Ibura Sightseeing [ou Lare Galerozum]

[vide primeiro: Num ônibus repleto de galerozos.]

Maior aventura da minha vida. Não sei se foi bem uma aventura, mas o coração bateu a mil. Estava indo para o Shopping Recife e, na pressa, decidi pegar um Ibura/Boa Viagem via Shopping Recife [até então era o que eu acreditava] sem saber direito o trajeto dele. Para quem nunca pegou esse ônibus [não recomendo] e nunca foi até o terminal [não recomendo mesmo], ele NÃO passa eu sou, no Shopping Recife quando está indo pela Domingos Ferreira, pois ele vai RUMO ao Ibura, já que os habitantes [diga-se de passagem 80% de galerozos] do local de onde o ônibus é proveniente estão voltando para casa e não vindo do Shopping [caso eles queiram voltar para casa do Shopping, têm que pegar o mesmo trajeto, dar uma volta do além, blablabla, resumindo: se lascam].

Inocente Idiota que sou, não perguntei o trajeto no ônibus e, quando fui me dar conta, estava já na Avenida Recife, lugar do qual não tenho muita simpatia, e preferi não descer por lá. Obviamente, o ônibus foi rumo ao Ibura e o esfíncter do humilde escritor foi encolhendo cada vez mais, pois eu imaginava aonde estava indo. Inicialmente você pensa que é feito Abreu e Lima, Prazeres, essas ‘cidades’ pequenas e que ficam numa transição do campestre pro urbano, mas logo que você vai adentro ao Ibura de verdade, vai vendo a realidade do local. Não sei porque, mas o Ibura de Baixo parece um pouco mais rico que o de Ibura de Cima, as coisas eram mais arrumadinhas por lá, embora você visse que a pobreza de certa forma dominava por lá. Quando eu percebi que o ônibus estava subindo, imaginei que estávamos indo para o Ibura de Cima e, sim, estávamos chegando quase lá. Depois que eu passei pelo terminal do UR-02 a agonia foi aumentando mais ainda, pois no meu iPod tava tocando Mombojó – A Missa e lá tem uma parte muito simpática que fala ‘VAI MORRERRRRR’ – imaginem o nervosismo aumentando. Bateu o pouco de juízo que eu tenho na cabeça e eu escondi os headphones, pois chamar o mínimo de atenção mesmo quando você tá de camisa polo, Adidas star, etc. é o mais prudente a se fazer.

Parando lá no terminal, bem no coração do Ibura de Cima, a paisagem não é das mais legais, apesar de o povo lá viver naquele esquema que todo mundo se conhece, tinha seu João da Cana, o cara que vendia caldmo de cana, tinha a mulher da barraca, etc. Todos se conhecem, isso é bom. Fui correndo ao lugar [queria chamar de escritório, mas não é nem a pau] da Borborema, onde ficam os caras controlando as partidas dos ônibus e fui informado que outro ônibus partiria rumo ao bendito Shopping Recife em 7 minutos [os 7 minutos mais longos da minha vida].  A bronca foi quando chegaram 3 galerozos, exatamente como descritos no post de quase 2 anos atrás. Putz, aí que eu torei aço mesmo. Os caras mal encarados e provavelmente num raio de 500 metros não tinha nenhum policial, então foi ficar ligado [caso alguém viesse no mínimo eu ia gritar e correr, embora não adiantasse muito, mas sei lá, dava um conforto na hora saber que eu estava a postos] e esperar o tempo passar.

Eles falavam naquele mesmo quase-dialeto e o que mais me chamava atenção era o sistema de comunicação à distância via assobios deles. O cara tava no final da rua lá longe e o cara assobiando com uma habilidade fora do comum. Enquanto isso, o outro conversava no celular com alguém sobre a compra e venda de algo [vai saber], eu temia que se localizaria bem na parada de ônibus uma boca de fumo [mas para que temer, tinham quase 10 funcionários da Borborema perto de mim – ah, eu tenho sim motivos para temer: eles seriam os primeiros a correr, duvido que fizessem alguma coisa!

Bem, o tempo passou e eu consegui pegar o ônibus de volta sem nada acontecesse de muito bizarro. No ônibus subiu uma senhora que parecia ser a avó daquele garoto que parecia uma mistura de Gollum com ET que eu tinha dito no outro post, pena que não pude tirar foto do ser, pois além do meu celular não ajudar, queria evitar chamar atenção. Na volta eu passei a reparar mais os arredores.

Da Associação dos Moradores do UR-02, passando por várias praças e escolas públicas e até as várias igrejas que querem mamar o dinheiro suado dos Iburenses a troco de esperança não muito confiável. Putz, a vida realmente não é muito boa, algumas casas nem porta têm, apesar de na maioria dos casos terem televisão [afinal sem porta dá pra passar um ventinho legal, né?]. As ruas são estreitas, não são muito boas, e o povo de lá parece se esforçar para levar uma vida boa e honesta, a bronca é que há sempre aqueles que, corrompidos pela necessidade/preguiça/etc. acham que a solução é roubar, vender drogas, etc. e não, não é.

Não vou me aprofundar nessa questão, fiquem à vontade de comentar. No final das coisas, consegui ‘descer’ do Ibura de Cima e  chegar tranquilamente, mas foi necessário um bom almoço para acalmar o coração.

Ugo.

Mombojó – nadadenovo [vai ser meio complicado ouvir esse cd sem que a memória não venha perturbar o juízo, hehe].

A Orkutização do Twitter

A gente tá vivendo uma parte da vida digital em que acontece a Orkutização do Twitter. Hoje em dia, o que você mais vê é pessoas implorando para terem seguidores, mil e quinhentas promoções que seus amigos participam e só fazem lotar a sua timeline e spam, muito spam. Principalmente de vírus [nada mais comum], mas também spam de bandas. Por que diabos eu iria ouvir uma banda que quer me obrigar a dar atenção a ela? Que boa impressão isso traz pra mim? Quem é que gosta de uma banda que fique enchendo o saco sem pedir permissão? Então morre, diabo!

Mais outra, o que significa você ter 2000 seguidores no Twitter, 3000 amigos no Orkut, etc.? O que você ganha com isso? Para aí e reflete a diferença entre 100 e 2000 pessoas lendo a merda que você posta no dia a dia [ah, caiu a ficha por que você não tem tantos amigos? É verdade, ou você usa moderadamente o twitter ou você é um motherfucker que fica implorando seguidor e não coloca nada de útil, sacou?], a diferença é nenhuma. Eu, com meus quase 500 seguidores [sendo 300 deles spam/lojas/gente que segue todo mundo e eu não tenho a mínima ideia de quem seja], mal noto a diferença entre quando eu tinha 100, 150. Isso porque você sempre vai ter seu core de amigos e são eles que fazem as coisas importarem, o resto é resto.

A Orkutização do Twitter veio do fato de que agora o Twitter é modinha. 1 ano atrás [parei agora de escrever porque chegou um email, oba! Fui ver: Club da Parceria está lhe seguindo no Twitter. Que bom, soma aí mais 1 seguidor e mais 1 loja me seguindo, jurando que eu vou seguir de volta] poucos tinham aderido ao passarinho azul, desses poucos, 10% usavam com uma frequência satisfatória. Agora que todo mundo tá lá, inclusive as grandes estrelas nacionais, internacionais e virtuais [é, tem gente que virou famoso por causa do Twitter, viva as web-celebridades!], tá rolando uma grande imigração pro Twitter no mesmo esquema de quando rolaram as políticas de inclusão digital e a galera descobriu o Orkut. É lógico que acaba tendo um certo preconceito, mas não estou argumentando sem razão. A cultura dessa galera latecomer é diferente dos ‘pioneiros’ [aqueles que vivem em redes sociais, trabalham com isso, etc. e os formadores de opinião], que por sua vez é diferente dos que chegam num segundo momento e assombrosamente diferente dessa galera que chega por último, quase que num processo de expulsar os pioneiros para que eles vão procurar alguma outra rede social por não aguentarem a cultura dessa galera nova.

Hoje, a moda é o Facebook. É moda, mas ainda não chegou nem um pouco perto do pico que um dia vai ser, mas vocês vão ver: já passou a 1ª onda [dos pioneiros], estamos na 2ª onda [o segundo momento] e daqui a uns meses chegam os latecomers. Por que eu acho que talvez os pioneiros não saiam do Facebook com tanta facilidade? Porque o Facebook é global. Apesar de num futuro próximo a experiência ao usar o Facebook piore bastante porque muito ‘amigo’ seu só vai fazer te mandar spam, convidar pra festa desinteressante em que o cara provavelmente é promoter e tal, não vai ser tão fácil de se desprender. Eu mesmo fico lutando com minha consciência para deletar minha conta no Orkut. Já pensei várias vezes, mas ainda tenho muito amigo meu por lá que ainda não chegou no Facebook e eu não quero perder contato [nem minhas fotos, tenho que tirar um dia pra sair salvando uma por uma]. Mas será que eu uso o Orkut como usava 2 anos atrás? No way, cumpadre. Quando chega ‘scrap’ [que nem chega mais hoje em dia], eu vejo pelo email se é algo interessante, se merecer resposta eu entro lá e respondo, mas para mim não serve para nada. 95% das pessoas interessantes para mim já estão no Facebook, a minha home do Orkut só tem spam, para que eu vou entrar?

Um dia eu cometo Orkuticídio, prometo.

Ugo.

Mayer Hawthorne – A Strange Arrangement [soul moderno, vai no Youtube e confere as músicas, é massa.]

Recife é um ovo [ou como saber se seus amigos têm bom gosto]

Ontem fui pro UK Pub, um dos lugares que eu mais frequento aqui em Recife. Primeiro, fui a negócios: Salvador, DJ residente de lá, estava interessado no meu CDJ que venho tentando vender desde que decidir fazer a viagem para a Espanha. Negócios resolvidos [ele vai comprar, ueba!], fui curtir o melhor dia da programação de lá, a terça-feira autoral. Até aí tudo normal. Por sinal eu acho que esse texto não vai ter nada muito de anormal, é mais uma constatação do óbvio.

O engraçado das terças lá no UK é que você pode ir sozinho e tem certeza de que vai encontrar pelo menos um bocado de gente conhecida, isso é fato. O que me chamou atenção de ontem foram as pessoas que eu achei por lá! Gente inesperada mesmo.

Descobri há menos de 24h que uma amiga minha de infância, Marcelinha, está morando em Valladolid [por sinal, aonde eu devo ir morar por 1 ano] e fui encher o saco da coitada perguntando tudo o que eu tinha de dúvidas sobre a cidade, afinal eu sei muito pouco e ela é a única que eu conheço que mora por lá. Depois da conversa, fui para o benquisto UK Pub. Não é que lá, ao subir ao fumódromo [não gosto de fumaça, mas é o lugar que boa parte dos meus amigos ficam e dá pra conversar bem melhor lá], não é que eu encontro Roberta, a irmã de Marcelinha! Não a via, creio eu, há 8 anos, desde que eu saí de Aldeia para vir morar aqui em Setúbal. E, por sinal, foi ela que convenceu a irmã a ir estudar em Valladolid, pois também estudou lá e gostou muito.

Além de encontrar ela e outra amiga minha lá de Aldeia da mesma época, eis que acontece o mais inesperado de tudo: também estava lá Léo, que namorou minha mãe quando eu tinha 6 anos [nem lembrava disso, nem dele] e aí rolou aquela conversinha do ‘quanto tempo, nem te reconhei, blá blá blá’.

É incrível isso, as pessoas aqui se dividem em tribos que vão quase sempre pros mesmos lugares, com algumas exceções [exemplo: eu], que são as pessoas que são mais ‘wherever I may roam, where I lay my glass is home‘. E tem tribos diferentes que vão par ao  mesmo lugar, mas em dias diferentes. Usando o UK como exemplo, terça é o dia dos alternas, quarta só funciona nas férias, quinta é o dia dos baladeiros que não pensam muito na ressaca da sexta-feira, sexta e sábado são os dias das patricinhas e mauricinhos da cidade que não se importam em gastar centenas de reais em uma noite só e o domingo é o dia do samba, que reúne gente descolada e a mesma galera do sábado e domingo que tem que fechar a semana com chave de ouro, né? Isso varia de casa em casa, embora poucas consigam fugir do comum [é um porre ficar ouvindo sempre as mesmas músicas todo dia].

Isso falo só da vida noturna, e de uma parte dela. Se for falar quantas pessoas você encontra no Shopping Recife se for lá num sábado…

Ugo.

Devo – Something For Everyody

Recife, cidade noctívaga

Ontem eu tava naquele Bompreço da pracinha de Boa Viagem indo comprar os comes e bebes com a galera e já era relativamente tarde, afinal eram 23h15 de uma segunda-feira, mas nada fora do normal para nós, que estamos de férias e a vida tá boa assim mesmo, podem invejar, eu deixo ;).

O que me impressionou, e por isso tou aqui, é que tinha MUITA gente fazendo compras lá. Algumas famílias fazendo a compra do mês às 23h15 de uma segunda-feira! Tá bom que 20% daquele povo devia ter estado trabalhando até tarde, mas por que diabos fazer compras tão tarde? E pior, se fosse por causa da fila menor seria até uma desculpa legal, mas não, as filas estavam enormes!

Ah sim: finalmente estavam executando obras no devido horário! Chegaram à conclusão de que reformar o asfalto às 2 da tarde não era uma ideia tão legal assim, demorou né? Acho que agora vai.

E Recife realmente é uma cidade noctívaga. Na Espanha os bares fecham às 3h da manhã de maneira sincronizada e pontual. A maioria dos bares aqui fecha quando o último cliente sair, true story. Já consegui a proeza de sair do Empório Sertanejo às 5h30 da manhã de uma quarta-feira, isso sem ser de perto o último cliente de lá, pois ainda tinham algumas mesas.

Acho que eu deveria aproveitar mais isso, até porque nada melhor que uma mesa de bar. Principalmente se tiver um som bem escolhido [e não muito alto], cerveja gelada e os melhores amigos. Pena que sempre a gente acabe sacrificando alguma dessas coisas. É difícil achar um bar bom com som bom e preços razoáveis. É fácil achar um bar com cerveja boa, preços mais ou menos em conta e música HORRÍVEL. Nada mais chato que ouvir um dvd de Asa de Águia a contra-gosto [e o som ainda estava tão ruim que não dava para ouvir nada com definição, só a batida feiosa de uma bateria, também feiosa, de axé.].

Ainda tem mais coisa pra falar, mas tou com preguiça.

Ugo.

Arctic Monkeys – Humbug

Tá chegando a hora!

[Caralho,] Finalmente caiu a ficha. Em 16 dias estarei indo viver, por 1 ano [espero], num Mundo Novo [ao mesmo tempo que Velho]. Em tão pouco tempo eu estarei convivendo com um bocado de culturas e pessoas diferentes, numa cidade diferente [Valladolid tem 320mil habitantes], sem minha família, sem meus amigos [Paris vai remediar com Joh, Chico e Motta por lá, mas são 6 dias só, e o resto dos outros “361”?] e sem minha GVT 10MB!

O choque inicial vai ser forte, por sinal lembrei que por lá ainda terei a maravilhosa companhia de Bela e Rafa, mas são 2 pessoas contra os meus 671 “amigos” do quase-falecido Orkut ou 427 do famigerado Facebook. Onde eu vou morar? Com quem eu vou estudar? Com quem eu vou fazer farra? Quem vão ser meus melhores amigos? 2 dinamarqueses muito gente finas que pagavam quase todo drink pra mim numa época em que eu não bebia [ô desperdício]? Um geek, 2 geeks, vários geeks? Uma galera que curta um som legal? [ODEIO POP/ROCK/METAL/SAMBA/PAGODE/BREGA/SERTANEJO espanhol, principalmente cantado em espanhol, ainda que a pronúncia deles no inglês seja muito ruim também]. Quem sabe? Ninguém, essa é a questão. O que eu posso fazer é esperar e “pagar” [embora eu vá Paitrocinado] para ver.

Por lá eu pretendo jogar basquete [e que se torne um vício novamente!], ir para e fazer festas [Brasil Fest I, II, III, etc.], trabalhar em algum canto [num escritório, num bar, num uiscritório, numa agência de câmbio, sendo professor de inglês, whatever. Só não pretendo ser Go Go Boy, mas bartender de strip club é uma opção válida. Quero ver se por lá vou ter alguma vontade de estudar, pois a FCAP não é uma faculdade que estimula você a ser um bom estudante, e também tenho a intenção de conhecer o MEJ [Movimento Empresa Júnior] espanhol.

Eu quero tentar registrar o máximo de momentos por lá, embora não saiba direito como eu vá fazer isso. Meu celular é um lixo [embora seja bastante resistente e já tenha até se aventurado em um copo de água!] e a câmera dele é pior. Não tenho uma câmera digital, pois odeio aquelas feiosas e quem acha que ter 5, 8, 10, 12, 14, 200 MP seja tudo [hello, uma das partes mais importantes da câmera ainda é a LENTE] e não tenha dinheiro para comprar uma DSLR [embora vontade não falte – e nesses momentos dá vontade de tentar até a carreira de gigolô como uma maneira paralela de ganhar dinheiro, não obstante eu ache que não daria muito certo].

Posso tentar atualizar meu Daily Mugshot, embora minha webcam ultimamente tenha estado meio moody, para vocês verem a evolução da besta-fera. Tenho a intenção de manter esse blog atualizado, continuar no Facebook e no Twitter e, quem sabe, em um dia de revolta contra a lerdeza e a falta de necessidade, deletar o motherfucker do Orkut, embora isso não seja muito interessante para mim no momento, mas lá quando eu chegar vai parar de ter utilidade com quase toda a certeza do mundo.

Além disso, shows, viagens e [mais] festas permearão minha estadia por lá.

Ugo.

Panic! At the Disco – The Only Difference Between Martyrdom And Suicide Is Press Coverage [  acordei com vontade de ouvir. E para quem vier com mimi, fikdik]

PS1: acho que essas foram as minhas resoluções para 2011 que eu não tinha feito, hahah.

PS2: trocadilho infame: estarei mais “Altside” do que nunca.

A escala Heineken de felicidade

Depois de um fim de um período bem etílico de fim de ano, cheguei a uma conclusão: nossa alegria e contentamento com a vida é regida pela escala Heineken de felicidade, que aumenta 1 ponto a cada garrafa tomada (a de 600 vale 2, a keg vale 15). quanto mais você vai bebendo, mais alegre vai ficando. Porém, cerveja é um diurético e você acaba jogando a felicidade fora nas inúmeras vezes em que vai ao banheiro. Por causa disso, o cérebro manda você beber mais para tentar manter o nível de felicidade e, quando acabam as cervejas, a felicidade continua esvaziando até chegar um ponto em que o cérebro te desliga para que a depressão não bata forte (aquele sono que dá depois de beber). Por isso também que, quando você chega em casa, o instinto é de cair na cama o mais depressa possível antes de que a tristeza chegue.
Ugo.

Esse aqui tá quente, esse aqui tá frio.

Eu fui perguntar pra ela meu amor,
se a dança da manivela ela tocou,
Eu fui perguntar pra ela meu amor,
se a dança da manivela ela tocou,

dizendo que
aqui tá quente,aqui tá frio,
muito quente, aqui tá frio,
aqui tá quente, aqui tá frio,
muito quente, aqui tá frio,

excerto de uma poesia popular brasileira, a música Dança da Manivela, famosa pela Asa de Águia.

* Esse trecho bizarro de letra de música foi só para justificar o texto e o tema desse post.

Estava pensando aqui: nos últimos meses tenho reclamado constantemente da temperatura de Recife. Essa cidade é um forno e sou muito grato ao meu pai por ter comprado um ar condicionado pra mim, pois ele resolve a maioria dos meus problemas do dia a dia com esse calor, menos quando eu estou fora de casa e aí o bicho pega. Quando eu saio do meu quarto eu sinto a onda de calor que toma qualquer lugar que não seja refrigerado. Talvez isso seja porque eu não tenho dinheiro o suficiente para morar no 20º andar da Avenida Boa Viagem, ou porque tenho preguiça de ir pra Aldeia, mas em Boa Viagem o calor é de torar.

Outra bronca é que nosso governo [local, estadual e nacional] desvia muito dinheiro para fins ilícitos e acaba por encarecer tanto as coisas que a gente não tem ônibus com ar condicionado sem pagar [muito] mais. Hoje em dia eu me vejo na seguinte situação: ou eu rezo pra onde quer que eu queira ir seja perto e não dê tempo de suar MUITO, ou que o devido local esteja no trajeto do bendito (inclua o dízimo) ônibus opcional – o geladinho – ou levar uma segunda camisa e uma toalha, usando a primeira como bode expiatório e a toalha para se enxugar, pois senão eu chego no lugar ensopado.

Recife tá quente, beleza, mas e Valladolid, a minha querida cidade na qual chegarei lá pro dia 9 se tudo der certo?

A temperatura média é de 15 °C. Janeiro é o mês mais frio com temperaturas que oscilam entre (-5 a 8 °C) e julho o mais quente (15 a 40 °C). A quantidade média de chuva recolhida num ano é de 435 mm.

vindo da minha confiada wikipédia

Ou seja, poota que pariu, ou faz um frio brabo, chegando a 5 graus a menos do que Barcelona consegue, ou faz um calor demoníaco. Não tem meio termo. Ou vou falar mal do calor, ou vou falar mal do frio, já tou vendo. E meu sonho de conseguir jogar [regularmente] basquete? Como vou sair pra jogar a 5º? E quando chegar o verão, como vou suportar o calor?

É… peguei em bomba!

Mas vamo que vamo chegando lá eu resolvo, nada que um aquário e um snorkel não resolvam.

Ugo.

Sem música, otherwise eu ia ter que colocar Asa de Águia.

Autismo etílico

Beber pode ser uma atividade bastante social, mas tem gente que bebe sozinho, tipo eu. Lógico que depende também, não falo de beber até cair, pode ser beber só para relaxar num dia em que as coisas tão chatas, claro que pode também beber sozinho pra comemorar, embora seja meio raro a pessoa fazer isso, creio eu.

O incrível é a capacidade de beber sozinho num lugar cheio de gente conhecida, tipo o UK Pub. Eu vou pra lá dia de terça sozinho porque sei que vou encontrar gente conhecida por lá, mas tem dia em que você não está a fim de ficar preso a um determinado grupo, nada de anormal nisso. O problema é, no meio de tanta gente a pessoa sair andando e quando vê, já está no taxi indo pra casa sem motivo aparente.  Why the hell???

Muito chato sofrer de autismo etílico, embora essa minha ‘doença’ tenha aparecido recentemente e já tenha me feito pegar um taxi do Arcádia Apipucos para Setúbal sozinho (tá bom, quando o carro começando a andar apareceram três cidadãs das quais eu não sei o nome, não lembro a cara e não tenho a mínima ideia de onde elas ficaram no meio do caminho) às 6h da manhã de um sábado, quando eu deveria ter ido para a Torre dormir na casa do meu primo.

Por sinal, o autismo etílico já me fez pegar um ônibus (inclui aí esperar 45 minutos para o maldito passar) do Mercado Eufrásio para minha casa às 4 da manhã, quando a festa nem dava sinal de acabar. O pior foi cochilar nesse ônibus e acordar rumo ao terminal de Piedade. Todo esse rolo me fez chegar em casa às 7h30 da manhã.

É fogo isso, mas se pensar bem pode ser só minha tolerância a festas super mega longas  diminuindo, ou eu bebendo rápido demais. Vai saber.

Ugo.

Janelle Monae – The ArchAndroid (bizarro o título do cd, mas bem legal)

Quem tá vivo é porque não tá morto

E é assim que eu revivo o insa. Já faz 6 meses desde que eu escrevi pela última vez, tirando que antes eu já estava mal de atualização.
Deve ser o efeito férias, porque é quando eu geralmente tenho mais tempo. Mas vamo que vamo e quem sabe agora vai, hahah.

Eu tava até pensando que esse blog seria bem interessante por causa da minha viagem, eu ia poder manter as pessoas mais informadas sobre minha vida na Espanha, mas hoje em dia as redes sociais fazem esse serviço por mim, todo mundo sabe o meu dia a dia muitas vezes melhor que eu mesmo.

Então, pra que serve essa joça? Primeiro, para escrever. Escrever como uma maneira de relaxar, de aliviar a cabeça de tanto pensamento que me invade.  Segundo, para eu continuar criticando os deuses e o mundo. Terceiro, para ver se um dia eu consigo escrever alguma coisa com começo, meio e fim, vai que dá certo.

Esse é só o anúncio, a tempestade vem depois.

Ugo.

Móveis Coloniais de Acaju – C_MPL_TE (cuidado, vicia.