, mas não visitado.

A visita ao Arco rendeu muitos momentos engraçados, assim como acontece sempre que saio com Chico, Joh e a galera! A gente filmou algumas coisas que não sei se vão para a internet algum dia, mas que realmente merecem ser vistos por outras pessoas. Vimos um bocado de militares creio-que-franceses em trajes antigos fazendo algum desfile ou algo do tipo. Preferimos não gastar muito tempo com isso e descemos, mais uma vez, a Champs-Elysée, desta vez parando na FNAC [paraíso tecnológico em que se eu tivesse milhares de euros não sobriariam nem moedas para contar história] e na Quiksilver, onde o lugar foi palco de mais fotos engraçadas [um dia elas estarão na internet, juro!].

Depois dessa turistada comercial, fomos ao novo arco do triunfo, o Le Grande Arche. Realmente, o monumento é enorme! E o lugar lá não se resume a ele! Ali fica uma parte moderna da cidade de Paris, com prédios gigantescos de empresas multinacionais poderosíssimas, a exemplo da Ernst & Young e da Otis. Andamos bastante por lá até chegar até uma área que dá para ver melhor o Arco do Triunfo original. A vista da cidade de Paris fica bastante interessante, pois de lá se tem uma visão muito diferente da cidade, podendo vê-la respirar com a quantidade enorme de carros indo e vindo. Achamos por lá um carrinho de supermercado e também tiramos algumas fotos enquanto brincávamos, hahaha.

Quando resolvemos ir embora, já eram quase 22h e não tínhamos jantado ainda. Chico ainda nos fez ir ao Hospital de L’Infantes e andar mais um bocado até conseguirmos achar onde comer [McDonalds mais uma vez, argh..]. Por lá, conversamos por muito tempo, quase uma hora, lembrando de muitas histórias engraçadas da época do colégio e tudo mais.

Vai ser foda passar um ano longe dessa galera.

Ugo.

Sem som.

Reveillon longe

Passei o reveillon em Maracaípe. Fui pra lá por causa da festa que teve chamada La Lune, a top das tops das festas de reveillon que ocorreram esse ano. Falando sobre a viagem e o pré/pós show foi tudo tranquilo, fui com meu primo Rômulo e um amigo nosso chamado Chico, rolou uma peixada no Bar do Marcão, cervejinha de leve, cochilo da tarde e deu tudo certo, mas o que me motivou a escrever esse post foi onde eu tava.

Maracaípe é uma praia bonita, cheia de gente e tudo mais, porém 99% dos meus amigos tavam em Recife, fosse no Enchanté, fosse na Av. Boa Viagem ou em algum outro canto, mas tavam lá. Eu fui pro La Lune por causa da festa e não dos meus amigos e até agora me pergunto se não teria sido melhor ter ficado por aqui a troco de ir para uma festa menos legal, mas que nela eu teria certeza que encontraria bem mais gente, comemoraria e curtiria mais do que eu fiz lá em Maraca.

Esse post tá bem trash, não tou muito a fim de sair escrevendo pra deixar tudo explicadinho, o que vale é o questionamento festa x amigos que tá ocorrendo agora na minha cabeça.

Ugo.

Teclas Pretas – Nó dos Mais Gravatas